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Com Vampeta, Brasil terá 1 reserva na zaga
DO ENVIADO AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO
A seleção brasileira com três zagueiros de Luiz Felipe Scolari levará só um reserva para o setor, a
princípio Edmílson.
Quem ganhou com a decisão do
técnico foi o volante Vampeta,
maior surpresa da convocação de
ontem, que entrou no lugar do
que, há alguns meses, seria o
quinto zagueiro do grupo -Juan
ou Cris, ambos desprezados.
Vampeta, um dos recordistas
em jogos pela seleção nas eliminatórias, só se tornou uma novidade
ontem graças ao próprio Scolari,
que o havia desprezado nas últimas convocações da equipe.
Após o empate em 1 a 1 com
Portugal, no mês passado, o treinador praticamente fechara as
portas para o volante, quando,
questionado sobre a ausência do
corintiano, disse: "Chamei o Kleberson e estou satisfeito com ele".
Contribuiu para a mudança de
idéia a possibilidade de usar o volante Gilberto Silva na zaga, setor
em que o jogador já atuou.
Mas, mais que tudo, Scolari temeu a inexperiência de Gilberto
Silva e Kleberson, os outros dois
volantes convocados além de
Emerson, confirmado ontem como o capitão da seleção.
"O Vampeta é um jogador com
mais experiência, com um conhecimento muito grande em termos
mundiais e tem uma capacidade
de se integrar ao grupo muito
boa", justificou o técnico.
Ao listar os 23 relacionados por
posição, Scolari deixou claro ontem onde pretende que cada um
ataque. O meia-atacante Rivaldo,
por exemplo, foi convocado apenas como atacante. Já Ronaldinho, atacante que às vezes atua na
armação, será, pela nomenclatura
de Scolari, "meia-atacante", assim
como Kaká e Juninho.
A convocação do jogador do
Flamengo também foi recebida
por muitos com espanto, pois há
muito Juninho não tem atuado
bem -nem pelo clube nem pela
seleção. Scolari, entretanto, o considera bom para a "família" e
muito disciplinado taticamente.
Kaká era outro que até ontem
não estava garantido na lista, não
apenas pela inexperiência, mas
por não ter se destacado nos jogos
que disputou na seleção.
Pelo grande talento, virou, porém, uma promessa de Scolari e
pode ser lançado aos poucos na
Copa do Mundo pelo técnico.
Pela classificação de Scolari, o time que vai ao Mundial não terá,
portanto, nenhum meia típico. Os
três atletas do setor têm, segundo
o técnico, capacidade e chance de
serem deslocados para o ataque.
No grupo do Mundial, serão
três goleiros, quatro zagueiros,
quatro alas/laterais, quatro volantes, três meia-atacantes e cinco
atacantes. A opção de Scolari pelo
sistema 3-5-2 (três zagueiros, cinco jogadores no meio-campo,
sendo dois alas, e dois atacantes),
criou uma situação curiosa na seleção: historicamente frágil, a zaga brasileira é o setor com mais
especialistas no time titular.
Na entrevista de ontem, o treinador afirmou que poderá usar
Edílson como ponta direita e Denílson na esquerda quando quiser
jogar aberta e ofensivamente.
Scolari, que já atribuiu a adoção
do 3-5-2 a dificuldades de marcação de Cafu, voltou a dizer que deve manter o sistema para a Copa
porque considera que os laterais
brasileiros avançam demais e deixam a defesa descoberta.
Mas repetiu que testará variações e deverá utilizá-las na Copa
do Mundo. "Não é o sistema que
ganha jogo, são os atletas."
(FÁBIO VICTOR E SÉRGIO RANGEL)
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