São Paulo, domingo, 06 de dezembro de 2009

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Economistas questionam lucro da sede

DOS ENVIADOS À CIDADE DO CABO

A África do Sul pouco lucrará com a Copa. Quem garante são economistas especialistas em esportes e cientistas sociais, que, em livros, já apontam para um cenário frustrante para os primeiros africanos anfitriões de um Mundioal de futebol.
"A próxima Copa não será um avião que despejará dólares na África do Sul", escrevem Stefan Szymanski e Simon Kuper no livro "Soccernomics", que já causa barulho na imprensa sul-africana. De acordo com os autores, não haverá nenhum boom econômico por causa da Copa, e expectativas geradas não serão cumpridas.
"O problema para a África do Sul é que será gasto muita coisa para construir estádios. A Alemanha podia suportar isso e, de qualquer maneira, já tinha estádios prontos. Mas a África do Sul é uma nação que poderá sofrer por torrar milhões em elefantes brancos", diz Szymanski.
Cerca de R$ 3,9 bilhões foram investidos apenas em estádios. E o Brasil de 2014 caminha nesse sentido e nesses valores para projetos de estádios que não são garantias de um futuro rentável -o de Brasília deve ter capacidade para 70 mil pessoas, mesmo sem um time de grande expressão no DF.
Segundo os autores de "Soccernomics", organizar Copas ou Olimpíadas para enriquecer um país ou revitalizar uma cidade não é eficiente, em especial em países com alto índice de pessoas abaixo da linha da pobreza.
Os sul-africanos, antes mesmo do sorteio dos grupos, já questionavam o legado da competição para o país. "A conclusão geral é a de que a contribuição da Copa para o desenvolvimento econômico, incluindo turismo, geração de empregos e diminuição da pobreza, foi seguramente superestimada", escreveu Udesh Pillay, cientista social e autor de "Desenvolvimento e Sonhos: o Legado Urbano da Copa do Mundo de Futebol-2010".
Como exemplo, Pillay cita o impacto do Mundial no PIB sul-africano. Em 2004, a expectativa no país era a de que haveria um aumento de 1,4%. Recentes estimativas apontam crescimento de apenas 0,2 a 0,9%. (PC E RBU)


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