São Paulo, quinta-feira, 07 de junho de 2001

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FUTEBOL

Fábio Koff descarta "salvar" a CBF se o Remo parar o Nacional na Justiça

Clube dos 13 rechaça a hipótese de reeditar a JH

FERNANDO MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL FC

O Clube dos 13 não vai organizar uma segunda edição da Copa João Havelange caso a CBF fique, como no ano passado, impedida de organizar o Brasileiro.
A informação foi dada à Folha pelo presidente da entidade que reúne os 19 maiores clubes do país, Fábio Koff.
Anteontem, o Remo, de Belém (PA), obteve na Justiça comum uma liminar que garante sua participação na divisão de elite do Nacional. O time paraense alega que ficou em terceiro lugar no Módulo Amarelo da JH -a segunda divisão- e que, como Paraná e São Caetano foram contemplados com vagas este ano, tem direito ao acesso.
A ação impetrada pelo Remo é semelhante à que forçou a CBF a não organizar o Brasileiro-2000. Na ocasião, o Gama, do Distrito Federal, obteve liminar também baseado no Código de Defesa do Consumidor. A entidade máxima do futebol brasileiro, ameaçada de punição pela Fifa -que não permite que decisões judiciais interfiram no esporte-, desistiu de organizar o torneio.
Para "salvar o segundo semestre", segundo Koff, o Clube dos 13 montou um Nacional com 116 clubes divididos em três divisões. O Gama foi contemplado com uma das vagas, e o Vasco se sagrou campeão.
"O problema deste ano é exclusivo do Ricardo Teixeira [presidente da CBF". No ano passado, salvamos a CBF. Posso garantir que neste ano não vai ter uma segunda Copa JH para salvar ninguém. A CBF que assuma o ônus", afirmou o dirigente gaúcho, por telefone.
A entidade presidida por Teixeira deve recorrer nos próximos dias da decisão da juíza Rosileide Maria Cunha Barros, da 14ª Vara Cível de Belém.
Após ser citada, a CBF tem dez dias para entrar com recurso. O departamento jurídico da instituição já está estudando o caso.
A entidade alega que não levou em consideração a Copa JH para escolher os 28 participantes da elite. Argumenta que só contemplou as equipes do Brasileiro de 1999 -o último Nacional por ela organizado- e que incluiu o São Caetano porque o time do ABC foi vice-campeão em 2000.
O advogado Mário Drummond Coelho, que defende o Remo no caso, afirmou que instruiu a diretoria do clube paraense a colocar o time em campo contra o Náutico, pela Série B do Brasileiro, para que os paraenses não corram o risco de perder a ação e fiquem fora da "segundona". A partida entre as equipes nordestinas está marcada para o dia 9 de julho. O torneio da elite começará só no dia 1º de agosto.
"Pode colocar ministro dos Esportes [e Turismo, Carlos Melles" para fazer pressão, o que for. Vamos até o fim. A CBF vai aprender a lição", afirmou Coelho.


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