São Paulo, quinta-feira, 06 de setembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Terei de provar que sou capaz", diz Marcelinho

Ouro no Pan do Rio, substituto de Ricardinho não se vê ainda nos Jogos de Pequim

Jogador, que não integrou o time campeão olímpico em 2004, pretende usar o Sul-Americano de vôlei para convencer Bernardinho

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A VIÑA DEL MAR

Para a seleção, é o primeiro passo para a Olimpíada. Para um dos jogadores, no entanto, não basta chegar a Pequim. Marcelinho começa, no Sul-Americano do Chile, sua caminhada para garantir o posto que almejou por duas Olimpíadas, entretanto não conseguiu.
A chance surgiu de forma tumultuada. Com o polêmico corte de Ricardinho, virou titular no Pan. O Brasil levou o ouro, e o levantador ganhou confiança. Mas o feito não foi suficiente para ele já se colocar na Olimpíada de 2008. Além de o Brasil ainda ter de obter a vaga, Marcelinho prevê dias difíceis. "Serei mais cobrado do que já fui", afirmou à Folha o levantador, que julga que o time comandado por Bernardinho já deixou para trás o caso Ricardinho.

 

FOLHA - No Pan, você não tinha tanto entrosamento com o grupo. Como está agora?
MARCELINHO -
Após o Pan, tivemos três semanas de preparação. Acho que a cada partida o resultado será melhor.

FOLHA - Acha que foi bem no Pan?
MARCELINHO -
Sim. Todo mundo me deu força, até além do esperado. E consegui administrar bem tudo que ocorreu.

FOLHA - O que foi mais difícil?
MARCELINHO -
Senti tudo que um atleta pode sentir na carreira em uma semana: pressão, nervosismo, ansiedade, vaias, aplausos, a obrigação de ganhar, de ter de se entrosar o mais rápido possível.

FOLHA - O que muda com a condição de titular?
MARCELINHO -
Só tenho mais responsabilidade, mas continuo me dedicando de forma igual, e o Bernardo me cobra como sempre.

FOLHA - Como é ter de disputar vaga com o Bruninho [filho do treinador da seleção]? MARCELINHO - É como disputar com qualquer outro. Ele é um garoto bom, também administrou bem tudo que ocorreu.
FOLHA - Você ficou com a posição no meio de uma crise porque o titular foi cortado. Preferia ganhar de outra maneira? MARCELINHO - As oportunidades vêm da maneira que têm de vir. Ninguém escolhe. E você tem que aproveitar. Mas, agora, em todo campeonato terei de mostrar mais, provar que sou capaz. Sei que serei muito mais cobrado do que eu já fui.

FOLHA - Já se arrependeu de não ter aproveitado uma chance?
MARCELINHO -
Na seleção, não, porque o Radamés [Lattari, técnico em Sydney-2000] revezava muito entre eu, Maurício e Ricardinho. Cada um jogava um campeonato. Não é como agora, um time-base em que não se mexia. O Bernardo dificilmente trocou algum titular, só o Maurício pelo Ricardo, mas foi em uma situação particular. Com o Bernardo, sempre que entrei fui bem. Já amadureci e aprendi a tentar aproveitar ao máximo as chances.

FOLHA - Tem um ponto fraco?
MARCELINHO -
Tenho muitas coisas a melhorar. Sou baixo [1,83 m], mas posso treinar para ajudar mais no bloqueio.

FOLHA - Você já se imagina como titular na Olimpíada?
MARCELINHO -
Hoje nem consigo me ver nos Jogos. Ainda nem estamos classificados. Não vou esconder que é isso o que eu almejo, mas vou ter de merecer estar lá.

FOLHA - A equipe já superou o baque do corte de Ricardinho?
MARCELINHO -
Já, ninguém fala mais sobre isso.


Texto Anterior: Eterno: Schumacher ganha premiação
Próximo Texto: Perfil: Atleta nunca se firmou na seleção
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.