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Sul-africana é liberada para correr
Caster Semenya passou por série de exames para comprovação de sexo
DE SÃO PAULO
Após um processo de 11
meses, que incluiu exames
de comprovação de sexo, a
Iaaf, entidade que gerencia o
atletismo mundial, liberou a
sul-africana Caster Semenya,
19, a voltar a competir.
"A Iaaf aceita a conclusão
dos especialistas médicos de
que ela pode competir", divulgou em nota a entidade,
que completou que a decisão
tem efeito imediato e que as
informações sobre a atleta
são de caráter confidencial.
No Mundial de Berlim, em
agosto de 2009, Semenya,
então com 18 anos, venceu os
800 m com a maior diferença
da história da competição em
relação à atleta que foi segunda colocada -2s45.
O alto desempenho levantou suspeitas a ponto de surgir o rumor de que a sul-africana seria hermafrodita. E a
Iaaf passou a submeter a
atleta a uma série de exames
para determinar seu sexo.
A atitude desagradou profundamente aos sul-africanos, que acusaram a entidade de imperialista e racista.
O governo do presidente
Jacob Zuma recorreu à ONU
dizendo que o questionamento da identidade sexual
de Caster Semenya se baseava apenas em estereótipos.
"Estou feliz por regressar
às competições e espero ansiosamente voltar a correr e
deixar essa discussão para
trás", afirmou a atleta.
A Federação Sul-Africana
de Atletismo cogita a possibilidade de levar Semenya para
disputar o Mundial júnior, a
partir do dia 19, no Canadá.
Mas o mais provável é que
a campeã mundial faça sua
volta às competições no fim
do mês, no Campeonato Africano, no Quênia, ou nos Jogos da Comunidade Britânica, na Índia, em outubro.
O escritório que defendeu
a atleta comemorou a decisão. "Felizmente, a resolução
vai abrir um precedente que
nenhuma atleta no futuro terá que passar por um longo e
público escrutínio que Caster
foi obrigada a enfrentar."
Em casos anteriores, atletas já tinham sido submetidas a cirurgias e tiveram sua
feminilidade comprovada,
como aconteceu com a judoca brasileira Edinanci Silva.
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