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DOPING
Pela 1ª vez, tráfico vai para análise de tribunal
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Supremo Tribunal de Justiça
Desportiva da Confederação Brasileira de Atletismo analisa hoje à
noite o primeiro caso de atleta
acusado de ter comercializado, e
não ingerido, substância dopante.
Ele corre o risco de ser punido
com até dois anos de suspensão.
Caso o STJD da CBAt entenda
que aconteceu infração de dopagem, oferecerá uma denúncia.
O secretário-geral da entidade,
Martinho Nobre dos Santos, confirma que a apreciação do caso está prevista para hoje. Mas ele preferiu não revelar a identidade do
competidor, que não faria parte
da elite nacional da modalidade e
teria sido atleta da Ulbra.
"Ele foi descuidado. Abandonou o apart-hotel ligado a seu clube no Sul, quando foi para São
Paulo, e deixou pertences, incluindo uma caixa de eritropoietina na geladeira e o recibo de compra em seu apartamento. Estavam
faltando quatro ampolas", diz
Santos sobre o atleta, que estaria
"na casa dos vinte e poucos anos
de idade" e que seria um velocista.
A eritropoietina -substância
que estimula a produção de glóbulos vermelhos, melhorando a
oxigenação sanguínea- é mais
usada por atletas de fundo.
Segundo Santos, ao sentir pela
falta do hóspede, o gerente do hotel convocou o treinador e mais
dois atletas como testemunhas
quando foi empacotar os pertences do velocista para deixar no depósito, no começo deste ano.
Encontraram ampolas e os documentos de compra da substância, tarja vermelha e vendida com
receita médica. Fizeram um relatório, que foi enviado à CBAt.
Ao ser questionado pela entidade sobre o episódio, o atleta teria
negado que a substância fosse para uso próprio, por motivo de
doença, o que poderia atenuar sua
situação, e acrescentou que a
comprou para um amigo.
O atleta, porém, teria alegado
que não havia tido oportunidade
de dar a substância ao colega. As
quatro ampolas teriam desaparecido durante a sua ausência.
A assessoria de imprensa da Ulbra informou ontem não ter informações sobre o assunto.
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