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por pouco
Santos vira, mas deixa a Libertadores
Gol gremista na Vila Belmiro sepulta o sonho do clube de ser tri e o de Luxemburgo de ter a América pela primeira vez
Santos 3
Grêmio 1
JULYANA TRAVAGLIA
RENAN CACIOLI
ENVIADOS ESPECIAIS A SANTOS
A faixa estendida na arquibancada da Vila Belmiro remetia ao dia 10 de dezembro de
1995. Naquele Brasileiro, o
Santos de Giovanni fez história
no Pacaembu ao derrotar o
Fluminense por 5 a 2, após ter
perdido no Rio por 4 a 1.
E ontem, como há quase 12
anos, uma nova virada era necessária, também por três gols.
A torcida, como nos tempos
de Giovanni, fez a sua parte e
lotou a casa santista. Gritava,
empurrando aquele que chama
de time da virada, agora na Libertadores e contra o Grêmio.
Mas o Santos não foi o de 95.
Venceu a partida por 3 a 1, mas
deixou a vaga na final com os
gaúchos, que esperam o vencedor de Cúcuta e Boca Juniors. E
deu adeus ao sonho do tri.
Sem Maldonado, o técnico
Vanderlei Luxemburgo recuou
o meia Cléber Santana, que
atuou ao lado de Rodrigo Souto,
e Renatinho formou o ataque
com Marcos Aurélio. E foi justamente Renatinho, prata da
casa, quem começou infernizando a defesa gremista.
Primeiro, o santista finalizou
cruzamento de Marcos Aurélio,
espalmado por Saja. Em seguida, Renatinho bateu rasteiro,
após receber de Pedrinho. E
novamente parou no goleiro.
Como no jogo em Porto Alegre, o lado direito paulista foi
vulnerável. E a tarefa que já era
difícil ganhou contornos mais
dramáticos aos 24min. Carlos
Eduardo passou para Diego
Souza, livre, girar e bater no ângulo esquerdo de Fábio Costa.
Na somatória dos resultados,
o Grêmio apresentava então
uma vantagem e tanto. Com
três gols marcados, restava aos
santistas anotar quatro e não
sofrer mais nenhum.
Os ânimos esquentaram.
Sandro Goiano foi advertido
com amarelo após dar um tapa
em Renatinho. A agressão gerou tumulto entre os jogadores.
Os alvinegros marcaram dois
antes do final da primeira etapa, mas só um foi validado.
Na bola levantada por Zé Roberto em cobrança de falta, o
auxiliar Nicolas Yegros assinalou impedimento no gol de cabeça de Domingos. E só no último giro do ponteiro o Santos tirou seu zero do placar. Aproveitando rebote do chute de Pedrinho, Renatinho encheu o pé esquerdo para fazer 1 a 1.
Como de costume, Luxemburgo reclamou da arbitragem.
A birra do treinador era com o
fato de a Conmebol designar
para o jogo um juiz estrangeiro,
que, segundo ele, não entende
as manhas dos brasileiros.
"Falei para ele [árbitro] que
foi falta no Adaílton no lance do
gol do Grêmio. O camisa 7 [Diego Souza] puxou o calção dele."
Na segunda etapa, Luxemburgo foi colocando o time cada
vez mais à frente. Moraes e Tabata entraram para reforçar o
ataque. Tática ou força de vontade, funcionou. Em disputa
com a defesa rival, Renatinho
levou a melhor de novo. Aproveitou rebote de Saja, e a bola
entrou, após bater em seu traseiro: 2 a 1. Faltavam dois.
Os santistas jogavam contra
o relógio. As paradas por faltas
favoreciam o Grêmio. Em uma
delas, se fez vilã. De falta, Kléber colocou a bola na área e,
após erro de Lucas, Zé Roberto
arrematou para o gol: 3 a 1.
Faltava um. Mas ele não veio.
E os poucos gaúchos que estiveram na Vila, uma vez mais,
nesta Libertadores, comemoraram após muito sofrimento.
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