São Paulo, sexta-feira, 07 de abril de 2006

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FUTEBOL

Preocupado com superlotação da Vila no domingo, clube pede reforço à PM e liberação do sinal de TV para a Baixada

Santos esgota ingressos e teme invasões

TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

Em pouco menos de quatro horas, os 17 mil ingressos para o jogo entre Santos e Portuguesa se esgotaram, ontem. Houve tumulto entre torcedores e policiais na Vila Belmiro e no escritório do clube em São Paulo. Algumas pessoas passaram mal com o aglomerado. A procura fez o Santos temer incidentes no jogo que pode tirá-lo da fila de 21 anos no Paulista. Ontem, o presidente do clube, Marcelo Teixeira, convocou uma reunião com a Polícia Militar para otimizar o esquema de segurança proposto para a decisão. Cerca de 400 homens trabalharão no jogo -há a chance de o efetivo crescer com homens da capital paulista. O receio do Santos é que haja uma invasão de torcedores sem ingressos na Vila Belmiro antes da partida de domingo. Outra medida adotada por Teixeira foi pedir a conselheiros e associados que evitem o acesso ao estádio de parentes e convidados portando somente credenciais. Para também evitar tumultos pré-jogo, o Santos solicitou à TV Globo a liberação das imagens da partida contra a Portuguesa também para a Baixada Santista. O jogo previsto para a região é Ituano x São Paulo, em Mogi Mirim. Teixeira pediu ao presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, que intercedesse junto à Globo para que a medida fosse colocada em prática. O prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa, e a polícia local também entraram em contato com a emissora, argumentando que a liberação do sinal era uma questão de segurança pública. O problema é o contrato que o clube assinou com a Globo e o setor de pay-per-view, cuja partida de domingo integra o pacote. A Globo informou que, por questões técnicas, a transmissão ou não precisa ser decidida hoje. O Santos vinha tomando precauções antes mesmo do rápido esgotamento dos ingressos. Tanto que colocou 3.000 bilhetes a menos que a capacidade total da Vila Belmiro, que é de 20 mil pessoas. Segundo o clube, a venda correu sem casos graves de violência. Ao menos 10 mil dos 17 mil bilhetes colocados à venda não foram para os guichês da Vila Belmiro: 5.000 foram reservados para sócios, 3.000 foram cadeiras compradas por patrocinadores, mil foram enviados para venda em São Paulo, 500 foram para um dos patrocinadores e outros 500 para a torcida da Portuguesa. No escritório do Santos em São Paulo, os ingressos acabaram em dez minutos -à noite, o clube recuou e disse que o período foi maior, mas sem detalhar quanto, após ter sido confrontado pela Folha, que ouviu um especialista em venda de ingressos, para quem seria impossível vender 8.000 bilhetes no prazo inicialmente informado. Um número não divulgado de entradas foi enviado para as torcidas organizadas. As filas, que chegaram a dar três voltas ao redor da Vila Belmiro, começaram às 6h. No término da venda, perto das 13h, os torcedores que estavam nas filas se revoltaram e protestaram até as 16h. Alguns tentaram invadir a Vila, mas foram contidos pela PM, que estimou entre 3.000 e 5.000 pessoas o número de fãs que passaram pelo estádio.


Com a Agência Folha, em Santos

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