TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Medalha de prata nos 10.000 m nas Olimpíadas de Atlanta-96 e de Sydney-00, cinco vezes campeão da São Silvestre e dono da melhor marca do mundo na maratona desde 2003, o queniano Paul Tergat tenta hoje rechear seu currículo com mais um título de peso.
Aos 36 anos, corre pela primeira vez a tradicional Maratona de Nova York. Não foi por falta de vontade, no entanto, que não disputou antes. "Há muitos anos sonho com isso, mas nunca estive preparado o suficiente", disse à Folha.
Além do título, uma eventual vitória pode dar visibilidade ao maratonista no rico mercado dos EUA. "Nova York é uma das mais famosas e clássicas maratonas do mundo. Preciso vencer. Agora."
Um dos principais obstáculos do queniano hoje é o percurso, um dos motivos que o fizeram adiar por tanto tempo a estréia em Manhattan. "Estou muito feliz com a minha preparação. O trajeto é difícil, tem altos e baixos e muitas curvas. Mas acho que estou na disputa pela vitória", afirmou Tergat, cujo treino incluiu 270 km de corrida por semana.
Outro problema que ele pode ter que enfrentar é o desgaste físico. Há previsão de que a maratona ocorra sob forte calor. Além disso, o maratonista teve algumas contusões que o prejudicaram durante o ano. Por conta delas, completou apenas duas provas.
Quanto a seus adversários, Tergat prefere ser político e não fala em favoritos. "Todos são campeões e grandes competidores."
Na prática, porém, os candidatos a atrapalhar o queniano são o atual campeão, o sul-africano Hendrik Ramaala, o ganhador da Maratona de Londres, o queniano Martin Lel, e o etíope Hailu Negussi, que venceu em Boston.
A edição deste ano, que terá mais de 37 mil participantes de cem países, dará US$ 100 mil ao vencedor da prova masculina.

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