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análise
Novato marca e alivia FPF na final "errada"
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
O gol de Moraes perto
do final do jogo e o público
de 60 mil pessoas no Morumbi evitaram que a lista
de dissabores acumulados
pela FPF no Estadual deste ano fosse ainda maior.
Justamente numa edição em que Marco Polo
Del Nero precisava fazer
seu campeonato ganhar
visibilidade, pouca coisa
saiu como ele queria.
Um torneio impecável
serviria para impressionar
a CBF. Justificar as datas a
mais dadas aos criticados
regionais. Del Nero foi um
do cartolas que mais se esforçaram para isso.
Fazer bonito para a confederação também era importante no projeto paulista de receber a abertura
ou a final da Copa-14.
Outro motivo para uma
disputa empolgante era
justificar a Globo ter injetado mais dinheiro na
competição, ao cobrir proposta da Record.
Porém os pontos idealizados por Del Nero para
lustrar sua competição
ruíram um a um.
A principal novidade, a
criação do título do interior, que deixou claro o
molde do campeonato voltado para priorizar os
grandes, fez água.
Del Nero passou pelo
constrangimento de explicar como o Guaratinguetá
pode ser o vencedor do interior se terminou atrás do
valente Bragantino e do vice-campeão São Caetano.
Com um único grande,
viu as rendas dos mata-matas definharem.
Amargou ainda o fracasso do cadastramento das
organizadas. Do lançamento com pompa, ao lado do ministro do Esporte,
Orlando Silva Jr., até hoje
nenhum torcedor violento
reconhecido pelo cadastro
foi afastado. Nem os que
lançaram privadas nas arquibancadas da Vila Belmiro, no clássico entre
Santos e São Paulo, diante
dele e do próprio ministro.
A FPF ainda criou problemas. Comprou equipamentos que deveriam ser
pagos pelo ministério antes de ser feita licitação.
Del Nero passou então a
culpar a demora nas licitações pelo fato de o cadastramento não decolar.
Mas, mesmo diante de
tantos obstáculos, o cartola da FPF não dá o braço a
torcer. Defende os clubes
da capital. Diz que a culpa
é dos times pequenos, alguns incapazes de reunir
mais de 500 torcedores
em suas partidas.
E já aproveita para justificar um investimento na
região na edição de 2008.
Tentará vender ingressos
de jogos longe da capital
para empresas. Elas usariam os bilhetes em promoções com seus clientes.
Como se tudo tivesse
saído dentro do programado, Del Nero assegura que
a fórmula atual será mantida enquanto ele for o
presidente. Ou seja, por
pelo menos mais três edições, o Paulista tem que
ser só de grandes.
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