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Americana dá adeus às pistas após confissão
DA REPORTAGEM LOCAL
Maior estrela do atletismo na
Olimpíada de Sydney-2000,
Marion Jones pôs ontem suas
glórias em xeque, pediu desculpas e anunciou sua retirada das
pistas. Em depoimento a agentes federais dos EUA, a velocista confessou o uso de doping
antes da competição.
Com a admissão da culpa, a
norte-americana pode ter destituída suas cinco medalhas obtidas nesses Jogos Olímpicos
(três ouros e dois bronzes).
Ela sempre havia negado,
desde seu primeiro depoimento, em 2003, ter usado meios
ilícitos para melhorar seu desempenho. "Respondi que não
tinha [usado doping]. Foi mentira", declarou Marion Jones.
Segundo a Wada (Agência
Mundial Antidoping), mesmo
sete anos depois da Olimpíada,
a atleta pode ser sancionada.
"O Código Mundial Antidoping afirma que a ação pode ser
iniciada até oito anos após a data em que a infração ocorreu",
disse Frédéric Donzé, gerente
de comunicações da Wada.
Recentemente, Marion Jones enviou carta a familiares e
amigos, dizendo que confessaria culpa por ter usado THG a
partir de 1999. "Quero pedir
desculpas a todos por isso."
A reação do mundo esportivo
não demorou. "É indesculpável. O dano às rivais de Marion
Jones nunca será completamente reparado. Não acredito
que reconhecer esse fato agora
repare a injustiça", esbravejou
John Coates, presidente do Comitê Olímpico Australiano.
Marion Jones, 31, é a última
atleta de ponta a confessar o
uso do esteróide anabólico
THG. A droga foi criada pelo laboratório Balco especialmente
para ludibriar os controles.
No início de 2003, uma ampola com amostra de THG foi
enviada de forma anônima para
a Agência Antidoping dos EUA,
que desenvolveu teste para detectá-la. Em seguida, a mancha
do doping atingiu destaques do
atletismo, como Tim Montgomery, ex-marido de Marion Jones, e Dwain Chambers.
No beisebol, astros como
Barry Bonds, Jason Giambi e
Gary Sheffield foram denunciados. O pugilista Shane Mosley foi outro que admitiu publicamente ser cliente da Balco.
O maior escândalo de doping
da história dos EUA respingou
em Marion Jones. No final de
2004, o Comitê Olímpico Internacional abriu investigação
para apurar se ela havia fraudado exames. Agora, parece estar
próxima da punição. "Com essa
confissão, poderemos acelerar
nossos procedimentos. Acho
possível finalizar o processo até
o final do ano", crê Thomas
Bach, vice-presidente do COI.
Com agências internacionais
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