São Paulo, terça-feira, 07 de maio de 2002

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Com Vampeta, Brasil terá 1 reserva na zaga

DO ENVIADO AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO

A seleção brasileira com três zagueiros de Luiz Felipe Scolari levará só um reserva para o setor, a princípio Edmílson.
Quem ganhou com a decisão do técnico foi o volante Vampeta, maior surpresa da convocação de ontem, que entrou no lugar do que, há alguns meses, seria o quinto zagueiro do grupo -Juan ou Cris, ambos desprezados.
Vampeta, um dos recordistas em jogos pela seleção nas eliminatórias, só se tornou uma novidade ontem graças ao próprio Scolari, que o havia desprezado nas últimas convocações da equipe.
Após o empate em 1 a 1 com Portugal, no mês passado, o treinador praticamente fechara as portas para o volante, quando, questionado sobre a ausência do corintiano, disse: "Chamei o Kleberson e estou satisfeito com ele".
Contribuiu para a mudança de idéia a possibilidade de usar o volante Gilberto Silva na zaga, setor em que o jogador já atuou.
Mas, mais que tudo, Scolari temeu a inexperiência de Gilberto Silva e Kleberson, os outros dois volantes convocados além de Emerson, confirmado ontem como o capitão da seleção.
"O Vampeta é um jogador com mais experiência, com um conhecimento muito grande em termos mundiais e tem uma capacidade de se integrar ao grupo muito boa", justificou o técnico.
Ao listar os 23 relacionados por posição, Scolari deixou claro ontem onde pretende que cada um ataque. O meia-atacante Rivaldo, por exemplo, foi convocado apenas como atacante. Já Ronaldinho, atacante que às vezes atua na armação, será, pela nomenclatura de Scolari, "meia-atacante", assim como Kaká e Juninho.
A convocação do jogador do Flamengo também foi recebida por muitos com espanto, pois há muito Juninho não tem atuado bem -nem pelo clube nem pela seleção. Scolari, entretanto, o considera bom para a "família" e muito disciplinado taticamente.
Kaká era outro que até ontem não estava garantido na lista, não apenas pela inexperiência, mas por não ter se destacado nos jogos que disputou na seleção.
Pelo grande talento, virou, porém, uma promessa de Scolari e pode ser lançado aos poucos na Copa do Mundo pelo técnico.
Pela classificação de Scolari, o time que vai ao Mundial não terá, portanto, nenhum meia típico. Os três atletas do setor têm, segundo o técnico, capacidade e chance de serem deslocados para o ataque.
No grupo do Mundial, serão três goleiros, quatro zagueiros, quatro alas/laterais, quatro volantes, três meia-atacantes e cinco atacantes. A opção de Scolari pelo sistema 3-5-2 (três zagueiros, cinco jogadores no meio-campo, sendo dois alas, e dois atacantes), criou uma situação curiosa na seleção: historicamente frágil, a zaga brasileira é o setor com mais especialistas no time titular.
Na entrevista de ontem, o treinador afirmou que poderá usar Edílson como ponta direita e Denílson na esquerda quando quiser jogar aberta e ofensivamente.
Scolari, que já atribuiu a adoção do 3-5-2 a dificuldades de marcação de Cafu, voltou a dizer que deve manter o sistema para a Copa porque considera que os laterais brasileiros avançam demais e deixam a defesa descoberta.
Mas repetiu que testará variações e deverá utilizá-las na Copa do Mundo. "Não é o sistema que ganha jogo, são os atletas." (FÁBIO VICTOR E SÉRGIO RANGEL)

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