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GRUPO C
Contra China e seu jogo aéreo, técnico saca Edmilson e põe zagueiro mais baixo do time
Poder de cobertura faz Polga ganhar preferência de Scolari
FÁBIO VICTOR
FERNANDO MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A ULSAN
Luiz Felipe Scolari está provando, na prática, que seu discurso de
que mudará o time conforme o
adversário não passa de teoria.
Mais do que a preocupação com
a forma de atuar do rival, o técnico da seleção está levando em
conta a postura dos atletas em
campo para fazer alterações.
Foi o nervosismo e a instabilidade de Edmilson contra a Turquia
que colocaram Anderson Polga,
26, no time titular para o duelo
com os chineses amanhã.
Se fosse seguir à risca sua verborragia, Scolari dificilmente tiraria Edmilson, 1,88 m, para colocar
Polga, o mais baixo da defesa
-1,85 m- contra os grandalhões chineses, que têm nas bolas
altas suas jogadas mais perigosas.
No último coletivo antes do embarque de ontem à noite para
Seogwipo, o gaúcho ganhou de
seu conterrâneo a chance de vestir
pela primeira vez em Ulsan a camisa amarela -dos titulares.
Na entrevista coletiva que concedeu mais tarde, já no hotel
Hyundai, Scolari justificou sua
opção pelo jogador do Grêmio.
"Não estou queimando ninguém. Vou trocar de time pela
minha maneira de ver futebol,
não pela da imprensa. O Polga é
mais talhado para jogar na cobertura. Não me perguntaram nada
quando resolvi sacar o Polga para
colocar o Edmilson. Ele [Polga"
era o titular [antes do Mundial".
Não vamos ganhar uma Copa do
Mundo com 11, mas com 23 jogadores", disse o técnico brasileiro.
Se após sua atuação contra a
Turquia Edmilson estava com um
pé fora da equipe, as declarações
que deu anteontem acabaram
com suas chances de atuar.
O jogador do Lyon, da França,
havia dito que chegara à seleção
mostrando um futebol técnico e
que não mudaria sua forma de
atuar. Após a partida de estréia,
Scolari, conhecido como "Roscão" quando era atleta no interior
do Rio Grande do Sul, havia pedido a utilização de "chutões".
Nos treinamentos, o relacionamento com Edmilson também esteve azedo. Depois de levar uma
bronca, o zagueiro retrucou, ao
que Scolari respondeu, aos gritos:
"Se você quiser trocar [de posição", a gente pode trocar".
Criatividade
Se resolveu pedir menos preciosismo na defesa, Scolari disse que
pode dar uma oportunidade ao
meia Ricardinho, mas apenas para a terceira partida.
O técnico elogiou a atuação do
corintiano, que treinou após mais
de 50 horas de viagem entre Curitiba e Ulsan. "A participação dele
no coletivo foi muito boa. Se vai
entrar [em campo" ou não, é outra
coisa. Ele tem, primeiro, que se
adaptar ao fuso horário."
O meia, de seu lado, disse que se
sente bem após a desgastante viagem e que, se o técnico precisar,
estará pronto para jogar.
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