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Espanha conquista bi na Davis com ovação
Dupla define vitória contra
tchecos e década de glória
ROBERTO DIAS
EM BARCELONA
O primeiro a ser arremessado para o alto na festa do título
espanhol na Copa Davis ontem
não foi Rafael Nadal, a estrela.
Nem David Ferrer, que conseguiu uma virada épica na sexta.
Tampouco Feliciano López ou
Fernando Verdasco, que selaram mais uma conquista do
país ao derrotar a dupla tcheca.
"Ferrero, Ferrero", gritava a
torcida em Barcelona enquanto seu time arrastava para o
meio da quadra o homem que
há nove anos foi o herói do primeiro título espanhol na Davis
-e que ontem era reserva.
Juan Carlos Ferrero já liderou o ranking e ganhou Roland
Garros. É ainda hoje o 23º melhor jogador do mundo. E passou os últimos dias recebendo
afagos por aceitar a vaga numa
cadeira ao lado da quadra. "Não
é fácil escolher", justificou-se o
capitão do time, Albert Costa.
"Temos muitos jogadores."
A "dificuldade" de Costa, o
único espanhol a ganhar a Davis dentro e fora da quadra, virou uma explicação fácil na boca de Nadal para falar sobre o
sucesso de sua equipe: "A coisa
mais importante é contar com
bons jogadores", repetia o número dois do mundo.
O país, que não conquistou
um título até 2000, ganhou ontem seu quarto triunfo, o segundo consecutivo. Desde a vitória sueca em 1998, nenhuma
equipe tinha conseguido reter a
saladeira de prata, como é conhecido o troféu da Davis.
A Espanha encerra a temporada com nove dos 50 mais bem
colocados no ranking masculino, mais do que qualquer outro
país. Há três décadas, havia só
dois espanhóis entre os 50.
Os espanhóis têm tradição
no tênis desde os anos 60, mas
os bons resultados só se avolumaram a partir de meados década de 90, após muito investimento na formação de tenistas.
"Qualquer país que queira
desenvolver jovens jogadores
deveria observar o que a Espanha faz", disse ao jornal "El
País" o ex-tenista Ivan Lendl,
tcheco naturalizado americano
que foi o número um do mundo
nos anos 80. "Contrata ex-jogadores para ensinar aos jovens
como viajar, como treinar, como jogar, o tempo todo. Isso
exige muito dinheiro e tempo."
"O importante é que essa engrenagem não pare", afirmou
ontem um dos maiores nomes
do tênis espanhol, Manuel
Orantes, à saída da quadra.
Minutos depois do título, o
time espanhol já escutava cobranças pelo tricampeonato.
Dificilmente, porém, terá a
sorte que teve neste ano. Porque pôde jogar todos os confrontos em casa -antes dos
tchecos, enfrentou Sérvia, Alemanha e Israel e contou na final com o seu melhor jogador,
Nadal, motivado depois de ter
ficado fora do duelo na Argentina em 2008, por contusão.
O título sobre a República
Tcheca chegou ontem às mãos
da Espanha sem grande sobressalto. López e Verdasco conseguiram o terceiro ponto no
confronto ao baterem a parceria formada pelos melhores tenistas tchecos, Radek Stepanek
e Tomas Berdych. Descansada,
a dupla espanhola venceu por 3
sets a 0 (7/6, 7/5 e 6/2).
O confronto final da Davis
acaba hoje com as duas partidas finais de simples, que, com
o 3 a 0 no placar, nada valem.
NA TV - Espanha x Rep. Tcheca
Sportv2, ao vivo, às 9h
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