São Paulo, domingo, 07 de janeiro de 2007

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Brasil vê fantasma em torneio sub-20

Mudança às pressas da Conmebol põe mais risco na classificação do futebol masculino para a Olimpíada de Pequim

Sul-Americano do Paraguai larga como Pré-Olímpico sub-23 pegando a equipe nacional, pressionada por ouro inédito, de surpresa

André Cristaldo/Efe
Toselli (esq.) e Grondona em treino do Chile, rival de hoje do Brasil no Sul-Americano sub-20


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A maior obsessão do futebol brasileiro, ganhar a inédita medalha de ouro olímpica, passa a partir de hoje pelo antes pouco citado Sul-Americano sub-20.
O torneio júnior, que neste ano acontece no Paraguai, vê hoje a estréia brasileira contra o Chile com uma visibilidade única em sua história. A Conmebol, pouco antes do Natal, decidiu acabar com o Pré-Olímpico sub-23 e fez da competição para adolescentes um qualificatório de luxo para os Jogos de Pequim de 2008.
A entidade que rege o futebol sul-americano, que aponta em site para ""o melhor de todos os torneios sub-20", pegou tanto de surpresa a CBF que o técnico da seleção nacional, Nélson Rodrigues, não viaja ao Paraguai seguro de que estará em jogo uma vaga na Olimpíada.
À Folha, ele disse que prefere deixar para a CBF esse assunto, pois não acredita totalmente na mudança de última hora adotada pela Conmebol.
O Pré-Olímpico virou meio um trauma para o Brasil após os fracassos nos qualificatórios para os Jogos de Barcelona, em 1992, e de Atenas, em 2006. Mesmo com Diego, Robinho e outras estrelas de uma badalada geração, o Brasil naufragou bisonhamente no último Pré-Olímpico, disputado em 2004.
Agora, uma nova equipe de jovens festejados, que conta com Alexandre Pato e Luiz Adriano, autores de gols pelo Inter no Mundial de Clubes, e Lucas, gremista que foi um dos grandes destaques do Brasileiro-2006, ganha em poucos dias a missão de pegar uma das vagas para a Olimpíada chinesa.
São apenas duas vagas na América do Sul para os Jogos. E, historicamente, o Sul-Americano sub-20 oferece até mais risco para a seleção brasileira do que o Pré-Olímpico sub-23.
No extinto torneio, o Brasil ficou nas duas primeiras posições em 75% das edições disputadas. Já na disputa continental sub-20, a seleção ocupou os dois primeiros postos em 68,1% dos certames realizados.
Nas duas últimas edições do Sul-Americano júnior, o Brasil não voltou com a taça. A Colômbia é a atual campeã. O torneio sub-20 da Conmebol já viu, aliás, cinco campeões diferentes -o Pré-Olímpico sub-23 teve amplo domínio de Argentina e Brasil na história e registrou apenas três países campeões por causa de um esporádico e surpreendente título paraguaio em casa em 1992.
Agora, além do novamente anfitrião Paraguai, são vários os obstáculos. Um torneio que teria pouco destaque e que serviria mais para o Brasil garantir passagem para o Mundial sub-20 (os quatro mais bem colocados se classificam para essa disputa) vira o centro das atenções do país no mesmo mês da Copa São Paulo júnior.
Dunga, técnico que tem chamado jogadores com idade olímpica para a seleção principal e que cogitava comandar a equipe nacional no Pré-Olímpico, promete acompanhar de perto o time no Paraguai. E a campanha brasileira terá uma ampla cobertura televisiva.
A seleção sub-20, que teve que treinar forte na virada do ano (jogadores tiveram folga mais no Natal), perdeu jogadores, como Ji Paraná (contundido) e Felipe (suspenso por doping), e não chegou a empolgar em amistosos preparatórios.

NA TV - Brasil x Chile
Bandeirantes e ESPN Brasil, 20h45




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