|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Parreira quer criar blindagem para prodígio
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
DOS ENVIADOS A BUENOS AIRES
Às vésperas do clássico com a
Argentina pelas eliminatórias,
quem tira o sono de Carlos Alberto Parreira é o atacante Robinho.
O técnico da seleção brasileira
tenta pôr um freio no apetite do
atleta para ganhar dinheiro com a
valorização de sua imagem.
Temeroso em relação à voracidade com que o atacante assina
contratos de publicidade, o treinador da seleção brasileira convocou, na semana passada, o pai do
jogador, Gilvan, e Wagner Ribeiro, um de seus agentes, para uma
reunião na Granja Comary.
"Disse a eles que muita gente fala aos jogadores que a melhor maneira de ganhar dinheiro é com
ações ou imóveis. Não é verdade.
O melhor investimento que o Robinho pode fazer é no futebol dele, o resto vem de bandeja", afirmou Parreira, que também tem
falado constantemente sobre o assunto com o santista.
"Ele pediu para que a gente deixe o Robinho afastado de tudo para só treinar e jogar. É o que fazemos, está nos contratos dele que
as sessões de fotos e gravações
não podem tirar tempo dos treinos", disse Ribeiro. A blindagem
que Parreira vislumbra para seu
novo xodó enfrenta obstáculos
dentro da própria seleção brasileira. Foi na Granja Comary, antes
do jogo contra o Paraguai, que
Robinho assinou contrato com a
Vivo, parceira da CBF.
A Pepsi, marca comercializada
pela AmBev, outra patrocinadora
da seleção, disputa com a Coca-Cola a imagem do atacante. Também diante dos olhos de Parreira,
o Real Madrid se aproxima do
atacante santista. Florentino Pérez Filho, cujo pai é presidente do
clube espanhol, tem acompanhado a seleção. Está na Argentina
para assistir ao jogo de amanhã.
O filho do dirigente diz estar de
férias e não atuar para o Real. A
CBF afirma que ele não é convidado oficial da entidade. Mas o espanhol já manteve contato com
Robinho. "Conversamos algumas
vezes. Não sobre Real Madrid. Foi
sobre futebol", diz o atleta.
"Não tem problema nenhum,
não estou pensando em transferência e em nenhum outro assunto. Só penso em jogar e, no momento, pela seleção brasileira.
Nos próximos dias, ele pode ganhar mais um patrocinador, além
de uma marca de refrigerante. Segundo Ribeiro, uma rede de bancos quer contratá-lo para divulgar
seu cartão de crédito.
Se estivesse na sala de entrevistas coletivas no hotel da seleção,
Parreira ficaria ainda mais preocupado com o assédio ao atleta.
A maioria dos presentes abandonou Kaká, Roberto Carlos, Zé
Roberto e Juan para falar com o
santista. Foi um tratamento de astro para um atleta que engatinha
na seleção. "Não me sinto um galáctico, sou apenas um jogador
que tenta ser titular. Espero um
dia poder me considerar titular",
disse Robinho, que atuou contra o
Paraguai e pegará a Argentina
porque Ronaldo foi cortado por
Parreira, depois de pedir dispensa
da Copa das Confederações.
Texto Anterior: Empresário vê entraves para auxílio estatal Próximo Texto: Frases Índice
|