São Paulo, terça-feira, 07 de junho de 2011

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15 minutos de fama

Ronaldo faz último jogo pela seleção sem esquecer o papel de homem de negócios paulistano que adotou após deixar o futebol , no começo deste ano

Ricardo Nogueira/Folhapress
Ronaldo participa de treino da seleção no Pacaembu, ontem

MARTÍN FERNANDEZ
RAFAEL REIS
RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

O último ato de Ronaldo, 34, como jogador de futebol ocorrerá hoje à noite, no último estádio em que ele brilhou e na cidade que escolheu para viver e ganhar dinheiro após parar de atuar.
Com uma camisa 9 da seleção e a inscrição "Para Sempre Fenômeno", Ronaldo vai jogar 15 minutos no amistoso entre Brasil e Romênia, no Pacaembu, no último teste da equipe de Mano Menezes antes da Copa América da Argentina, no mês que vem.
"Não fui eu quem escolhi o estádio", declarou o Fenômeno. "Não sou tão influente como você pensa."
Ronaldo adotou São Paulo há dois anos e meio. Defendeu o Corinthians, clube mais popular da cidade. Trouxe a família, abriu a agência 9ine e até embaixador do comitê paulista para a Copa de 2014 se tornou.
Na véspera de sua despedida dos gramados, Ronaldo teve rotina muito mais de executivo, o que se tornou, do que de jogador de futebol, que deixou de ser após a melancólica eliminação corintiana na fase inicial da Libertadores, contra o Tolima.
Enquanto seus colegas de seleção passavam o tempo entre concentração e treino -com deslocamentos feitos em ônibus, em grupo-, Ronaldo fechava negócios.
De manhã, foi ao hotel onde a seleção se concentra em São Paulo para receber homenagem de Ricardo Teixeira e da fabricante de relógios suíça que patrocina a CBF.
Questionado pela Folha se usaria seu cargo de embaixador de São Paulo na Copa para interferir e trazer a abertura do Mundial, esquivou-se.
"Eu não tenho esse poder para fazer esse tipo de interferência. O convite que recebi do governador Geraldo Alckmin foi para participar do comitê e fazer de São Paulo a melhor sede da Copa."
A agência de Ronaldo já tem contratos com patrocinadores da CBF, como Ambev e Pão de Açúcar (Extra).
À tarde, o maior artilheiro das Copas do Mundo participou do treino da seleção.
Depois, confessou ter pedido uma injeção ao médico José Luís Runco. "Doutor, me dá uma coisa forte porque não aguento a dor", ele mesmo narrou. "Não faz mal se for pego no antidoping, já estou aposentado mesmo."
Ganhou, do médico que o tratou por anos na seleção, uma injeção de anti-inflamatórios que, segundo ele, permitirá ter uma jornada "digna" hoje à noite. "Quinze minutos é coisa pra caramba."
Depois de trocar o uniforme de treino por uma calça jeans escura e botas, Ronaldo emendou outro evento comercial. Dessa vez com a Duracell, de quem virou garoto- propaganda em mais um contrato que vai garantir a ele a nem tão comum vida de ex-jogador milionário.
Nas duas vezes em que apareceu, Ronaldo fez questão de agradecer à imprensa e "aos jornalistas que cobriram toda a minha carreira".
O Pacaembu estará cheio na despedida. No fim da tarde de ontem, restavam menos de mil ingressos à venda.
Hoje, antes do jogo, Ronaldo terá mais compromissos relacionados à sua agência -da qual se fala hoje tanto quanto dos gols que anotou.
Futebol no campo, de novo, só em uma eventual despedida pelo Corinthians.

NA TV
Brasil x Romênia
21h50 Globo e Sportv




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