São Paulo, sábado, 06 de outubro de 2007

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Americana dá adeus às pistas após confissão

DA REPORTAGEM LOCAL

Maior estrela do atletismo na Olimpíada de Sydney-2000, Marion Jones pôs ontem suas glórias em xeque, pediu desculpas e anunciou sua retirada das pistas. Em depoimento a agentes federais dos EUA, a velocista confessou o uso de doping antes da competição.
Com a admissão da culpa, a norte-americana pode ter destituída suas cinco medalhas obtidas nesses Jogos Olímpicos (três ouros e dois bronzes).
Ela sempre havia negado, desde seu primeiro depoimento, em 2003, ter usado meios ilícitos para melhorar seu desempenho. "Respondi que não tinha [usado doping]. Foi mentira", declarou Marion Jones.
Segundo a Wada (Agência Mundial Antidoping), mesmo sete anos depois da Olimpíada, a atleta pode ser sancionada.
"O Código Mundial Antidoping afirma que a ação pode ser iniciada até oito anos após a data em que a infração ocorreu", disse Frédéric Donzé, gerente de comunicações da Wada.
Recentemente, Marion Jones enviou carta a familiares e amigos, dizendo que confessaria culpa por ter usado THG a partir de 1999. "Quero pedir desculpas a todos por isso."
A reação do mundo esportivo não demorou. "É indesculpável. O dano às rivais de Marion Jones nunca será completamente reparado. Não acredito que reconhecer esse fato agora repare a injustiça", esbravejou John Coates, presidente do Comitê Olímpico Australiano.
Marion Jones, 31, é a última atleta de ponta a confessar o uso do esteróide anabólico THG. A droga foi criada pelo laboratório Balco especialmente para ludibriar os controles.
No início de 2003, uma ampola com amostra de THG foi enviada de forma anônima para a Agência Antidoping dos EUA, que desenvolveu teste para detectá-la. Em seguida, a mancha do doping atingiu destaques do atletismo, como Tim Montgomery, ex-marido de Marion Jones, e Dwain Chambers.
No beisebol, astros como Barry Bonds, Jason Giambi e Gary Sheffield foram denunciados. O pugilista Shane Mosley foi outro que admitiu publicamente ser cliente da Balco.
O maior escândalo de doping da história dos EUA respingou em Marion Jones. No final de 2004, o Comitê Olímpico Internacional abriu investigação para apurar se ela havia fraudado exames. Agora, parece estar próxima da punição. "Com essa confissão, poderemos acelerar nossos procedimentos. Acho possível finalizar o processo até o final do ano", crê Thomas Bach, vice-presidente do COI.


Com agências internacionais


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