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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br
Fora de moda
ROBINHO CHEGA ao Milan,
e o time italiano muda de
cara. Vai jogar no 4-2-3-1, o
sistema da moda, para que
Ronaldinho e Robinho possam compartilhar o mesmo
campo de jogo. O futebol
globalizado tem o sistema
globalizado. O líder do Brasileirão, não.
Muricy Ramalho foi um
dos primeiros técnicos brasileiros a falar sobre a mais
usual forma de jogar em
2010. É um dos que ainda resistem. Nos altos e baixos do
Fluminense, de três empates seguidos no Maracanã,
Muricy jamais recorreu ao
sistema da moda. Prefere o
3-5-2, varia para o 4-4-2, estuda o rival, muda conforme
o jogo. Nunca no 4-2-3-1.
Muitos dos mais conceituados treinadores caíram
na tentação. Mano Menezes
disse na entrevista em que
tomou posse na seleção que
esse é seu sistema diferente,
como se sabe lembrando do
Grêmio vice da Libertadores
ou do Corinthians campeão
da Copa do Brasil.
Celso Roth assumiu o Inter e aderiu, lançando uma
linha de três armadores com
D'Alessandro pela direita,
Tinga pelo centro, Taison
pela esquerda, na reta de
chegada da Libertadores.
Ganhou o torneio e ouviu
elogios de D'Alessandro,
que observou: "Estou jogando diferente, fazendo o corredor do lado direito".
Felipão voltou da Europa
usando o sistema, ainda
que muitos vejam o Palmeiras com três zagueiros. Na
prática, Fabrício é lateral
esquerdo, Marcos Assunção
faz o lado direito do meio de
campo, no sistema da moda. E Muricy...
Muricy prossegue sendo o
mais original do Brasil. Em
2007, quando escalava Breno na lateral direita, ouviu a
pergunta sobre jogar com
duas linhas de quatro jogadores, como na Europa. Disfarçou e continuou fazendo
o que ninguém tinha feito.
Não, Muricy não está fora
da moda. Ser líder do Brasileiro nunca saiu de linha.
O xis da questão
O 4-2-3-1 obrigaria Muricy
a levar Conca à esquerda e a
recuar Emerson. Não vale a
pena. O xis da questão, para
Muricy, é respeitar as características de seus jogadores.
Sem caça-níquel
A semana de treinos em
Barcelona pode ter defeitos,
mas mostra uma qualidade
de Mano. Ele não quis amistosos caça-níqueis, com pouco valor técnico. Nunca um
técnico disse isso à CBF.
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