São Paulo, sexta-feira, 07 de junho de 2002

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TOSTÃO

Difícil enxergar o óbvio

No treino coletivo de ontem, o time titular só ia bem quando Rivaldo atuava pela esquerda. Assim saiu o primeiro gol contra a Turquia. Não sei por que, Rivaldo jogou boa parte da partida e do treino pela direita. Como é fácil complicar.
No segundo tempo do treino, o time jogou no 4-4-2, com Vampeta e Gilberto Silva, Juninho pela direita e Denílson pela esquerda. Essa será uma opção durante o jogo contra a fraquíssima seleção da China.
Ricardinho treinou no time reserva e mostrou todo o seu talento.
Kaká foi novamente muito discreto. Uma decepção.
Anderson Polga vai jogar no lugar de Edmilson. Aos poucos, Felipão escala os melhores e descobre as coisas óbvias. Pena que demore tanto. Antes da estréia na Copa, com quase um ano de trabalho, o técnico percebeu que com três zagueiros não havia necessidade de se jogar com dois volantes. Por isso, escalou o meia-atacante Juninho ao lado de Gilberto Silva. Para o técnico, meia-atacante é a mesma coisa do que meia-armador.
Juninho foi obediente, se esforçou muito para ser um meia-armador, jogou bem em alguns momentos, mas aí não é o seu lugar. A sua posição é do meio-campo para a frente.
Juninho voltava para receber a bola na intermediária do Brasil e achava que estava na intermediária da Turquia. Perdeu duas bolas, numa delas saiu o gol. Na outra, os turcos só não fizeram o segundo porque o grandalhão Sukur é muito ruim pelo chão.
Nesta semana, Felipão fez outra óbvia constatação. A de que faltava um meia-armador e convocou Ricardinho. Até o mordomo da CBF já sabia disso.
Ainda falta outro meia-armador pela direita (Juninho Pernambucano), mas não há mais tempo para o Felipão convocá-lo.
Se o técnico mantiver os três zagueiros, poderá escalar o Ricardinho no lugar do Juninho. O time ficaria bem melhor. Se retirar um zagueiro, Ricardinho poderá ser o armador pela esquerda ao lado de Vampeta e Gilberto Silva.
Esse é meu time preferido. Desconfio que o Felipão ainda vai chegar lá.

Zagueiro-zagueiro
Após as desastradas atuações de Edmilson e Lúcio, Felipão repetiu a frase de Luxemburgo e disse que quer ver na seleção zagueiro-zagueiro, rebatedor, grosso, como na várzea. Assim dizem que jogava o zagueiro-zagueiro Scolari.
Realmente, nada pior para uma equipe do que um zagueiro tentar dar um passe, drible e perder a bola. Por outro lado, defensor que não sabe dominar e passar bem a bola complica para o time. Um bom ataque começa com um bom passe do zagueiro.

tostão.folha@uol.com.br



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