São Paulo, quinta-feira, 06 de setembro de 2007

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salto de qualidade

Jade brilha, e Brasil se supera no Mundial

Time fica em 5º, o melhor resultado do país; novata tem a maior soma do dia

Decisão de ontem registra surpresas e vê até uma atleta russa tirar nota zero; confederação já fala em bronze na Olimpíada-08

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção feminina de ginástica artística surpreendeu e conquistou ontem, na final por equipes do Mundial de Stuttgart, um resultado histórico.
Depois de ter faturado pela segunda vez vaga na Olimpíada, a equipe alcançou a quinta colocação na decisão e mais uma vez viu Jade Barbosa brilhar diante dos europeus.
"Foi fantástico. O quinto lugar era o máximo que a gente acreditava ser possível. E conseguimos, o que comprova nossa evolução", afirmou Eliane Martins, supervisora de seleções da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica).
Desde 1995, o Brasil subiu de 21º lugar no Mundial para a quinta posição de agora, conquistada no maior campeonato de todos os tempos da ginástica artística, que reúne 551 competidores de 84 países.
"A gente brinca que o pódio agora passa a ser questão de tempo e que, se continuar assim, vamos ficar em terceiro na Olimpíada de Pequim", comemorou a dirigente da CBG.
E o resultado de ontem poderia ter sido ainda melhor. Se não fossem as duas quedas, uma de Daniele Hypólito na trave e outra de Khiuani Dias nas paralelas assimétricas, que custaram pelo menos 1,6 ponto, o Brasil ficaria em quarto.
Com 175,125 pontos, as ginastas brasileiras ficaram a 0,325 das italianas e a 2,975 das romenas, que terminaram em terceiro. O título ficou com os Estados Unidos (184,400), seguidos da China (183,450).
Como o técnico Oleg Ostapenko antecipara à Folha, o fato de as atletas competirem sem aquecimento na final poderia provocar surpresas. E não foram poucas.
A principal delas tirou a Rússia do pódio e a relegou à oitava posição, já que uma das atletas tirou zero -Ekaterina Kramarenko errou a corrida e, em vez de abortar o salto (é permitido fazer duas corridas), acabou tocando o trampolim e a mesa de salto, sem executar as acrobacias a que havia se proposto.
Outra foi a chinesa Fei Cheng, principal rival de Jade na final de salto neste sábado, ter caído na aterrissagem.
E a terceira, apesar de prevista por Ostapenko: Jade foi o principal nome da final, mas, desta vez, não só para o Brasil. A carioca foi a ginasta que mais somou nota (61,225) entre as 45 competidoras que atuaram ontem, o que ajudou a seleção a melhorar seu escore em relação a 2006 (172,975), quando fora sétimo no Mundial, então o melhor resultado.
"A gente competiu bem, graças a Deus", resumiu Jade, que voltará a atuar nas finais de amanhã (individual geral), sábado (salto) e domingo (trave), com chances de medalha.
"Mesmo sabendo que ela terá mais três dias de competição, decidimos não poupá-la, para que ganhe o máximo de experiência", explicou Eliane.
A comissão técnica festejou ter alcançado o resultado com três estreantes em Mundiais (Jade, Khiuani e Ana Cláudia Silva) e duas atletas que se recuperam de lesão (Daiane dos Santos e Laís Souza). "Estão de parabéns", falou Ostapenko.
Com 13,925 no solo, Daiane, ex-campeã mundial na prova, foi a 44ª entre 45 atletas.
Hoje, o país só assiste ao evento, que definirá a equipe campeã no masculino -o Brasil acabou em 17º lugar.


NA TV - Mundial de ginástica Band, ao vivo, às 11h


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