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À beira do título, novato mantém só o sorriso do início
Hamilton perde a timidez, tenta se tornar o mais jovem a conquistar o Mundial de F-1 e se compara a Senna e Prost
Inglês garante coroação na
China, com uma prova de antecedência, se chegar à
frente de seu companheiro
de equipe, Fernando Alonso
DA ENVIADA A XANGAI
Bastaram 204 dias. Do menino tímido, primeiro negro a
correr na F-1, que fazia sua prova de estréia naquele 18 de março, em Melbourne, ao Lewis
Hamilton que na próxima madrugada, aos 22 anos, pode se
tornar o mais jovem campeão
da categoria, pouco restou.
Para ser campeão já no GP da
China, com uma prova de antecipação, Hamilton só precisa
terminar à frente de seu companheiro de equipe, Fernando
Alonso, atual detentor do recorde que o novato está prestes
a quebrar -quando conquistou
seu primeiro título, há dois
anos, o espanhol estava com 24
anos, 1 mês e 27 dias.
Talvez maior esperança do
bicampeão de não ver o parceiro de McLaren campeão, a punição que quase todos davam
como certa acabou não vindo.
Nem a chiadeira dos pilotos
nem as imagens captadas por
um torcedor japonês e postadas no site YouTube, reconhecidas pela FIA como "nova prova", foram suficientes para convencer a entidade de que o piloto da McLaren fazia uma trajetória não-convencional atrás do safety car no Japão.
Já havia anoitecido em Xangai quando Hamilton, Sebastian Vettel e Mark Webber foram chamados a dar explicações sobre a corrida de Fuji na
sala dos comissários.
Como acontece nos escritórios das equipes, que são todos
de vidro, é possível ver tudo o
que acontece lá dentro.
Foi um prato cheio para a imprensa, que aguardava o parecer da FIA. Na sala, o trio ficou
por cerca de 40 minutos vendo
imagens da própria FIA e do
YouTube. Depois, Vettel e
Webber deixaram a sala e Hamilton permaneceu por cerca
de 20 minutos, explicando-se
aos três comissários.
"Estou feliz que os comissários tenham chegado a essa decisão, assim posso me focar na
corrida e no resto do campeonato", declarou Hamilton, que,
no decorrer da temporada, foi
deixando de lado o olhar e o discurso quase inocentes que
mostrava na Austrália.
"Fiz o melhor que pude naquelas circunstâncias. Foi a
primeira vez que liderei uma
corrida de fato com chuva,
atrás do safety car", explicou.
"As pessoas estão sendo muito duras comigo", completou o
inglês, que fez a F-1 esquecer
em pouquíssimo tempo a aposentadoria do maior destruidor
de recordes de sua história, Michael Schumacher, sete vezes
campeão do mundo.
"Normalmente, os pilotos
bons não começam em equipes
de ponta, como foi o caso dele
[Lewis]", afirmou Jean Todt,
chefe da Ferrari, equipe na qual
Schumacher construiu grande
parte da carreira. "Mas ele teve
a oportunidade e soube usá-la."
"Os recordes estão aí para serem quebrados e seus resultados falam por eles mesmos",
afirmou Ron Dennis, chefe da
McLaren, sobre o pupilo.
O novato que, na semana
passada, após ganhar em Fuji,
sob chuva, "ousou" se comparar a Ayrton Senna e Alain
Prost. Mas que na próxima madrugada pode colocar seu nome
ao lado dos deles na galeria de
campeões da F-1. E mostrar ao
mundo algo que não deixou para trás neste ano: seu sorriso.
(TATIANA CUNHA)
NA TV - GP da China
Globo, ao vivo, às 3h de amanhã
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