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Prata da casa sai do banco para fazer gol do título
Em sua terceira partida na equipe principal, Moraes, 20,
revelado nas categorias de base, assegura troféu santista
Santos 2
São Caetano 0
DA REPORTAGEM LOCAL
A tarefa não era tão fácil.
Mas, mesmo depois de uma semana bastante conturbada na
Vila Belmiro, o Santos conseguiu devolver os 2 a 0 que havia
sofrido no primeiro jogo com o
São Caetano, no último domingo, e conquistou o bicampeonato Paulista, o 17º título do clube.
O São Caetano, que passou
uma semana tranqüila, preparando-se apenas para a decisão
do Estadual, caiu diante do time de Vanderlei Luxemburgo,
comandado por Zé Roberto,
novato em títulos no Brasil.
O time começou a partida
sem uma de suas estrelas. O zagueiro Antônio Carlos, contundido, foi substituído por Ávalos.
Denis, lateral-direito, foi outro
que não entrou em campo,
também lesionado na partida
de quarta-feira, pelas oitavas-de-final da Libertadores -2 a 2
com o Caracas, na Venezuela.
Sem eles, os reservas foram
essenciais para a vitória.
Moraes, 20, deixou o banco
no segundo tempo para disputar sua terceira partida como
profissional do Santos. E marcou o seu segundo gol pelo time, o mais importante.
Precisando ganhar por dois
gols de vantagem, o Santos foi
para cima. E não demorou para
aparecer a primeira oportunidade, com Marcos Aurélio. O
atacante recebeu de Zé Roberto e bateu rente à trave de Luiz.
O camisa 9 santista, aliás, não
deu sossego ao goleiro do São
Caetano. Mas quem deixou os
zagueiros do time do ABC tontos em campo na primeira etapa foi o armador Zé Roberto.
Se no primeiro confronto da
decisão o meia havia ficado devendo aos torcedores, ontem o
jogador resolveu aparecer e dar
um brilho especial ao jogo.
Após uma grande arrancada,
o meia bateu forte. Luiz deu um
leve toque e desviou para escanteio. Na cobrança, Pedrinho
levantou para cabeçada certeira de Adaílton: 1 a 0.
Embora tenha terminado o
primeiro tempo com 50% de
sua tarefa concluída, Vanderlei
Luxemburgo não perdeu a
oportunidade de reclamar da
arbitragem de José Henrique
de Carvalho e também do treinador do São Caetano.
"Ele [juiz] tem de apitar para
os dois lados", esbravejou o
santista. "O [Dorival] Júnior
[técnico do São Caetano] quer
apertar o juiz. Eu já fui assim e
hoje não sou mais."
Coincidentemente, Dorival
Júnior também reclamou do
juiz, alegando que estaria sendo prejudicado. "Isso é decisão.
Não quero saber do [Vanderlei]
Luxemburgo, mas sim da arbitragem", declarou.
Depois do intervalo, o São
Caetano voltou mais ligado no
jogo. Para dar mais solidez ao
seu time na marcação, Dorival
Júnior optou por sacar Canindé e Glaydson, e promoveu as
entradas de Ademir Sopa e Galiardo, repetindo a escalação vitoriosa do primeiro jogo.
Já Vanderlei Luxemburgo,
que havia trocado Jonas por
Moraes, mudou novamente na
frente, substituindo os meias
Pedrinho e Cléber Santana por
Rodrigo Tabata e Carlinhos.
Com isso, Kléber passou para
o meio-campo, auxiliando Zé
Roberto na armação. Mas foi
com uma jogada de lateral que
o camisa 3 desenhou o segundo
gol do time da Baixada.
Em cruzamento preciso, Kléber deu a chance a um jovem
garoto oriundo das categorias
de base de finalizar e entrar para a história do clube. Aos
37min, Moraes, filho do ex-jogador do clube Aluísio Guerreiro, deixou seu nome marcado
no 17º título paulista do alvinegro com um gol de cabeça. Ele
ainda poderia ter ampliado,
mas a bola bateu na rede pelo
lado de fora.
(JULYANA TRAVAGLIA, PAULO GALDIERI E RENAN CACIOLI)
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