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RÉGIS ANDAKU
Zona
Tenista que vence, mas não leva, causa o maior vaivém das regras do tênis; e o dirigente que foi e voltou passa vergonha
J
OGO DURO , adversário de alto
nível, torcida contra. A vida do
argentino Juan Martin del Potro não estava fácil. Para piorar, a
classificação para as quartas-de-final do Torneio de Las Vegas estava
escapando.
Do outro lado, James Blake crescia. Apoiado pela torcida e pela confiança, garantia a vitória, estava perto de fechar o jogo e assegurar a vaga.
Com dificuldade para respirar, no
frio do meio do deserto, Del Potro
abandona o quinto game do segundo set. Faz parte: abandono não era
novidade, não fora a primeira, nem
seria a última no tênis. Seria, isso
sim, histórica.
Primeiro, a dúvida sobre o que fazer nesse caso na nova regra da ATP,
em torneios em que, além da fase de
chave eliminatória, existe a fase de
grupos, todos contra todos.
A regra parece clara: jogos em que
um dos tenistas abandona antes de
seu encerramento não vale para
contagem da classificação. Ou seja,
Blake ganhara, mas não levara.
Sem Del Potro, ficava apenas o
único jogo entre os outros dois "sobreviventes": Ievguêni Korolev 2 x 0
James Blake. A vaga era do jovem
russo, isso estava na cara.
Mas "ei!", pensa uma cabeça iluminada da organização: "Nosso ídolo será eliminado? O tenista para
quem todos estavam torcendo não
joga mais? O outro abandonou, e
quem ganhou vai ficar fora? Esse regulamento parece ridículo, não?".
O presidente da ATP, meio dormindo, meio acordado, tarde da noite, concorda, e então as regras são alteradas. "Elas não estavam muito
bem explicadas", justifica o dirigente. Blake, então, avança, o show continua, a torcida agradece, os organizarem respiram aliviados, e todos
dormem felizes -exceto pelo russo
e pelo argentino.
Mas, novamente, "ei!", alguma cabeça iluminada pensa: "Mudar a regra no meio não vale!". E o entendimento inicial volta. "Nenhuma mudança pode ser feita nem pelo presidente da ATP sem a aprovação do
conselho", fica explicado.
Na manhã seguinte, Blake está fora, Korolov, que, eliminado, havia
ido dormir no meio da madrugada,
deve entrar em quadra.
A torcida não sabe mais para
quem torcer, os organizadores voltam frustrados, a confusão se instaura, as piadas começam a rolar, e o
presidente da ATP passa vergonha.
"Se um tenista qualquer, em vez
de um americano em um torneio
nos EUA, tivesse sido eliminado, será que alguém acordaria o presidente da ATP para discutir regras?",
questionou Marat Safin. "Ele se
queimou", disse Roger Federer. "Ridículo", classificou Lleyton Hewitt.
Mas calma: ainda faltam oito torneios com regras confusas para animar o circuito profissional.
Quando assumiu a ATP, o ex-Disney Etienne de Villiers dizia que o
objetivo era fazer do circuito um
show à parte.
Alguém duvida de que ele está seguindo essa regra à risca?
MENTOR
Tem o dedo de Larri Passos, claro, o
melhor desempenho técnico e a
atitude mais vencedora de Gustavo
Kuerten.
CIRCUITO UNIMED
Tiago Slonik, Andressa Garcia (18
anos), Thiago Mastroiani, Raquel
Piltcher (16), Thiago Pinheiro,
Priscila Garcia (14), Leonardo Mamede e Leciane Silva (12 anos) foram os campeões da segunda etapa,
no Joinville Tênis Clube.
TÍTULO INESQUECÍVEL
Ana Clara Duarte tinha 6/3 e 5/3 e
sacava em 40/15 para bater Nathalia Rossi e ficar com o título do Future de Benin (Nigéria), no domingo. Travou, e Rossi virou o game e o
set como abriu 5/0 e 40/15 no terceiro set. Aí foi a vez de Rossi travar, e Duarte virou o game, o set e o
jogo. Final: Duarte 6/3, 5/7 e 7/5.
reandaku@uol.com.br
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