|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TÊNIS
Quem vem neste ano?
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Roger Federer, Andy Roddick ou Juan Carlos Ferrero?
A temporada começa com essa
dúvida. É, certamente, o tira-teima que ficou engatilhado ao fim
do último ano. Cada um ganhou
um Grand Slam, cada um chegou
à liderança do ranking, mas nenhum deles tornou-se unanimidade mundial, pelo menos por
enquanto.
Roddick enfrentará um novo tipo de pressão. Se, até agora, levava nos ombros o peso de tornar-se
um jogador de verdade, tem, a
partir de hoje, a quase-obrigação
de não dar vexame.
Ferrero, sabe-se, buscará consagrar-se menos como um jogador
de saibro e mais como um jogador completo. A medalha olímpica é o desejo que tem.
Federer programou um calendário pesado para 2004. Jogará
mais de 20 torneios, sem contar
Davis, Olimpíada e partidas de
exibição. Atuará em Hong Kong,
na Austrália, no Oriente Médio,
na Europa, nos EUA...
Resumir a disputa pelo número
um a esses três, porém, é um erro.
Apesar de ter tido uma temporada só regular em 2003, Lleyton
Hewitt volta mais forte. Quando,
em um jantar em um barco pela
baía de Sydney, há 15 dias, pediu
a também tenista Kim Clijsters
em casamento, já tinha em mente
as prioridades neste ano: ganhar
pelo menos um Grand Slam e faturar de novo a Copa Davis. Para
ter mais força no Aberto dos EUA,
não vai nem à Olimpíada.
Outros retornos a serem conferidos: Tommy Haas, Marat Safin
e Guillermo Cañas.
Haas, 25, longe há 15 meses, recuperado de uma cirurgia delicada no ombro, volta à ativa já nestes primeiros meses. Mesmo fora
da lista de favoritos ao número
um até voltar a seu melhor ritmo,
Haas traz de volta mais brilho, talento e beleza às quadras.
Safin, 23, também volta depois
de seguidas contusões (desde
abril, sofreu com um problema no
pulso esquerdo). Com sete derrotas nos sete últimos jogos do ano
passado, o russo vem babando.
Objetivo: voltar ao top ten.
Cañas, 26, começará o ano em
torneios challengers, já que disputou só cinco eventos em 2003 e
caiu para o 272º posto no ranking. Mas, recuperado também
de uma lesão no pulso, não tardará a voltar aos principais torneios.
Guillermo Coria, meros 21, mas
agora casado, Andre Agassi, espantosos 33, mas agora pai pela
segunda vez, e Tim Henman, já
29, mas agora com seu novo técnico, Paul Annacone, são as apostas para quem acredita que motivação vai fazer diferença.
A temporada ainda terá de interessante a busca de Gustavo
Kuerten por um tão esperado título no saibro. Roland Garros é o
objetivo neste semestre. Antes, porém, tem a série de torneios latino-americanos e os Masters Series no seu piso predileto.
Teremos surpresas durante a
temporada, claro, como em todos
os anos. Com um circuito tão
competitivo, novos Martin Verkerks pipocarão, lá ou cá. E aí
também estará a graça deste ano.
De quebra, para quem curte tênis, tem Patrick Rafter jogando
duplas neste início de ano. Afinal
de contas, essa temporada promete ou não promete?
Entre elas
No feminino, por mais uma temporada abre-se a bolsa de apostas
para ver quem desbanca as irmãs Williams. Até agora, elas só foram
paradas por decisões próprias, de não jogar este ou aquele torneio.
Entre nós
Flávio Saretta abre sua primeira temporada com posição no ranking
e pontos a defender. Ainda há, porém, espaço para subir ainda mais.
André Sá, por outro lado, tem como meta mostrar que 2002, quando
chegou às quartas em Wimbledon, não foi um acidente.
Entre a gente
Um bom programa para esta semana é o Challenger de São Paulo, no
parque Villa-Lobos. Belo programa para o fim de semana.
E-mail reandaku@uol.com.br
Texto Anterior: Danilo assina com São Paulo e irrita Goiás Próximo Texto: Futebol - Tostão: Parreira não vai gostar Índice
|