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Dualib passeia e vira chapa de Bush
Em Londres, cartola visita "pai" do Corinthians e adula com chaveirinho irmão "corintiano" do presidente americano
Dirigente afirma que nome
de Kia não foi citado nas reuniões com investidores da MSI e quer mais dinheiro para tocar futebol do clube
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
Há nove dias em Londres, Alberto Dualib gasta parte de seu
tempo em missões bem mais
amenas do que cobrar dinheiro
da MSI e discutir o futuro de
Kia. Uma de suas façanhas foi
convidar Neil Bush, irmão do
presidente dos Estados Unidos,
para visitar o Parque São Jorge.
"Ele é corintiano", afirmou o
presidente do clube em entrevista por telefone, ontem.
O dirigente também afirmou
que o futebol corintiano dá um
prejuízo mensal de R$ 3 milhões. "A MSI tem de cobrir isso", diz o dirigente, que tentou
se esquivar de falar sobre Kia.
FOLHA - O Kia já disse ao senhor
que não faz mais parte da MSI?
ALBERTO DUALIB - Vou te dar uma
informação em primeira mão:
ontem fui visitar o Corinthian
Casual [clube inglês no qual os
fundadores do Corinthians se
inspiraram para escolher o nome do time, há 96 anos]...
FOLHA - Mas e o Kia?
DUALIB - Espera aí. Vamos fazer um convênio, eles vão mandar treinadores para o Brasil...
FOLHA - E o Kia?
DUALIB - Caramba, você não
me deixa terminar de falar. Essa aproximação mostra que o
pai, no caso o time inglês, voltou a procurar o filho, depois de
muitos anos de separação.
FOLHA - E o Kia? Ele confirmou para
o senhor que está fora da MSI?
DUALIB - Você acredita que
nem toquei no nome dele aqui?
Isso é um problema dos investidores. Estou esperando eles
decidirem e me avisarem.
FOLHA - Mas o senhor disse a eles
que Kia foi um mal gerente.
DUALIB - Não disse nada. Mostrei os papéis. Mostrei que o futebol tem uma receita de R$ 3
milhões e gastos de R$ 6 milhões. É uma mostra de que faltou planejamento. Agora eles
precisam mandar mais dinheiro para cobrir isso.
FOLHA - Se eles não aceitarem, a
parceria pode acabar?
DUALIB - Vão aceitar, as coisas
vão ser mais bem planejadas a
partir de agora. Vamos discutir
as pendências financeiras e o
planejamento para 2007. Mas a
parceria continua, vão mandar
mais dinheiro para o futebol e
para melhorar o CT.
FOLHA - O senhor tem visto muito
o Boris Berezovski em Londres. Ele é
mesmo um dos investidores, não?
DUALIB - Nem sei quem são os
investidores, falo mais com
técnicos, que não são investidores. Quem dá muito palpite é
o Pini Zahavi [agente israelense], mas não sei se é investidor.
FOLHA - O Berezovski apresentou o
senhor ao Neil Bush, irmão do presidente dos Estados Unidos?
DUALIB - Apresentou mesmo.
Foi muito bom porque ele fala
espanhol, dá para entender tudo. Dei uns chaveiros do Corinthians de presente. Fiz um convite para ele ir ao Parque São
Jorge e assistir a um jogo. Você
acredita que ele é corintiano?
Contou para mim que é apaixonado pelo Corinthians.
FOLHA - Se ele gosta tanto do clube, deve ser investidor.
DUALIB - Isso eu não sei. Ele conhece porque o Corinthians ficou famoso no mundo inteiro.
Sei que ele é investidor do Boris
nuns negócios de petróleo.
FOLHA - O senhor falou em planejamento para o ano que vem. A MSI
não vai querer vender jogadores?
DUALIB - Vender quem? Não
sobrou ninguém deles. O Roger
é nosso, porque demos o Anderson como pagamento. O
Carlos Alberto eu nem sei de
quem é, parece que é de uma tal
de Global [empresa ligada a Zahavi]. Mas ele tem cabeça boa,
não vai abandonar o clube.
FOLHA - E contratações? Quem
mais vem para o Brasileiro?
DUALIB - Porra, eu não sou o
técnico. Ele que escolhe, só sei
que quer um atacante ["Vamos,
"seo" Alberto", grita o empresário Renato Duprat, ao seu lado,
encerrando a entrevista].
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