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Zé Roberto debuta no país e vira herói
Meia conquista o seu primeiro título no Brasil, sai da decisão como símbolo da equipe e mira agora na Libertadores
Após ser ofuscado na 1ª partida da final, jogador faz jus à camisa 10 do Santos e comanda a vitória que garantiu o bicampeonato
DA REPORTAGEM LOCAL
Voltar ao país para ser coroado como herói do título. Ne o
estrelado camisa 10 do Santos
poderia imaginar enredo mais
perfeito após o lamentável 2 a 0
contra da semana passada.
Zé Roberto foi o craque que a
torcida tanto esperava ver decidir uma final. Não fez gol, mas
conduziu com maestria o time
durante os 90 minutos derradeiros do Paulista.
E conseguiu, enfim, erguer
uma taça dentro de casa. Habituado a triunfar no exterior,
onde fez a maior parte de sua
carreira, o meia santista foi
dormir campeão no Brasil pela
primeira vez.
"Muito bom voltar ao Brasil e
receber a recompensa de ter
feito um bom trabalho e ser reconhecido senão o melhor, mas
um dos melhores do país."
O jogador esteve na gangorra
por onde passam boa parte dos
ídolos na caminhada de um
campeonato. No começo, era
gênio capaz de lances imprevisíveis e desconcertantes.
Domingo passado, quando
deixou o gramado do Morumbi
derrotado por dois gols pelo
São Caetano, sentiu que o peso
e a responsabilidade de ser o jogador mais badalado do futebol
brasileiro na atualidade poderia ter um gosto amargo caso os
títulos não viessem.
"Esse título estava faltando
na minha carreira", desabafou
ontem o camisa 10 enquanto os
repórteres perseguiam-no no
gramado na volta olímpica.
Marcado individualmente
nos dois tempos, Zé Roberto
soube utilizar isso a seu favor.
Chamou a atenção dos jogadores rivais e abriu espaços na fechada defesa do São Caetano.
Quando caiu pela esquerda,
abriu a avenida para Maldonado invadir o lado oposto. Na direita, deixava Cléber Santana,
Kléber e Pedrinho à vontade
para atormentar a vida do lateral Paulo Sérgio.
Só o gol não veio. E foi por
pouco. Aos 35 minutos da etapa
inicial, Zé Roberto recebeu na
entrada da área, girou e bateu
colocado no ângulo direito do
goleiro Luiz. As pontas da luva
do arqueiro impediram a torcida de gritar ainda mais alto no
Morumbi.
Consagrado com a camisa
que já vestiu Pelé um dia, o
meia olha agora para outro sonho de consumo: a Taça Libertadores, que ele vai encarar na
quinta-feira, contra o Caracas
jogando em casa.
"Esse campeonato é importante para chegarmos [bem] na
Libertadores", disse o jogador
sobre a importância e moral
que o Paulistão darão à equipe
na seqüência da competição
continental.
Do futuro Zé Roberto ainda
evita falar. Em meio à euforia
da mais recente conquista, afirmou que somente depois da
participação santista na Libertadores ele irá decidir se deixa
ou não a Vila Belmiro.
Símbolo da "virada" alvinegra, Zé Roberto inspirou até
mesmo quem acompanhou o
jogo das arquibancadas. Para o
zagueiro Antônio Carlos, que
rompeu o ligamento cruzado
do joelho esquerdo, ontem a
tarde foi apenas para torcer.
"Estava até passando mal na arquibancada", falou.
(JT, PGA, RC)
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