São Paulo, quarta-feira, 07 de abril de 2010

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"Nenhum clube quer ser vassalo", afirma Koff

Presidente do C13 ataca CBF e candidatura de Kléber Leite

EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC

Surpreso com a articulação da chapa encabeçada por Kléber Leite e apoiada pela CBF para tomar o poder no Clube dos 13, o presidente da entidade, Fábio Koff, reagiu com força e atacou seus opositores.
Ontem, após a realização da assembleia que ratificou a antecipação da eleição à presidência da entidade para a próxima segunda-feira, Koff falou pela primeira vez sobre o assunto.
"Toda vez que sou desafiado, me supero. Me surpreendi [com a candidatura de Leite]. Um ato dessa natureza é prejudicial aos clubes", disse o gaúcho, que preside o C13, entidade que reúne os 20 principais clubes do país, desde 1996.
Certo de que será reeleito para um mandato de mais três anos, Koff diz que a candidatura do flamenguista é um retrocesso nos avanços alcançados pelos clubes, principalmente no que se refere ao contrato de cessão de direitos para a TV.
"Foi um erro estratégico grande essa candidatura, mas estou confortável porque nenhum clube quer mais ser vassalo", afirmou o cartola, em clara referência à CBF.
O apoio de Ricardo Teixeira a Kléber Leite é visto como uma maneira de fortalecer a Globo na negociação para o novo contrato do Brasileiro. O atual se encerra no final de 2011, mas as negociações para o próximo triênio começam já neste ano.
Com Leite, avaliam cartolas, a Globo teria mais poder na negociação e não gastaria tanto.
Caso Koff vença, apoiadores de Leite declaram que Teixeira pode até tomar o contrato da televisão dos clubes, como fez com a FBA, que administrava a Série B do Brasileiro.
"Não tem a mínima hipótese de isso acontecer. O Clube dos 13 é uma entidade constituída, reconhecida internacionalmente, com assento na ECA [entidade que congrega os principais clubes europeus]. Foi-se o tempo do rei do vassalo", afirmou o presidente do C13.
"Quando assumi, o contrato com a TV, que era gerido pela CBF, era de apenas R$ 10,8 milhões. Hoje é de R$ 500 milhões. Não há nada, nem na Bolsa de Valores, que tenha crescido tanto nesse período", falou o dirigente, aproveitando o assunto para alfinetar novamente o oposicionista Leite.
Segundo ele, há conflito de interesses pelo fato de seu adversário manter negócios com a CBF e com a própria Globo.
"Quando sentamos à mesa de negociação, existem dois lados. Cada um tem o seu. Como é que ele poderá negociar sentado do mesmo lado do balcão com a outra parte?", indagou Koff.
O presidente do C13 não quis se colocar em uma posição conflitante com a Globo, que nega apoio a Leite mas, informalmente, torce pelo candidato de Ricardo Teixeira. "A Globo tem sido de uma isenção incrível. Tem tido uma postura corretíssima nesse episódio", declarou o gremista Koff, acrescentando que a candidatura de Leite não tem legitimidade.
"Com todo respeito, ele é um candidato avulso, sem legenda. Se o Flamengo, que é o clube que ele presidiu, me apoia, é estranho. Imagine se o Grêmio, que é o meu clube, não me apoiasse. Como posso ser candidato se o clube que me conhece não me apoia?", completou o cartola gaúcho, que afirma contar com ao menos 15 votos.


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