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Comemoração de galácticos divide seleção
SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS
As comemorações coreografadas dos brasileiros no Real Madrid dividem agora a seleção.
O técnico Carlos Alberto Parreira e o coordenador técnico Zagallo censuraram ontem as ""comemorações extravagantes" e deixaram claro que não as querem nos
dois últimos jogos da equipe pelas
eliminatórias da Copa do Mundo.
A maioria dos atletas, porém, é favorável à "liberdade de expressão" após a marcação dos gols.
Ontem à tarde, a seleção iniciou
os treinos para as partidas das eliminatórias contra a Bolívia, domingo, em La Paz, e contra a Venezuela, dia 12, em Belém.
""Fazer nos clubes não tem nada,
mas não fica bem fazer aquilo na
seleção, que corre o mundo. Não
vou proibir, mas particularmente
não gosto", disse Zagallo, que
quando era o técnico comemorou
um gol do Brasil, contra a África
do Sul, imitando um aviãozinho
-uma resposta ao que fizera o
treinador da equipe sul-africana.
Parreira não quis polemizar sobre o assunto, mas adiantou que
"há limites". "Nós não estamos
preocupados com o assunto. Sei
que o momento maior de uma
partida é o gol. Quanto mais alegria melhor, mas é evidente que
há limites", declarou.
Nos últimos jogos do Real Madrid, os brasileiros do clube surpreenderam ao comemorar de
forma inusitada os gols. Há cerca
de duas semanas, Ronaldo, Robinho e Roberto Carlos imitaram
uma barata de pernas para o alto
após marcarem gols contra o Alavés. A comemoração irritou o
presidente do modesto clube espanhol e parte dos torcedores do
Real Madrid. No domingo, os
brasileiros voltaram a comemorar com coreografias os gols na
goleada sobre o Mallorca por 4 a
0. Ronaldo, Roberto Carlos e Júlio
Baptista fizeram a "dança do sapo" no gramado do Santiago Bernabéu. Torcedores do clube protestaram novamente.
"Sei que tem incomodado muita gente, mas não quero ofender
ninguém. Muitos dizem que é coisa de criança, mas gosto de jogar
bola e me divirto no futebol.
Aquele é um momento de alegria.
Não posso é ficar triste", afirmou
o atacante Ronaldo, que chegou a
pedir desculpas na Espanha depois da celebração da barata.
O atacante Adriano também
não vê problemas em comemorar
com os companheiros. "Vou tentar de tudo para fazer um gol e me
juntar ao pessoal", disse.
O capitão Cafu, do Milan, foi
outro que apoiou as coreografias.
"Aquele é um momento de felicidade. Se continuar assim, vamos
ser proibidos de comemorar no
futuro", disse o lateral.
Hoje à tarde, Parreira vai comandar o primeiro coletivo. Por
causa da altitude de La Paz -cerca de 3.600 metros acima do nível
do mar-, o treinador pretende
armar duas equipes para os últimos jogos das eliminatórias.
Apenas 18 dos 26 convocados
embarcarão para a Bolívia. O
anúncio dos jogadores que viajarão será feito amanhã.
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