São Paulo, sábado, 06 de novembro de 2010

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Por um fio

Com chance remota de atingir o bi da F-1, Jenson Button diz que título o deixou mais confiante e espera estar mais forte em 2011

DE SÃO PAULO

No mesmo circuito de Interlagos em que há um ano arrebatava seu primeiro título da F-1, o inglês Jenson Button tem neste final de semana sua última chance de manter vivo o sonho de repetir o feito nesta temporada.
Sua situação é complicada, mas a matemática é bem simples. Com 42 pontos a menos do que o líder, Fernando Alonso, precisa vencer o GP Brasil, amanhã, e torcer para que o espanhol não pontue.
Mesmo assim, o piloto britânico afirma que lutará bastante nas últimas provas. "Este campeonato sem dúvida é um dos mais difíceis que já disputei, com várias equipes lutando por vitórias, e pilotos de ponta nestes times", disse Button à Folha.
Aos 30 anos e em sua 11ª temporada na categoria, o piloto britânico já mostrou que não tem medo de desafios.
Pouco depois de conquistar seu primeiro título com a Brawn, na temporada passada, deixou a equipe em que estava havia sete anos para se juntar à McLaren e dividir a escuderia com o inglês Lewis Hamilton, prata da casa.
"É muito difícil ser mais rápido do que o Lewis num carro no qual ele está confortável, mas isto foi empolgante na minha mudança para a McLaren. Foi um desafio a mais." (TATIANA CUNHA)

 

Folha - Esta feliz com o primeiro ano na McLaren?
Jenson Button -
Sim, o mais difícil foi me acostumar a trabalhar numa equipe nova, novos engenheiros, uma fábrica diferente. Mas acho que me adaptei rápido porque o time me recebeu bem, sinto que ajudei a desenvolver o carro e estou bem confiante para o ano que vem. O time é muito bom, dá muito apoio, e não esperava isso.

Você acha que hoje em dia é mais fácil se adaptar a um time novo?
Não sei, não fiz isso por sete anos. Para mim, foi fácil porque não me julgaram, esperaram que eu tivesse resultados. Tentei fazer o máximo nos testes e consegui ajudar no desenvolvimento do carro, mesmo ele já estando pronto antes de eu chegar.

Todos pensavam que você e Hamilton iriam brigar logo...
Nós nos damos bem, mas não passamos tempo juntos longe da pista. Não fico mais com ele do que com qualquer outro piloto. É uma relação de trabalho. Nós já atingimos o que nos propusemos a fazer na F-1, que era sermos campeões. Passamos por muitas coisas e temos muito o que aprender um com o outro.

O que a conquista do título mudou em você?
Estou muito mais confiante, consegui algo que queria desde os oito anos, algo que muitas pessoas nunca conseguem. Isso muda você.

Sente-se mais relaxado depois de realizar seu sonho?
Sim, mas não de uma maneira ruim. Consegui meu objetivo, e isso não significa que eu esteja com menos vontade de ganhar outro título. Se eu conquistar o título neste ano, serei o primeiro piloto desde o Fangio [Juan Manuel, dono de cinco títulos mundiais da F-1] a ser campeão em dois anos seguidos por equipes diferentes.

Acha que estará mais forte no ano que vem?
Todo piloto acha isso. Mas, sem dúvida, é bom terminar o ano sabendo onde vou estar no ano que vem. No ano passado, ainda não tinha definido meu futuro. Agora é bom saber que poderei ajudar o time a desenvolver o carro, porque sabemos que ter um piloto ajudando é bom, mas ter dois é melhor.

Que tal voltar a Interlagos depois do título?
É especial. No ano passado, fiz uma grande corrida, cheia de emoções. Depois de um sábado complicado, com aquela classificação longa, tive uma boa conversa comigo à noite e cheguei à pista no domingo determinado a ser campeão. Por sorte, deu tudo certo. Foi um final de semana especial, mas as emoções foram muito fortes. Eu estava esgotado depois da corrida, festejei na pista e só passei na festa da equipe. Estava sugado. Eu queria ficar sozinho comigo e aproveitar aquele momento.


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