São Paulo, quarta-feira, 06 de setembro de 2006

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Dualib passeia e vira chapa de Bush

Em Londres, cartola visita "pai" do Corinthians e adula com chaveirinho irmão "corintiano" do presidente americano

Dirigente afirma que nome de Kia não foi citado nas reuniões com investidores da MSI e quer mais dinheiro para tocar futebol do clube


RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

Há nove dias em Londres, Alberto Dualib gasta parte de seu tempo em missões bem mais amenas do que cobrar dinheiro da MSI e discutir o futuro de Kia. Uma de suas façanhas foi convidar Neil Bush, irmão do presidente dos Estados Unidos, para visitar o Parque São Jorge. "Ele é corintiano", afirmou o presidente do clube em entrevista por telefone, ontem. O dirigente também afirmou que o futebol corintiano dá um prejuízo mensal de R$ 3 milhões. "A MSI tem de cobrir isso", diz o dirigente, que tentou se esquivar de falar sobre Kia.

 

FOLHA - O Kia já disse ao senhor que não faz mais parte da MSI?
ALBERTO DUALIB
- Vou te dar uma informação em primeira mão: ontem fui visitar o Corinthian Casual [clube inglês no qual os fundadores do Corinthians se inspiraram para escolher o nome do time, há 96 anos]...

FOLHA - Mas e o Kia?
DUALIB
- Espera aí. Vamos fazer um convênio, eles vão mandar treinadores para o Brasil...

FOLHA - E o Kia?
DUALIB
- Caramba, você não me deixa terminar de falar. Essa aproximação mostra que o pai, no caso o time inglês, voltou a procurar o filho, depois de muitos anos de separação.

FOLHA - E o Kia? Ele confirmou para o senhor que está fora da MSI?
DUALIB
- Você acredita que nem toquei no nome dele aqui? Isso é um problema dos investidores. Estou esperando eles decidirem e me avisarem.

FOLHA - Mas o senhor disse a eles que Kia foi um mal gerente.
DUALIB
- Não disse nada. Mostrei os papéis. Mostrei que o futebol tem uma receita de R$ 3 milhões e gastos de R$ 6 milhões. É uma mostra de que faltou planejamento. Agora eles precisam mandar mais dinheiro para cobrir isso.

FOLHA - Se eles não aceitarem, a parceria pode acabar?
DUALIB
- Vão aceitar, as coisas vão ser mais bem planejadas a partir de agora. Vamos discutir as pendências financeiras e o planejamento para 2007. Mas a parceria continua, vão mandar mais dinheiro para o futebol e para melhorar o CT.

FOLHA - O senhor tem visto muito o Boris Berezovski em Londres. Ele é mesmo um dos investidores, não?
DUALIB
- Nem sei quem são os investidores, falo mais com técnicos, que não são investidores. Quem dá muito palpite é o Pini Zahavi [agente israelense], mas não sei se é investidor.

FOLHA - O Berezovski apresentou o senhor ao Neil Bush, irmão do presidente dos Estados Unidos?
DUALIB
- Apresentou mesmo. Foi muito bom porque ele fala espanhol, dá para entender tudo. Dei uns chaveiros do Corinthians de presente. Fiz um convite para ele ir ao Parque São Jorge e assistir a um jogo. Você acredita que ele é corintiano? Contou para mim que é apaixonado pelo Corinthians.

FOLHA - Se ele gosta tanto do clube, deve ser investidor.
DUALIB
- Isso eu não sei. Ele conhece porque o Corinthians ficou famoso no mundo inteiro. Sei que ele é investidor do Boris nuns negócios de petróleo.

FOLHA - O senhor falou em planejamento para o ano que vem. A MSI não vai querer vender jogadores?
DUALIB
- Vender quem? Não sobrou ninguém deles. O Roger é nosso, porque demos o Anderson como pagamento. O Carlos Alberto eu nem sei de quem é, parece que é de uma tal de Global [empresa ligada a Zahavi]. Mas ele tem cabeça boa, não vai abandonar o clube.

FOLHA - E contratações? Quem mais vem para o Brasileiro?
DUALIB
- Porra, eu não sou o técnico. Ele que escolhe, só sei que quer um atacante ["Vamos, "seo" Alberto", grita o empresário Renato Duprat, ao seu lado, encerrando a entrevista].


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