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Inter agora lamenta estratégia que já usou
Com escalação mista, time deixa escapar sete pontos
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM PORTO ALEGRE
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Internacional chega à última rodada do Brasileiro vivo e
vice-líder, mas nas mãos de seu
maior rival. Porém, não fosse
pela atitude que agora critica ao
ver o Grêmio adotá-la, o lado
vermelho do Rio Grande do Sul
talvez não estivesse nessa situação de dependência e até
mesmo já poderia ser campeão.
Se os gremistas terminam
com a cabeça sem preocupações com a tabela do Nacional,
foi dessa forma que o Inter começou o torneio. E isso lhe custou sete preciosos pontos, que
agora fazem uma grande falta.
Nas primeiras rodadas da
competição, a equipe colorada
se concentrou em tentar ganhar a Copa do Brasil. Para isso,
entrou com times mistos em
seus oito primeiros jogos.
O custo disso foram três confrontos em que não conseguiu
vencer: Cruzeiro, Vitória e Flamengo, sendo os dois últimos
com resultados particularmente fora dos padrões.
O empate com o time mineiro, fora de casa, na quinta rodada, pode ser considerado um
resultado comum, a despeito
de o Inter ter atuado com seis
jogadores reservas.
Já o 0 a 0 diante do Vitória,
em pleno Beira-Rio, e a goleada
imposta pelo agora adversário
direto Flamengo (4 a 0), no Maracanã, pesam neste momento.
Diante dos baianos, a equipe
então comandada pelo técnico
Tite abriu mão de dez titulares.
Contra o atual líder do Brasileiro -que à época não vivia boa
fase-, foram oito os poupados
para a Copa do Brasil.
Se tivesse conseguido cumprir o mandamento básico da
disputa de pontos corridos (vitória em casa, sobretudo contra
times considerados mais fracos, e empate fora), o Inter teria
neste momento da competição
67 pontos, em vez dos 62 atuais,
e estaria a um empate com o
Santo André, hoje, no Beira-Rio, de quebrar um jejum de 30
anos sem vencer o Nacional e
justo no ano do centenário.
No entanto o time agora precisa vencer o clube paulista e
torcer para que o arquirrival
Grêmio, sem pretensões, estrague a festa do Flamengo (64
pontos) em pleno Maracanã.
Egresso da equipe que venceu o Brasileiro com uma campanha invicta em 1979, Mário
Sérgio reconhece a dificuldade
de ser campeão nesta tarde e
busca exaltar a conquista da vaga na Libertadores.
"Marquei a história do Inter
como jogador e estou marcando como técnico porque deixo o
Internacional numa Libertadores que pouca gente acreditava
que era possível", diz. Para o
técnico, os seus primeiros dias
no clube foram outro período
crucial para que o Inter não
chegasse à rodada derradeira
como o maior favorito. "Foram
nesses 15 dias que deixamos de
ganhar o campeonato."
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