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Economistas questionam lucro da sede
DOS ENVIADOS À CIDADE DO CABO
A África do Sul pouco lucrará com a Copa. Quem garante são economistas especialistas em esportes e cientistas sociais, que, em livros,
já apontam para um cenário
frustrante para os primeiros
africanos anfitriões de um
Mundioal de futebol.
"A próxima Copa não será
um avião que despejará dólares na África do Sul", escrevem Stefan Szymanski e Simon Kuper no livro "Soccernomics", que já causa barulho na imprensa sul-africana. De acordo com os autores, não haverá nenhum
boom econômico por causa
da Copa, e expectativas geradas não serão cumpridas.
"O problema para a África
do Sul é que será gasto muita
coisa para construir estádios.
A Alemanha podia suportar
isso e, de qualquer maneira,
já tinha estádios prontos.
Mas a África do Sul é uma nação que poderá sofrer por
torrar milhões em elefantes
brancos", diz Szymanski.
Cerca de R$ 3,9 bilhões foram investidos apenas em
estádios. E o Brasil de 2014
caminha nesse sentido e nesses valores para projetos de
estádios que não são garantias de um futuro rentável
-o de Brasília deve ter capacidade para 70 mil pessoas,
mesmo sem um time de
grande expressão no DF.
Segundo os autores de
"Soccernomics", organizar
Copas ou Olimpíadas para
enriquecer um país ou revitalizar uma cidade não é eficiente, em especial em países
com alto índice de pessoas
abaixo da linha da pobreza.
Os sul-africanos, antes
mesmo do sorteio dos grupos, já questionavam o legado da competição para o país.
"A conclusão geral é a de que
a contribuição da Copa para
o desenvolvimento econômico, incluindo turismo, geração de empregos e diminuição da pobreza, foi seguramente superestimada", escreveu Udesh Pillay, cientista social e autor de "Desenvolvimento e Sonhos: o Legado Urbano da Copa do
Mundo de Futebol-2010".
Como exemplo, Pillay cita
o impacto do Mundial no
PIB sul-africano. Em 2004, a
expectativa no país era a de
que haveria um aumento de
1,4%. Recentes estimativas
apontam crescimento de
apenas 0,2 a 0,9%.
(PC E RBU)
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