|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Nenhum clube quer ser vassalo", afirma Koff
Presidente do C13 ataca CBF
e candidatura de Kléber Leite
EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC
Surpreso com a articulação
da chapa encabeçada por Kléber Leite e apoiada pela CBF
para tomar o poder no Clube
dos 13, o presidente da entidade, Fábio Koff, reagiu com força e atacou seus opositores.
Ontem, após a realização da
assembleia que ratificou a antecipação da eleição à presidência da entidade para a próxima
segunda-feira, Koff falou pela
primeira vez sobre o assunto.
"Toda vez que sou desafiado,
me supero. Me surpreendi
[com a candidatura de Leite].
Um ato dessa natureza é prejudicial aos clubes", disse o gaúcho, que preside o C13, entidade que reúne os 20 principais
clubes do país, desde 1996.
Certo de que será reeleito para um mandato de mais três
anos, Koff diz que a candidatura do flamenguista é um retrocesso nos avanços alcançados
pelos clubes, principalmente
no que se refere ao contrato de
cessão de direitos para a TV.
"Foi um erro estratégico
grande essa candidatura, mas
estou confortável porque nenhum clube quer mais ser vassalo", afirmou o cartola, em clara referência à CBF.
O apoio de Ricardo Teixeira a
Kléber Leite é visto como uma
maneira de fortalecer a Globo
na negociação para o novo contrato do Brasileiro. O atual se
encerra no final de 2011, mas as
negociações para o próximo
triênio começam já neste ano.
Com Leite, avaliam cartolas,
a Globo teria mais poder na negociação e não gastaria tanto.
Caso Koff vença, apoiadores
de Leite declaram que Teixeira
pode até tomar o contrato da
televisão dos clubes, como fez
com a FBA, que administrava a
Série B do Brasileiro.
"Não tem a mínima hipótese
de isso acontecer. O Clube dos
13 é uma entidade constituída,
reconhecida internacionalmente, com assento na ECA
[entidade que congrega os principais clubes europeus]. Foi-se
o tempo do rei do vassalo", afirmou o presidente do C13.
"Quando assumi, o contrato
com a TV, que era gerido pela
CBF, era de apenas R$ 10,8 milhões. Hoje é de R$ 500 milhões. Não há nada, nem na
Bolsa de Valores, que tenha
crescido tanto nesse período",
falou o dirigente, aproveitando
o assunto para alfinetar novamente o oposicionista Leite.
Segundo ele, há conflito de
interesses pelo fato de seu adversário manter negócios com
a CBF e com a própria Globo.
"Quando sentamos à mesa de
negociação, existem dois lados.
Cada um tem o seu. Como é que
ele poderá negociar sentado do
mesmo lado do balcão com a
outra parte?", indagou Koff.
O presidente do C13 não quis
se colocar em uma posição conflitante com a Globo, que nega
apoio a Leite mas, informalmente, torce pelo candidato de
Ricardo Teixeira. "A Globo tem
sido de uma isenção incrível.
Tem tido uma postura corretíssima nesse episódio", declarou
o gremista Koff, acrescentando
que a candidatura de Leite não
tem legitimidade.
"Com todo respeito, ele é um
candidato avulso, sem legenda.
Se o Flamengo, que é o clube
que ele presidiu, me apoia, é estranho. Imagine se o Grêmio,
que é o meu clube, não me
apoiasse. Como posso ser candidato se o clube que me conhece não me apoia?", completou o
cartola gaúcho, que afirma contar com ao menos 15 votos.
Texto Anterior: Império contra-ataca: Manchester United joga pela Inglaterra hoje Próximo Texto: Falha contra pequenos complica o Corinthians Índice
|