São Paulo, sábado, 07 de maio de 2011

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"Pensei que era sonho", fala Stacy

VÔLEI
Americana deixa hospital após recuperar-se de traumatismo


DANIEL BRITO
DE SÃO PAULO

Um treino qualquer, uma conversa com uma colega de equipe, um sonho. Essas são as lembranças mais fortes de Stacy Sykora, 33, jogadora do Vôlei Futuro de Araçatuba.
Ontem, ela recebeu alta e viajou para os Estados Unidos, depois de 24 dias internada no Hospital Sírio-Libanês, vítima de um acidente do ônibus de sua equipe próximo ao ginásio antes de uma partida pela Superliga, em Osasco, em 12 de abril.
Fato que foi completamente apagado de sua memória.
Stacy sofreu traumatismo craniano e permaneceu na UTI por uma semana.
"Não me lembro de nada", disse Stacy, por telefone à Folha. "Quando acordei no hospital, vi minha mãe e minha irmã, pensei: "Isto não é possível, devo estar sonhando'", relatou a líbero, em português macarrônico.
Questionada sobre se gostaria de continuar a entrevista em inglês, Stacy disse que preferia em português, embora lhe faltasse vocabulário e tivesse que misturar com o italiano, que aprendeu nos seis anos que jogou na Itália.
"Preciso dizer a todos que estou muito bem, estou 100%, muito obrigado a todos", repetiu Stacy, em agradecimento que pediu ser dirigido aos brasileiros.
A mãe, Sherian, e a irmã, Keri, moram na pequena Burleson, no interior do Texas, e chegaram ao Brasil quatro dias após o acidente.
"Ninguém queria me contar o que aconteceu, só me diziam que foi um problema com o ônibus", relatou.
"Só alguns dias depois que eu percebi que poderia ter morrido", admitiu Stacy.
"A última coisa que me lembro é de um treino em Araçatuba, quando estava conversando com a Fabiana", disse, citando a central de sua equipe que também se feriu no acidente, mas sem a mesma gravidade.
Apesar de dizer estar 100%, a líbero será submetida a exames na cidade de Anaheim, na Califórnia. É lá que se apresenta, depois de amanhã, à seleção de vôlei dos Estados Unidos, que exigiu a realização dos testes.
O acidente ocorreu numa terça-feira, na avenida Fuad Auada, próxima ao ginásio José Liberatti, em Osasco, onde o Vôlei Futuro disputaria o primeiro jogo da semifinal contra o time da casa.
Chovia muito e a pista estava alagada. O motorista tentou desviar de uma poça, pegou um desnível na via, e o ônibus tombou. Stacy desmaiou na batida.
Desacordada, foi encaminhada para a UTI do Sírio-Libanês. Só acordou na sexta- -feira, quando o médico perguntou à empresária da atleta se Stacy falava português. "Yes", disse a americana.
A atleta afirmou que não possui sequelas físicas nem neurológicas. "Quero treinar", avisou. Ela tem contrato até 2012 com Vôlei Futuro e só volta ao Brasil em novembro, para a Superliga.


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