São Paulo, quarta-feira, 06 de outubro de 2004

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Clássico manda a campo rivais do embalo perdido

Fernando Santos/Folha Imagem
O atacante Robinho (à esq.) e o ex-corintiano Ricardinho brincam durante o treinamento recreativo do Santos no CT Rei Pelé


Santos joga para recuperar a liderança, enquanto o Corinthians tenta retomar busca por posto na zona de classificação para a Libertadores

MÁRVIO DOS ANJOS
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

De um lado um time que chegou a ser considerado campeão antecipado do torneio, mas que hoje precisa correr para não perder o Atlético-PR de vista.
Do outro, uma equipe que fez uma eficiente corrida de recuperação ao longo da competição, mas que não consegue cumprir o objetivo de se fixar entre os quatro primeiros colocados devido às oscilações nos seus jogos-chave dentro do campeonato.
É nesse clima de angústia e ansiedade que Santos e Corinthians dividem o campo da Vila Belmiro hoje, às 21h50, para tentar cumprir seus objetivos e, de quebra, complicar a vida do rival.
Com 64 pontos, e a três do líder Atlético-PR, o Santos entra em campo tendo o favoritismo como aliado. Melhor mandante do campeonato, com aproveitamento de 78,4%, o time do técnico Vanderlei Luxemburgo tem ainda o melhor ataque do torneio -77 gols- e um tabu de oito jogos (última derrota foi em 28 de outubro de 2001) sem saber o que é perder para o rival.
Apesar dessas vantagens, o técnico santista manteve os seus cuidados. Como faz em todas às vésperas de clássicos, ele antecipou a concentração em um dia a fim de manter o time focado na liderança. "Não podemos pensar em outro resultado que não seja a vitória. Um outro resultado pode nos afastar do nosso foco", disse o treinador santista.
O atacante Deivid deu o tom do nível de ansiedade que vem cercando o grupo santista nessa perseguição ao time paranaense nas última rodadas. "Estamos deixando a desejar na parte emocional. Ficamos preocupados com o que o Atlético-PR vai fazer e não estamos cumprindo a nossa parte."
No Corinthians, que está em nono lugar, com 52 pontos, a maior preocupação é com a ansiedade que vem comprometendo o rendimento do time no momento de se juntar ao pelotão de elite.
"O processo de maturidade da equipe nesses jogos importantes é fundamental. O nível de ansiedade é alto e por várias vezes temos que retomar o estágio em que estávamos", afirmou Tite.
Ontem, os jogadores abraçaram até a campanha elaborada pelo governo federal -"o melhor do Brasil é o brasileiro"- para exemplificar o espírito do grupo após as seguidas oscilações nas últimas rodadas. "É como aquela propaganda. Sou corintiano e não desisto nunca", disse o meia Fábio Baiano, que se recuperou de uma contusão no joelho e teve o seu retorno ao time confirmado.
O técnico Tite, que ontem também definiu o time e confirmou Filipe Alvim na vaga de Renato, ainda sem condições físicas ideais, destacou a força de seu time, mesmo jogando na casa do Santos. "Vamos respeitar, mas não temer o Santos. Eles têm um ataque eficiente, mas ninguém é bom em tudo", disse o técnico que à frente do Corinthians no segundo turno tem aproveitamento de 31,3% como visitante.
Fora de campo, o clássico vai ter um esquema de segurança especial. Cerca de 300 policiais vão fazer o policiamento preventivo e ostensivo na Vila Belmiro.
Os ônibus com torcedores que deixarem São Paulo serão escoltados para evitar confronto. O estádio será isolado a partir das 14h e a fiscalização contra a comercialização de bebidas alcoólicas vai ser rigorosa. A expectativa é que a Vila receba 20 mil torcedores.


NA TV - Santos x Corinthians Globo (só para São Paulo), ao vivo, às 21h50


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