São Paulo, quinta-feira, 07 de maio de 2009

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incompreendidos

"Burros" comandam fazedores de gols

Cruzeiro, de Adilson Batista, e Inter, de Tite, são as equipes da elite do país com as maiores artilharias na temporada

Grandes rivais dos paulistas no Brasileiro são bons em clássicos e já ganharam títulos, mas seguem sob desconfiança dos torcedores


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles comandam os times mais goleadores do país da temporada. Já ganharam dois títulos cada um por seus clubes. Têm um histórico de vitórias contra os maiores rivais.
Mas isso não basta para Tite, 47, e Adilson Batista, 41, ficarem imunes aos coros de "burro" vindo das arquibancadas.
Grandes candidatos a brecar a hegemonia paulista no Campeonato Brasileiro, cuja edição 2009 começa no sábado com três jogos, Internacional e Cruzeiro vivem uma conturbada relação com seus treinadores, apesar dos números impressionantes dos dois em 2009.
Entre os 20 times que estão hoje na principal divisão do futebol brasileiro, Inter e Cruzeiro são os maiores goleadores.
O primeiro, sem contar o duelo que faria ontem com o Náutico, tem média de 2,96 gol por jogo no ano. O segundo, 2,72. A maior parte desses gols foram feitos nos frágeis estaduais. Mas a concorrência também disputou esses torneios e ficou longe desses números. Na média, os outros 18 times da Série A fazem 1,90 tento por partida em 2009 (também sem contar a rodada de ontem).
Bicampeão mineiro no Cruzeiro, Adilson ainda tem uma série de sete vitórias seguidas contra o Atlético-MG. E com média de três gols por partida.
Tite acaba de ganhar, de forma invicta, o Gaúcho. No ano passado, conquistou a Copa Sul-Americana. Nos últimos três confrontos contra o Grêmio, três vitórias do Inter.
Mas colorados e cruzeirenses já mostraram várias vezes descontentamento com seus treinadores, acusados até de retranqueiros, apesar do alto número de gols de seus times.
Tite, marcado pelos torcedores do Inter por primeiro ter aparecido com destaque como treinador no Grêmio, ouviu o Beira-Rio o chamar de burro após uma vitória por 2 a 1 sobre a Ulbra, pelo Gaúcho. No ano passado, o coro para ele foi muito mais frequente, como era com Adilson Batista. A diferença é que, no caso do cruzeirense, o protesto também é comum em 2009 -ocorreu, por exemplo, na vitória por 2 a 0 ante o Sucre, pela Libertadores.
O treinado do Inter diz que lamenta mais pelos jogadores as vaias que recebe. "As manifestações dos torcedores sempre são respeitadas, e vaias ocorrem porque o torcedor sempre quer o melhor. Mas é importante lembrar que os jogadores se abalam, pois são homens, não são insensíveis", disse após o jogo contra a Ulbra.
Adilson também opta por não entrar em confronto com a torcida que tanto o critica. "As vaias a gente tem que compreender, relevar às vezes. Eles [os torcedores] vão nos ajudar."


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