São Paulo, segunda-feira, 06 de novembro de 2006

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CIDA SANTOS

As novas batalhas e as surpresas


Ninguém poderia imaginar que Sérvia e Montenegro e Taiwan conseguiriam resultados tão expressivos


A SELEÇÃO brasileira seguiu direitinho os planos: venceu os cinco jogos da primeira etapa do Mundial e agora vai disputar a fase mais árdua sem carregar derrotas. Tem quatro confrontos pela frente que valem vaga na semifinal. Entre os adversários, três pedreiras: China, Alemanha e Rússia.
A questão agora é: como está Fofão? Será que até os confrontos contra chinesas, alemãs e russas já estará recuperada da lesão na panturrilha direita? Ela é o diferencial da equipe. Sem Fofão, tudo fica muito mais difícil para o Brasil. Contra a Holanda, a levantadora entrou no sacrifício e salvou a pátria.
Mais dois problemas atormentam o time. A central Fabiana, com dores abdominais, ficou fora nos últimos três jogos. Sassá, que contra a Holanda entrou no lugar de Mari e acertou o passe, torceu o tornozelo direito. Como diz o técnico Zé Roberto, a seleção está precisando tomar banho de sal grosso.
A boa notícia é que a China anda tropeçando. Depois de perder para a Rússia, ontem foi surpreendida pela Alemanha. Pela nova fórmula do Mundial, perder dois jogos é fatal. Os times carregam os resultados da primeira fase. A China tem remotas chances de avançar.
O primeiro jogo do Brasil será na quarta-feira contra o Azerbaijão. Uma seleção não tão inofensiva: tem o jogo concentrado em Natalya Mammadova, sétima maior pontuadora do Mundial. Mesmo assim, vitória garantida.
O segundo jogo é contra a China, que deve entrar desesperada. Não vai ser fácil: o time alia bem força e velocidade, além de ter uma grande levantadora. Na véspera, as chinesas enfrentam as americanas. Se perderem, vão estar eliminadas e desanimadas. Melhor para o Brasil.
A Alemanha, que na primeira fase só perdeu da Rússia, é o enigma e o jogo-chave para o Brasil. O time do italiano Giovanni Guidetti tem evoluído. Antes do Mundial, venceu um amistoso do Brasil e agora bateu a China. Se o time brasileiro ganhar, já assegura vaga nas semifinais.
As russas, invictas como as brasileiras, têm mostrado ataque poderoso com Gamova, Godina e Sokolova. Se as duas equipes vencerem os três jogos anteriores, o duelo será só para definir o primeiro lugar da chave.
O Mundial tem contrariado a tradição de que surpresas são raras no vôlei. Ninguém poderia prever para Sérvia e Montenegro mais do que uma campanha mediana. Engano. O time está invicto: bateu Itália e Cuba. O surpreendente é que as favoritas Itália e Cuba tinham caminho tranqüilo para as semifinais, sem grandes rivais nas chaves. Cuba perdeu também para a Itália e está em situação crítica com duas derrotas.
A outra surpresa é a invicta Taiwan, que venceu as favoritas Japão, Polônia e Coréia do Sul. As quatro seleções agora pegam Sérvia, Itália, Cuba e Turquia por duas vagas na semifinal. Sorte do Brasil que nenhuma zebra passou pelo caminho.

Como futebol
O ex-técnico de Cuba e atual auxiliar de sua seleção, Eugênio George, fez a melhor definição para as zebras do Mundial do Japão: "Parece que estamos em um torneio de futebol. Os resultados são imprevisíveis e qualquer equipe pode vencer".

Guerra fria
Em setembro, a federação italiana criticou os clubes que convidaram a seleção brasileira masculina para treinar na Itália. O argumento é que estariam ajudando um dos adversários da Itália no Mundial. O Brasil, que faria escala em Modena antes de embarcar para a longa viagem ao Japão, teve que trocar o país pela França.

Escala francesa
A seleção, do técnico Bernardinho, fica até quarta-feira na França. Depois já segue para Osaka, onde fará a aclimatação para o Mundial, que começa no dia 17.

cidansan@uol.com.br


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