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Para uruguaios, time de Tabárez cumpriu seu papel no Mundial
DENISE MOTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE MONTEVIDÉU
Os cerca de 150 mil torcedores que se aglomeravam
na praça Independência, a
principal de Montevidéu,
não deixaram de aplaudir a
seleção uruguaia, apesar da
derrota para a Holanda.
Em outros pontos da capital, a população continuou
nas ruas depois do jogo, com
tambores, vuvuzelas e gritos
de guerra em apoio à Celeste.
A percepção é que o time
cumpriu com seu papel ao alcançar posição a que não
chegava havia 40 anos.
"[Os jogadores] nos deram
dignidade como sociedade.
Demonstraram que com paciência e humildade, sem escândalos, podem ser feitas
coisas importantes", disse o
presidente uruguaio, José
Mujica, antes da semifinal.
Na televisão, os programas que precediam a partida
repercutiam iniciativas bem-
-humoradas que tomaram
conta do país desde a vitória
sobre Gana, que garantiu a
vaga nas semifinais.
Uma delas era a paródia de
um anúncio de refrigerante
convocando os uruguaios a
convencer os 40 milhões de
argentinos a torcer para a seleção nacional ontem.
Em mensagens de texto espalhadas nacionalmente por
celular, piadas alusivas à
derrota do time de Maradona
para a Alemanha solicitavam
ao país vizinho que "cuidasse das pontes" (entre os dois
países) porque os uruguaios
"se demorariam na África do
Sul mais um pouquinho".
O Uruguai viveu dias de
glória depois da conquista da
vaga nas semifinais. Os poucos céticos que não levavam
fé na Celeste terminaram por
aderir à euforia que tomou
conta do país. A classificação
passou a pautar todas as conversas, em todos os âmbitos.
Ainda na manhã de ontem, uruguaios retardatários
chegavam à África do Sul para acompanhar o desempenho da equipe de Oscar Tabárez na Cidade do Cabo.
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