São Paulo, segunda-feira, 07 de maio de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

análise

Novato marca e alivia FPF na final "errada"

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

O gol de Moraes perto do final do jogo e o público de 60 mil pessoas no Morumbi evitaram que a lista de dissabores acumulados pela FPF no Estadual deste ano fosse ainda maior.
Justamente numa edição em que Marco Polo Del Nero precisava fazer seu campeonato ganhar visibilidade, pouca coisa saiu como ele queria.
Um torneio impecável serviria para impressionar a CBF. Justificar as datas a mais dadas aos criticados regionais. Del Nero foi um do cartolas que mais se esforçaram para isso.
Fazer bonito para a confederação também era importante no projeto paulista de receber a abertura ou a final da Copa-14.
Outro motivo para uma disputa empolgante era justificar a Globo ter injetado mais dinheiro na competição, ao cobrir proposta da Record.
Porém os pontos idealizados por Del Nero para lustrar sua competição ruíram um a um.
A principal novidade, a criação do título do interior, que deixou claro o molde do campeonato voltado para priorizar os grandes, fez água.
Del Nero passou pelo constrangimento de explicar como o Guaratinguetá pode ser o vencedor do interior se terminou atrás do valente Bragantino e do vice-campeão São Caetano.
Com um único grande, viu as rendas dos mata-matas definharem.
Amargou ainda o fracasso do cadastramento das organizadas. Do lançamento com pompa, ao lado do ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., até hoje nenhum torcedor violento reconhecido pelo cadastro foi afastado. Nem os que lançaram privadas nas arquibancadas da Vila Belmiro, no clássico entre Santos e São Paulo, diante dele e do próprio ministro.
A FPF ainda criou problemas. Comprou equipamentos que deveriam ser pagos pelo ministério antes de ser feita licitação. Del Nero passou então a culpar a demora nas licitações pelo fato de o cadastramento não decolar.
Mas, mesmo diante de tantos obstáculos, o cartola da FPF não dá o braço a torcer. Defende os clubes da capital. Diz que a culpa é dos times pequenos, alguns incapazes de reunir mais de 500 torcedores em suas partidas.
E já aproveita para justificar um investimento na região na edição de 2008. Tentará vender ingressos de jogos longe da capital para empresas. Elas usariam os bilhetes em promoções com seus clientes.
Como se tudo tivesse saído dentro do programado, Del Nero assegura que a fórmula atual será mantida enquanto ele for o presidente. Ou seja, por pelo menos mais três edições, o Paulista tem que ser só de grandes.


Texto Anterior: Prata da casa sai do banco para fazer gol do título
Próximo Texto: [+]Apito: Juízes são elogiados por dirigente
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.