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Abismo majestoso separa rivais
Diferença de 29 pontos entre o líder São Paulo e o Corinthians é a maior na era dos pontos corridos
No clássico de amanhã, time alvinegro tentará derrotar o rival tricolor pela primeira vez em quatro anos, a fim de deixar zona do rebaixamento
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um é primeiro; o outro, 18º.
O primeiro não perde para o segundo há mais de quatro anos.
Um tem 63 pontos; o outro, 34,
só pouco mais que a metade.
O São Paulo, que está invicto
há 13 jogos contra o Corinthians, leva a campo para o Morumbi, amanhã, no clássico
chamado de "Majestoso", a
maior diferença já vista entre
os dois na era dos pontos corridos ou do tabu entre eles, ambos começados em 2003.
Os 29 pontos de diferença
(chegou a ser de 30 na rodada
passada) na tabela mostram
que o abismo que os separa jamais foi tão grande.
O roteiro deste ano se mostra
parecido com o de 2006. Enquanto os são-paulinos caminham a passos largos e firmes
para o título, os corintianos, a
duras penas, tentam se livrar da
zona de rebaixamento.
No ano passado, a equipe tricolor venceu seu quarto Brasileiro e deixou o adversário 25
pontos atrás, na nona posição.
Na era dos pontos corridos,
por sinal, o Corinthians só conseguiu ficar na frente do rival,
nas quatro edições disputadas
até agora, em 2005, quando o
time comandado por Tevez terminou o Nacional com 23 pontos de vantagem sobre a equipe
do Morumbi. Mesmo assim,
não conseguiu vencer o rival.
Perdeu duas vezes, mas um
jogo foi anulado por ter sido
apitado por Edilson Pereira de
Carvalho, árbitro envolvido em
esquema de manipulação de resultados. Na partida refeita, 1 a
1. No final, o Corinthians foi
campeão, e o São Paulo, que
priorizava a disputa do Mundial de Clubes, só o 11º.
No primeiro ano de disputa
com pontos corridos, o São
Paulo teve desempenho bem
melhor que o do time alvinegro.
O Brasileiro de 2003 acabou
com os tricolores em terceiro,
com 21 pontos a mais que os corintianos, 15º colocados.
O Nacional seguinte foi o
mais equilibrado entre os dois
clubes, mas de novo deu São
Paulo: terminou em terceiro,
oito pontos à frente do rival,
que ficou na quinta posição.
O abismo, diz o técnico são-paulino Muricy Ramalho, não o
ilude. "Clássico é clássico. Na
hora, essa diferença não existe.
Como treinador e como jogador, já vi o pior vencer", afirma
ele, que, no retrospecto pessoal
contra os corintianos, soma
quatro vitórias, quatro derrotas
e cinco empates.
"A única diferença é o número de pontos. Temos as mesmas
chances de vencer", frisou o volante Vampeta, que disse não se
lembrar de cair ante os são-paulinos -perdeu em 2002.
Os demais jogadores apontam o rival como favorito.
"Eles têm a vantagem, mas
seria muito bom vencer porque
há muito tempo não ganhamos
deles. Precisamos do resultado
o mais rápido possível e sabemos da dificuldade do jogo, mas
esperamos conseguir", disse o
atacante Finazzi, que não marca um gol há mais de um mês.
"Eles são favoritos", disse o
goleiro Felipe. "Mas acho que a
nossa sorte começou a mudar
na partida contra o Fluminense. Quem sabe não continue
contra o São Paulo?", concluiu.
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