São Paulo, segunda-feira, 07 de maio de 2007

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Zé Roberto debuta no país e vira herói

Meia conquista o seu primeiro título no Brasil, sai da decisão como símbolo da equipe e mira agora na Libertadores

Após ser ofuscado na 1ª partida da final, jogador faz jus à camisa 10 do Santos e comanda a vitória que garantiu o bicampeonato

DA REPORTAGEM LOCAL

Voltar ao país para ser coroado como herói do título. Ne o estrelado camisa 10 do Santos poderia imaginar enredo mais perfeito após o lamentável 2 a 0 contra da semana passada.
Zé Roberto foi o craque que a torcida tanto esperava ver decidir uma final. Não fez gol, mas conduziu com maestria o time durante os 90 minutos derradeiros do Paulista.
E conseguiu, enfim, erguer uma taça dentro de casa. Habituado a triunfar no exterior, onde fez a maior parte de sua carreira, o meia santista foi dormir campeão no Brasil pela primeira vez.
"Muito bom voltar ao Brasil e receber a recompensa de ter feito um bom trabalho e ser reconhecido senão o melhor, mas um dos melhores do país."
O jogador esteve na gangorra por onde passam boa parte dos ídolos na caminhada de um campeonato. No começo, era gênio capaz de lances imprevisíveis e desconcertantes.
Domingo passado, quando deixou o gramado do Morumbi derrotado por dois gols pelo São Caetano, sentiu que o peso e a responsabilidade de ser o jogador mais badalado do futebol brasileiro na atualidade poderia ter um gosto amargo caso os títulos não viessem.
"Esse título estava faltando na minha carreira", desabafou ontem o camisa 10 enquanto os repórteres perseguiam-no no gramado na volta olímpica.
Marcado individualmente nos dois tempos, Zé Roberto soube utilizar isso a seu favor. Chamou a atenção dos jogadores rivais e abriu espaços na fechada defesa do São Caetano.
Quando caiu pela esquerda, abriu a avenida para Maldonado invadir o lado oposto. Na direita, deixava Cléber Santana, Kléber e Pedrinho à vontade para atormentar a vida do lateral Paulo Sérgio.
Só o gol não veio. E foi por pouco. Aos 35 minutos da etapa inicial, Zé Roberto recebeu na entrada da área, girou e bateu colocado no ângulo direito do goleiro Luiz. As pontas da luva do arqueiro impediram a torcida de gritar ainda mais alto no Morumbi.
Consagrado com a camisa que já vestiu Pelé um dia, o meia olha agora para outro sonho de consumo: a Taça Libertadores, que ele vai encarar na quinta-feira, contra o Caracas jogando em casa.
"Esse campeonato é importante para chegarmos [bem] na Libertadores", disse o jogador sobre a importância e moral que o Paulistão darão à equipe na seqüência da competição continental.
Do futuro Zé Roberto ainda evita falar. Em meio à euforia da mais recente conquista, afirmou que somente depois da participação santista na Libertadores ele irá decidir se deixa ou não a Vila Belmiro.
Símbolo da "virada" alvinegra, Zé Roberto inspirou até mesmo quem acompanhou o jogo das arquibancadas. Para o zagueiro Antônio Carlos, que rompeu o ligamento cruzado do joelho esquerdo, ontem a tarde foi apenas para torcer. "Estava até passando mal na arquibancada", falou. (JT, PGA, RC)


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