São Paulo, domingo, 07 de maio de 2006

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"Fair play" deu lugar a desdém

DA REPORTAGEM LOCAL

Em um intervalo de apenas seis anos, o Irã deu um dos maiores exemplos de "fair play" e de desprezo ao espírito esportivo na história do esporte moderno.
Na Copa da França-1998, deixou de lado a rivalidade história com os EUA e, antes do duelo entre os dois times, trocou abraços e presentes com os adversários.
Em 2004, o outro extremo. O judoca Arash Miresmaeili deliberadamente ultrapassou o limite de peso de sua categoria para não enfrentar o israelense Ehud Vaks, que havia sido sorteado para enfrentá-lo na primeira luta dos Jogos Olímpicos de Atenas.
Josué Moraes, brasileiro e membro da Comissão Desportiva da Federação Internacional de Judô na competição, narra a repercussão do caso na ocasião. Ele era um dos encarregados de acompanhar as pesagens dos competidores.
"As autoridades da FIJ ficaram impressionadas com o impacto negativo que o fato poderia ter no torneio olímpico. Um judoca não passar na balança é uma aberração em uma Olimpíada", diz.
O período entre as ações coincide com a ascensão e o ocaso do projeto do ex-presidente Mohammad Khatami, um clérigo moderado que desafiou a autoridade dos líderes religiosos e foi derrotado, como mostrou a eleição de Mahmoud Ahmadinejad.
Eleito em 1997, Khatami foi o primeiro presidente iraniano a visitar a sede da ONU, em Nova York, desde a Revolução Islâmica de 1979. (LF)


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