São Paulo, quinta-feira, 06 de outubro de 2005

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Comemoração de galácticos divide seleção

SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS

As comemorações coreografadas dos brasileiros no Real Madrid dividem agora a seleção.
O técnico Carlos Alberto Parreira e o coordenador técnico Zagallo censuraram ontem as ""comemorações extravagantes" e deixaram claro que não as querem nos dois últimos jogos da equipe pelas eliminatórias da Copa do Mundo. A maioria dos atletas, porém, é favorável à "liberdade de expressão" após a marcação dos gols.
Ontem à tarde, a seleção iniciou os treinos para as partidas das eliminatórias contra a Bolívia, domingo, em La Paz, e contra a Venezuela, dia 12, em Belém.
""Fazer nos clubes não tem nada, mas não fica bem fazer aquilo na seleção, que corre o mundo. Não vou proibir, mas particularmente não gosto", disse Zagallo, que quando era o técnico comemorou um gol do Brasil, contra a África do Sul, imitando um aviãozinho -uma resposta ao que fizera o treinador da equipe sul-africana.
Parreira não quis polemizar sobre o assunto, mas adiantou que "há limites". "Nós não estamos preocupados com o assunto. Sei que o momento maior de uma partida é o gol. Quanto mais alegria melhor, mas é evidente que há limites", declarou.
Nos últimos jogos do Real Madrid, os brasileiros do clube surpreenderam ao comemorar de forma inusitada os gols. Há cerca de duas semanas, Ronaldo, Robinho e Roberto Carlos imitaram uma barata de pernas para o alto após marcarem gols contra o Alavés. A comemoração irritou o presidente do modesto clube espanhol e parte dos torcedores do Real Madrid. No domingo, os brasileiros voltaram a comemorar com coreografias os gols na goleada sobre o Mallorca por 4 a 0. Ronaldo, Roberto Carlos e Júlio Baptista fizeram a "dança do sapo" no gramado do Santiago Bernabéu. Torcedores do clube protestaram novamente.
"Sei que tem incomodado muita gente, mas não quero ofender ninguém. Muitos dizem que é coisa de criança, mas gosto de jogar bola e me divirto no futebol. Aquele é um momento de alegria. Não posso é ficar triste", afirmou o atacante Ronaldo, que chegou a pedir desculpas na Espanha depois da celebração da barata.
O atacante Adriano também não vê problemas em comemorar com os companheiros. "Vou tentar de tudo para fazer um gol e me juntar ao pessoal", disse.
O capitão Cafu, do Milan, foi outro que apoiou as coreografias. "Aquele é um momento de felicidade. Se continuar assim, vamos ser proibidos de comemorar no futuro", disse o lateral.
Hoje à tarde, Parreira vai comandar o primeiro coletivo. Por causa da altitude de La Paz -cerca de 3.600 metros acima do nível do mar-, o treinador pretende armar duas equipes para os últimos jogos das eliminatórias.
Apenas 18 dos 26 convocados embarcarão para a Bolívia. O anúncio dos jogadores que viajarão será feito amanhã.


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