São Paulo, domingo, 07 de março de 2004

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OUTRO LADO

Abrabin alega que cálculo não é sua atribuição

DA REPORTAGEM LOCAL

Indagada pela Folha sobre a discrepância dos valores divulgados pelos bingos e dos contabilizados pelas entidades esportivas, a Abrabin isentou-se de responsabilidade, limitando-se a dizer, por intermédio de sua assessoria, que os cálculos são uma atribuição de cada casa de bingo.
Olavo Sales da Silveira, presidente da Abrabin, afirmou à reportagem que iria se manifestar por telefone a partir das 19h30 de sexta-feira, assim que concluísse sua participação em um encontro de representantes de bingos, mas não o fez.
Já a advogada da entidade recusou-se a comentar o caso e disse que o único que poderia falar sobre o assunto era o próprio Silveira, mas que ele só estaria disponível amanhã.
Dirigentes esportivos, no entanto, alegam que, independentemente do valor repassado ao esporte, os recursos provenientes do bingo sempre foram muito importantes.
Gilberto Bulcão, diretor de marketing da Confederação Brasileira de Taekwondo, diz que ""sem a ajuda deles não teríamos sobrevivido".
""A confederação tinha três casas e precisava comprovar a idoneidade de suas contas anualmente à Loterj. Mesmo depois da Lei Piva [verba das loterias que vai para o esporte olímpico e paraolímpico], quando, por alguma razão, o pagamento dos bingos atrasava, ferrava toda a nossa contabilidade", declarou o dirigente.
""O bingo fez muito bem para o esporte. Se voltar com fiscalização eficiente, vamos pensar em retomar as parcerias", afirmou João Tomasini Schwertner, presidente da Confederação Brasileira de Canoagem.
Já Luís Barreto, presidente da Confederação Brasileira de Badminton, preferiu partir para o ataque.
""A corrupção não está nos bingueiros, mas nos políticos. Exigem caixinha dos bingueiros, e os empresários de jogo que são culpados? Quem não presta é o jogo ou são os políticos? É lamentável. Só nosso bingo recolhia anualmente R$ 1 milhão de impostos para o governo", declarou. (EO, JCA E LF)

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