São Paulo, domingo, 06 de dezembro de 2009

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Espanha conquista bi na Davis com ovação

Dupla define vitória contra tchecos e década de glória

ROBERTO DIAS
EM BARCELONA

O primeiro a ser arremessado para o alto na festa do título espanhol na Copa Davis ontem não foi Rafael Nadal, a estrela. Nem David Ferrer, que conseguiu uma virada épica na sexta. Tampouco Feliciano López ou Fernando Verdasco, que selaram mais uma conquista do país ao derrotar a dupla tcheca.
"Ferrero, Ferrero", gritava a torcida em Barcelona enquanto seu time arrastava para o meio da quadra o homem que há nove anos foi o herói do primeiro título espanhol na Davis -e que ontem era reserva.
Juan Carlos Ferrero já liderou o ranking e ganhou Roland Garros. É ainda hoje o 23º melhor jogador do mundo. E passou os últimos dias recebendo afagos por aceitar a vaga numa cadeira ao lado da quadra. "Não é fácil escolher", justificou-se o capitão do time, Albert Costa. "Temos muitos jogadores."
A "dificuldade" de Costa, o único espanhol a ganhar a Davis dentro e fora da quadra, virou uma explicação fácil na boca de Nadal para falar sobre o sucesso de sua equipe: "A coisa mais importante é contar com bons jogadores", repetia o número dois do mundo.
O país, que não conquistou um título até 2000, ganhou ontem seu quarto triunfo, o segundo consecutivo. Desde a vitória sueca em 1998, nenhuma equipe tinha conseguido reter a saladeira de prata, como é conhecido o troféu da Davis.
A Espanha encerra a temporada com nove dos 50 mais bem colocados no ranking masculino, mais do que qualquer outro país. Há três décadas, havia só dois espanhóis entre os 50.
Os espanhóis têm tradição no tênis desde os anos 60, mas os bons resultados só se avolumaram a partir de meados década de 90, após muito investimento na formação de tenistas.
"Qualquer país que queira desenvolver jovens jogadores deveria observar o que a Espanha faz", disse ao jornal "El País" o ex-tenista Ivan Lendl, tcheco naturalizado americano que foi o número um do mundo nos anos 80. "Contrata ex-jogadores para ensinar aos jovens como viajar, como treinar, como jogar, o tempo todo. Isso exige muito dinheiro e tempo."
"O importante é que essa engrenagem não pare", afirmou ontem um dos maiores nomes do tênis espanhol, Manuel Orantes, à saída da quadra.
Minutos depois do título, o time espanhol já escutava cobranças pelo tricampeonato.
Dificilmente, porém, terá a sorte que teve neste ano. Porque pôde jogar todos os confrontos em casa -antes dos tchecos, enfrentou Sérvia, Alemanha e Israel e contou na final com o seu melhor jogador, Nadal, motivado depois de ter ficado fora do duelo na Argentina em 2008, por contusão.
O título sobre a República Tcheca chegou ontem às mãos da Espanha sem grande sobressalto. López e Verdasco conseguiram o terceiro ponto no confronto ao baterem a parceria formada pelos melhores tenistas tchecos, Radek Stepanek e Tomas Berdych. Descansada, a dupla espanhola venceu por 3 sets a 0 (7/6, 7/5 e 6/2).
O confronto final da Davis acaba hoje com as duas partidas finais de simples, que, com o 3 a 0 no placar, nada valem.


NA TV - Espanha x Rep. Tcheca
Sportv2, ao vivo, às 9h



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