São Paulo, quarta-feira, 07 de janeiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TÊNIS

Quem vem neste ano?

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Roger Federer, Andy Roddick ou Juan Carlos Ferrero?
A temporada começa com essa dúvida. É, certamente, o tira-teima que ficou engatilhado ao fim do último ano. Cada um ganhou um Grand Slam, cada um chegou à liderança do ranking, mas nenhum deles tornou-se unanimidade mundial, pelo menos por enquanto.
Roddick enfrentará um novo tipo de pressão. Se, até agora, levava nos ombros o peso de tornar-se um jogador de verdade, tem, a partir de hoje, a quase-obrigação de não dar vexame.
Ferrero, sabe-se, buscará consagrar-se menos como um jogador de saibro e mais como um jogador completo. A medalha olímpica é o desejo que tem.
Federer programou um calendário pesado para 2004. Jogará mais de 20 torneios, sem contar Davis, Olimpíada e partidas de exibição. Atuará em Hong Kong, na Austrália, no Oriente Médio, na Europa, nos EUA...
Resumir a disputa pelo número um a esses três, porém, é um erro.
Apesar de ter tido uma temporada só regular em 2003, Lleyton Hewitt volta mais forte. Quando, em um jantar em um barco pela baía de Sydney, há 15 dias, pediu a também tenista Kim Clijsters em casamento, já tinha em mente as prioridades neste ano: ganhar pelo menos um Grand Slam e faturar de novo a Copa Davis. Para ter mais força no Aberto dos EUA, não vai nem à Olimpíada.
Outros retornos a serem conferidos: Tommy Haas, Marat Safin e Guillermo Cañas.
Haas, 25, longe há 15 meses, recuperado de uma cirurgia delicada no ombro, volta à ativa já nestes primeiros meses. Mesmo fora da lista de favoritos ao número um até voltar a seu melhor ritmo, Haas traz de volta mais brilho, talento e beleza às quadras.
Safin, 23, também volta depois de seguidas contusões (desde abril, sofreu com um problema no pulso esquerdo). Com sete derrotas nos sete últimos jogos do ano passado, o russo vem babando. Objetivo: voltar ao top ten.
Cañas, 26, começará o ano em torneios challengers, já que disputou só cinco eventos em 2003 e caiu para o 272º posto no ranking. Mas, recuperado também de uma lesão no pulso, não tardará a voltar aos principais torneios.
Guillermo Coria, meros 21, mas agora casado, Andre Agassi, espantosos 33, mas agora pai pela segunda vez, e Tim Henman, já 29, mas agora com seu novo técnico, Paul Annacone, são as apostas para quem acredita que motivação vai fazer diferença.
A temporada ainda terá de interessante a busca de Gustavo Kuerten por um tão esperado título no saibro. Roland Garros é o objetivo neste semestre. Antes, porém, tem a série de torneios latino-americanos e os Masters Series no seu piso predileto.
Teremos surpresas durante a temporada, claro, como em todos os anos. Com um circuito tão competitivo, novos Martin Verkerks pipocarão, lá ou cá. E aí também estará a graça deste ano.
De quebra, para quem curte tênis, tem Patrick Rafter jogando duplas neste início de ano. Afinal de contas, essa temporada promete ou não promete?

Entre elas
No feminino, por mais uma temporada abre-se a bolsa de apostas para ver quem desbanca as irmãs Williams. Até agora, elas só foram paradas por decisões próprias, de não jogar este ou aquele torneio.

Entre nós
Flávio Saretta abre sua primeira temporada com posição no ranking e pontos a defender. Ainda há, porém, espaço para subir ainda mais. André Sá, por outro lado, tem como meta mostrar que 2002, quando chegou às quartas em Wimbledon, não foi um acidente.

Entre a gente
Um bom programa para esta semana é o Challenger de São Paulo, no parque Villa-Lobos. Belo programa para o fim de semana.

E-mail reandaku@uol.com.br


Texto Anterior: Danilo assina com São Paulo e irrita Goiás
Próximo Texto: Futebol - Tostão: Parreira não vai gostar
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.