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incompreendidos
"Burros" comandam fazedores de gols
Cruzeiro, de Adilson Batista, e Inter, de Tite, são as equipes da elite do país com as maiores artilharias na temporada
Grandes rivais dos paulistas no Brasileiro são bons em clássicos e já ganharam títulos, mas seguem sob desconfiança dos torcedores
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles comandam os times
mais goleadores do país da
temporada. Já ganharam dois
títulos cada um por seus clubes.
Têm um histórico de vitórias
contra os maiores rivais.
Mas isso não basta para Tite,
47, e Adilson Batista, 41, ficarem imunes aos coros de "burro" vindo das arquibancadas.
Grandes candidatos a brecar
a hegemonia paulista no Campeonato Brasileiro, cuja edição
2009 começa no sábado com
três jogos, Internacional e Cruzeiro vivem uma conturbada
relação com seus treinadores,
apesar dos números impressionantes dos dois em 2009.
Entre os 20 times que estão
hoje na principal divisão do futebol brasileiro, Inter e Cruzeiro são os maiores goleadores.
O primeiro, sem contar o
duelo que faria ontem com o
Náutico, tem média de 2,96 gol
por jogo no ano. O segundo,
2,72. A maior parte desses gols
foram feitos nos frágeis estaduais. Mas a concorrência também disputou esses torneios e
ficou longe desses números. Na
média, os outros 18 times da Série A fazem 1,90 tento por partida em 2009 (também sem contar a rodada de ontem).
Bicampeão mineiro no Cruzeiro, Adilson ainda tem uma
série de sete vitórias seguidas
contra o Atlético-MG. E com
média de três gols por partida.
Tite acaba de ganhar, de forma invicta, o Gaúcho. No ano
passado, conquistou a Copa
Sul-Americana. Nos últimos
três confrontos contra o Grêmio, três vitórias do Inter.
Mas colorados e cruzeirenses
já mostraram várias vezes descontentamento com seus treinadores, acusados até de retranqueiros, apesar do alto número de gols de seus times.
Tite, marcado pelos torcedores do Inter por primeiro ter
aparecido com destaque como
treinador no Grêmio, ouviu o
Beira-Rio o chamar de burro
após uma vitória por 2 a 1 sobre
a Ulbra, pelo Gaúcho. No ano
passado, o coro para ele foi
muito mais frequente, como
era com Adilson Batista. A diferença é que, no caso do cruzeirense, o protesto também é comum em 2009 -ocorreu, por
exemplo, na vitória por 2 a 0
ante o Sucre, pela Libertadores.
O treinado do Inter diz que
lamenta mais pelos jogadores
as vaias que recebe. "As manifestações dos torcedores sempre são respeitadas, e vaias
ocorrem porque o torcedor
sempre quer o melhor. Mas é
importante lembrar que os jogadores se abalam, pois são homens, não são insensíveis", disse após o jogo contra a Ulbra.
Adilson também opta por
não entrar em confronto com a
torcida que tanto o critica. "As
vaias a gente tem que compreender, relevar às vezes. Eles
[os torcedores] vão nos ajudar."
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