São Paulo, quinta-feira, 07 de junho de 2007

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por pouco

Santos vira, mas deixa a Libertadores

Gol gremista na Vila Belmiro sepulta o sonho do clube de ser tri e o de Luxemburgo de ter a América pela primeira vez

Santos 3
Grêmio 1

JULYANA TRAVAGLIA
RENAN CACIOLI
ENVIADOS ESPECIAIS A SANTOS

A faixa estendida na arquibancada da Vila Belmiro remetia ao dia 10 de dezembro de 1995. Naquele Brasileiro, o Santos de Giovanni fez história no Pacaembu ao derrotar o Fluminense por 5 a 2, após ter perdido no Rio por 4 a 1.
E ontem, como há quase 12 anos, uma nova virada era necessária, também por três gols.
A torcida, como nos tempos de Giovanni, fez a sua parte e lotou a casa santista. Gritava, empurrando aquele que chama de time da virada, agora na Libertadores e contra o Grêmio.
Mas o Santos não foi o de 95. Venceu a partida por 3 a 1, mas deixou a vaga na final com os gaúchos, que esperam o vencedor de Cúcuta e Boca Juniors. E deu adeus ao sonho do tri.
Sem Maldonado, o técnico Vanderlei Luxemburgo recuou o meia Cléber Santana, que atuou ao lado de Rodrigo Souto, e Renatinho formou o ataque com Marcos Aurélio. E foi justamente Renatinho, prata da casa, quem começou infernizando a defesa gremista.
Primeiro, o santista finalizou cruzamento de Marcos Aurélio, espalmado por Saja. Em seguida, Renatinho bateu rasteiro, após receber de Pedrinho. E novamente parou no goleiro.
Como no jogo em Porto Alegre, o lado direito paulista foi vulnerável. E a tarefa que já era difícil ganhou contornos mais dramáticos aos 24min. Carlos Eduardo passou para Diego Souza, livre, girar e bater no ângulo esquerdo de Fábio Costa.
Na somatória dos resultados, o Grêmio apresentava então uma vantagem e tanto. Com três gols marcados, restava aos santistas anotar quatro e não sofrer mais nenhum.
Os ânimos esquentaram. Sandro Goiano foi advertido com amarelo após dar um tapa em Renatinho. A agressão gerou tumulto entre os jogadores.
Os alvinegros marcaram dois antes do final da primeira etapa, mas só um foi validado.
Na bola levantada por Zé Roberto em cobrança de falta, o auxiliar Nicolas Yegros assinalou impedimento no gol de cabeça de Domingos. E só no último giro do ponteiro o Santos tirou seu zero do placar. Aproveitando rebote do chute de Pedrinho, Renatinho encheu o pé esquerdo para fazer 1 a 1.
Como de costume, Luxemburgo reclamou da arbitragem. A birra do treinador era com o fato de a Conmebol designar para o jogo um juiz estrangeiro, que, segundo ele, não entende as manhas dos brasileiros.
"Falei para ele [árbitro] que foi falta no Adaílton no lance do gol do Grêmio. O camisa 7 [Diego Souza] puxou o calção dele."
Na segunda etapa, Luxemburgo foi colocando o time cada vez mais à frente. Moraes e Tabata entraram para reforçar o ataque. Tática ou força de vontade, funcionou. Em disputa com a defesa rival, Renatinho levou a melhor de novo. Aproveitou rebote de Saja, e a bola entrou, após bater em seu traseiro: 2 a 1. Faltavam dois.
Os santistas jogavam contra o relógio. As paradas por faltas favoreciam o Grêmio. Em uma delas, se fez vilã. De falta, Kléber colocou a bola na área e, após erro de Lucas, Zé Roberto arrematou para o gol: 3 a 1.
Faltava um. Mas ele não veio. E os poucos gaúchos que estiveram na Vila, uma vez mais, nesta Libertadores, comemoraram após muito sofrimento.


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