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"El Loco" muda Chile e espreita a seleção
Com Marcelo Bielsa, time fatura alto,
ataca e surpreende nas eliminatórias
Próximo oponente do Brasil
tem técnico que mora no CT,
ostenta status de celebridade
e barra figurões, entre eles
o ex-palmeirense Valdivia
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A ROSARIO
Depois de ter pegado a Argentina de Maradona e se classificado para a Copa-2010, a seleção brasileira encara em seu
próximo desafio, na quarta-feira, em Salvador, o "senhor eliminatórias sul-americanas".
No comando do surpreendente Chile, que começou a 16ª
rodada apenas um ponto atrás
do Brasil, o também argentino
Marcelo Bielsa confirma a fama
de especialista nessa competição, sob suas atuais regras.
Com a disputa por pontos
corridos em dois turnos, Bielsa
soma 40 jogos por eliminatórias. Nenhum brasileiro ultrapassou a marca das 18 partidas.
Nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002, na Ásia,
ainda dirigindo a seleção de seu
país natal, Bielsa somou 13 vitórias em 18 partidas.
No classificatório para o
Mundial de 2006, também com
a Argentina, ele disputava a liderança com o Brasil depois de
oito rodadas, quando pediu demissão. A decisão de deixar o
posto foi tomada duas semanas
após a conquista do ouro na
Olimpíada de Atenas-2004.
Mas é com o Chile que ele ultrapassa qualquer expectativa.
Os chilenos ficaram fora das
últimas duas Copas, com campanhas medíocres nas eliminatórias. Agora, estão muito perto
do Mundial da África do Sul.
Ontem, a equipe enfrentaria,
em casa, a Venezuela, e uma vitória a deixaria virtualmente
qualificada para a Copa-2010.
O Chile é hoje o 21º no ranking da Fifa, sua melhor colocação em oito anos. Em 2004,
chegou a figurar no 79º posto.
Para operar tal transformação, Bielsa, que tem o apelido
de "El Loco", fez uma pequena
revolução no futebol chileno.
Para isso, mergulhou de cabeça no novo projeto. O treinador mora sozinho dentro do
centro de treinamento da seleção chilena, em Santiago. Exigiu que os cartolas locais investissem em reformas no local.
Dentro de campo, Bielsa não
hesitou em colocar em segundo
plano figurões chilenos, como o
ex-palmeirense Valdivia. Também mexeu na forma de atuar
da equipe e mandou seus comandados atacarem.
No primeiro turno, os chilenos pagaram caro pela ousadia
na partida contra o Brasil. Bielsa lançou seu time ao ataque
em Santiago e acabou derrotado pelos brasileiros por 3 a 0.
Os cartolas chilenos não reclamam das exigências de Bielsa. Segundo cálculo da federação local, a seleção teve faturamento extra de US$ 5 milhões
na renda dos jogos graças à boa
campanha nas eliminatórias.
Bielsa, 54, que foi duramente
criticado por Maradona quando pediu demissão da seleção
argentina em 2004, ganhou
status de celebridade no Chile.
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