|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AÇÃO
É nóis na fita
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Nesta semana assisti ao documentário de skate "Hallowed Ground", dirigido pelo americano Scott Soens e produzido
pela Hurley, marca norte-americana do segmento, há dois anos
adquirida pela poderosa Nike. Na
capa do DVD está o half-pipe de
Jacareí, na abertura, imagens do
Rio, Cristo Redentor, pista na Rocinha, São Paulo, praça Roosevelt, e os brasileiros Bob Burnquist, Rodrigo Teixeira, Lincoln
Ueda, além de Bruno Passos, que
é também o chefe da equipe, matando nas pistas, bowls e nas ruas.
A trilha sonora é bem brasileira.
Difícil acreditar que, num filme
de e para gringo, seja dado tanto
destaque para o nosso, agora deflacionado, país. É que, diferentemente do que ocorre no surfe, no
montanhismo, no windsurfe, no
moutain bike e em outros tantos
esportes na categoria profissional
no qual estamos muito distantes
do topo dos rankings, no skate somos os melhores do mundo.
A recém-concluída fase européia do mundial WCS reforça o
momento especial que o skate nacional está vivendo. República
Tcheca, Inglaterra, Dinamarca,
Alemanha, e a melhor campanha
brasileira de todos os tempos.
Sérgio Fortunato, o Negão, aos
41 anos, provavelmente vive seu
melhor momento na carreira.
Precursor do esporte por aqui,
passou desacreditado por muito
tempo. Obstinado na busca de seu
sonho, agora tem o prestígio e a
grana pelos quais batalhou. Subiu duas vezes ao pódio na categoria Lendas (uma delas na Inglaterra), no lugar mais alto, e fez
uma final entre os "garotos" na
Dinamarca, ficando em décimo.
Sandro Dias foi o campeão europeu na vertical. É o líder do
ranking e, faltando quatro etapas, é o grande favorito para levar
o título mundial deste ano. Lincoln Ueda ocupa a sexta posição.
Daniel Vieira foi o campeão europeu no street. Na modalidade
liderada pelo americano de 13
anos, Ryan Sheckler, quatro brasileiros estão entre os dez primeiros. Daniel é o segundo, e Carlos
de Andrade, o Piolho, o terceiro,
ambos na luta pelo título.
Outros brasileiros se destacaram na perna do velho continente. O mato-grossense Ricardo
"Porva", o mineiro Henrique "Vitória" e o carioca Allan Mesquita
também subiram ao pódio e evidenciam que os skatistas de ponta
não estão mais concentrados apenas no eixo São Paulo-Curitiba.
Com um "time" de 25 atletas,
conseguimos um índice de ocupação de cerca de 40% nas vagas das
finais. Um desempenho vigoroso
e que só não foi melhor porque
atletas de ponta, como os campeões brasileiros e mundiais, Digo
Menezes, Rodil Araújo, entre outros, preferiram ficar por aqui.
Sabemos da nossa força exportadora de talentos, mas a presença brasileira na elite dos Masters
deve servir de referência, pois não
é qualquer um que chega aos 41
anos no auge da carreira de um
esporte considerado de moleques.
O ranking europeu considera os
três melhores resultados das quatro etapas. O mundial contabiliza
os três melhores do circuito norte-americano e os três melhores entre Europa, Brasil e Austrália.
Kitesurfe
A primeira das três etapas do Brasileiro ocorrerá em Salvador entre
os dias 21 e 25 deste mês. Os dois melhores homens e a campeã do
circuito garantem vaga para o Mundial, em Fortaleza, em novembro.
US Open of Surfing
Com 288 atletas, o torneio de Huntington (EUA) é o maior do mundo. WQS nível máximo, a final teve três tops, com Cory Lopez batendo Taj Burrow e Andy Irons. Victor Ribas (9º) foi o melhor brasileiro.
Canoas havaianas
A segunda etapa do Brasileiro será disputada neste sábado, com largada na Barra do Una, em São Sebastião. Predominando equipes
mistas, a modalidade vem atraindo atletas das corridas de aventura.
E-mail sarli@revistatrip.com.br
Texto Anterior: O que ver na TV Próximo Texto: Futebol - Soninha: Melhor que medalha Índice
|