São Paulo, segunda-feira, 06 de novembro de 2006

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entrevista

"Agora serei respeitado", diz novo campeão

DA REPORTAGEM LOCAL

Deixar de ser um rosto desconhecido na multidão, ganhar o respeito dos rivais e a estima de dirigentes que organizam as maratonas mais badaladas do mundo. Marilson Gomes dos Santos acredita que sua vitória em Nova York trará benefícios imediatos para sua carreira prosperar. Na noite de ontem, a caminho do jantar de comemoração, Marilson concedeu a seguinte entrevista por telefone. (GR)

 

FOLHA - Quando você tomou a decisão de aumentar o ritmo após a metade inicial da prova?
MARILSON GOMES DOS SANTOS
- Ainda durante os treinamentos, conversando com o meu técnico. Ele me disse que os quenianos e o Baldini [Stefano, campeão olímpico] eram muito rápidos nos metros finais. Então, era bom forçar bastante antes, para obrigá-los a ficar cansados. Só que isso é uma maratona, você nunca sabe se vai conseguir cumprir seu plano. É preciso se sentir muito bem.

FOLHA - O frio não atrapalhou?
MARILSON
- Muito. Sou brasileiro, um clima assim não me agrada. Corri com os braços cobertos. Além disso, fica difícil de respirar com temperaturas baixas. Por isso usei um dilatador nasal.

FOLHA - Você não melhorou sua melhor marca, obtida em 2004, mas nunca teve tanta visibilidade na carreira. Qual a real importância desta conquista?
MARILSON
- Estou na minha quinta maratona, e eu nunca havia vencido. Ainda terei chance de melhorar meus tempos. Aqui em Nova York, o que eu queria era aparecer, mostrar um ótimo resultado. De agora em diante, todos vão me respeitar. Não serei mais um brasileiro desconhecido. Serei convidado para as maratonas mais importantes do circuito, poderei competir sempre com os melhores. Enfim, poderei me firmar nesta nova modalidade que escolhi.

FOLHA - Em 2004, quando você optou pela maratona como prioridade, acabou fora da delegação que foi para Atenas. Chegar na próxima Olimpíada em plena forma ainda é seu objetivo?
MARILSON
- Sempre! Os Jogos Olímpicos são a coisa mais importante para mim. Não consegui dois anos atrás e acabei muito chateado. Terei nova chance em 2008. Tem que ser a minha Olimpíada! Desde cedo, meu técnico me dizia que eu seria um bom maratonista. Experimentei outras provas e hoje me sinto maduro e feliz com meus resultados.

FOLHA - Por falar em outras provas, você já definiu as próximas etapas de seu calendário? Vai correr a próxima São Silvestre?
MARILSON
- Ainda não pensei nisso. Claro que a São Silvestre interessa, mas a decisão não é tão simples. Eu, meu treinador e meu agente vamos nos reunir em breve e programar o calendário.


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