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São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2003

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AÇÃO

É nóis na fita

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Nesta semana assisti ao documentário de skate "Hallowed Ground", dirigido pelo americano Scott Soens e produzido pela Hurley, marca norte-americana do segmento, há dois anos adquirida pela poderosa Nike. Na capa do DVD está o half-pipe de Jacareí, na abertura, imagens do Rio, Cristo Redentor, pista na Rocinha, São Paulo, praça Roosevelt, e os brasileiros Bob Burnquist, Rodrigo Teixeira, Lincoln Ueda, além de Bruno Passos, que é também o chefe da equipe, matando nas pistas, bowls e nas ruas. A trilha sonora é bem brasileira.
Difícil acreditar que, num filme de e para gringo, seja dado tanto destaque para o nosso, agora deflacionado, país. É que, diferentemente do que ocorre no surfe, no montanhismo, no windsurfe, no moutain bike e em outros tantos esportes na categoria profissional no qual estamos muito distantes do topo dos rankings, no skate somos os melhores do mundo.
A recém-concluída fase européia do mundial WCS reforça o momento especial que o skate nacional está vivendo. República Tcheca, Inglaterra, Dinamarca, Alemanha, e a melhor campanha brasileira de todos os tempos.
Sérgio Fortunato, o Negão, aos 41 anos, provavelmente vive seu melhor momento na carreira. Precursor do esporte por aqui, passou desacreditado por muito tempo. Obstinado na busca de seu sonho, agora tem o prestígio e a grana pelos quais batalhou. Subiu duas vezes ao pódio na categoria Lendas (uma delas na Inglaterra), no lugar mais alto, e fez uma final entre os "garotos" na Dinamarca, ficando em décimo.
Sandro Dias foi o campeão europeu na vertical. É o líder do ranking e, faltando quatro etapas, é o grande favorito para levar o título mundial deste ano. Lincoln Ueda ocupa a sexta posição.
Daniel Vieira foi o campeão europeu no street. Na modalidade liderada pelo americano de 13 anos, Ryan Sheckler, quatro brasileiros estão entre os dez primeiros. Daniel é o segundo, e Carlos de Andrade, o Piolho, o terceiro, ambos na luta pelo título.
Outros brasileiros se destacaram na perna do velho continente. O mato-grossense Ricardo "Porva", o mineiro Henrique "Vitória" e o carioca Allan Mesquita também subiram ao pódio e evidenciam que os skatistas de ponta não estão mais concentrados apenas no eixo São Paulo-Curitiba.
Com um "time" de 25 atletas, conseguimos um índice de ocupação de cerca de 40% nas vagas das finais. Um desempenho vigoroso e que só não foi melhor porque atletas de ponta, como os campeões brasileiros e mundiais, Digo Menezes, Rodil Araújo, entre outros, preferiram ficar por aqui.
Sabemos da nossa força exportadora de talentos, mas a presença brasileira na elite dos Masters deve servir de referência, pois não é qualquer um que chega aos 41 anos no auge da carreira de um esporte considerado de moleques.
 
O ranking europeu considera os três melhores resultados das quatro etapas. O mundial contabiliza os três melhores do circuito norte-americano e os três melhores entre Europa, Brasil e Austrália.

Kitesurfe
A primeira das três etapas do Brasileiro ocorrerá em Salvador entre os dias 21 e 25 deste mês. Os dois melhores homens e a campeã do circuito garantem vaga para o Mundial, em Fortaleza, em novembro.

US Open of Surfing
Com 288 atletas, o torneio de Huntington (EUA) é o maior do mundo. WQS nível máximo, a final teve três tops, com Cory Lopez batendo Taj Burrow e Andy Irons. Victor Ribas (9º) foi o melhor brasileiro.

Canoas havaianas
A segunda etapa do Brasileiro será disputada neste sábado, com largada na Barra do Una, em São Sebastião. Predominando equipes mistas, a modalidade vem atraindo atletas das corridas de aventura.

E-mail sarli@revistatrip.com.br


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