São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2008

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penúria

Palmeiras fica forte, mas amarga dívida de R$ 76 mi

Clube, que hoje encara o Vitória, desdobra-se para manter elenco milionário

Diretoria do time alviverde não revela o valor do rombo, mas aposta em bilheteria e venda de jogadores para atenuar problema no caixa


RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ser campeão estadual após jejum de 12 anos e estar entre os quatro melhores do país no Brasileiro tiveram e continuam tendo um preço para o Palmeiras, que enfrenta o Vitória, às 20h30, no Parque Antarctica.
Números do primeiro semestre de 2008, divulgados pela oposição, mostram que a dívida do clube está em R$ 75,8 milhões. Endividado, o alviverde equilibra-se entre o sucesso de ter uma equipe competitiva após um hiato de conquistas e o custo para financiar, por exemplo, um técnico cujo salário está na casa dos R$ 500 mil.
Sem conquistar um título expressivo desde a Libertadores de 1999, o Palmeiras resolveu abrir os cofres nesta temporada e contou com a ajuda de parcerias -principalmente da Traffic, que negociou a maioria dos reforços do elenco.
Em campo, o clube vê o grupo de Vanderlei Luxemburgo mostrar serviço. Fora dele, tenta ajustar o orçamento com antecipação de receitas. Segundo o balancete do mês de junho, o Palmeiras recorreu a antecipações da Fiat, da Adidas e da Federação Paulista de Futebol.
Foi justamente no mês retrasado quando alguns jogadores, como o volante Léo Lima, tornaram público o problema de atraso salarial. A diretoria minimizou a questão, alegando "desequilíbrio no fluxo de caixa", como afirmou o gerente de futebol Toninho Cecílio.
A situação palmeirense classifica o número de "absurdo" e diz que há uma diferença entre o fluxo e o estoque da dívida.
"Um clube com uma dívida dessa estaria quebrado", afirmou o diretor de planejamento Luiz Gonzaga Belluzzo, que disse não saber o valor exato.
O documento aponta que o Palmeiras acumula R$ 10 milhões negativos só em 2008.
A folha salarial mensal do time, segundo a Folha apurou, está próxima dos R$ 4 milhões.
"A médio prazo, a situação é tranqüila", disse Belluzzo, que estima em aproximadamente R$ 100 milhões a arrecadação total até o final deste ano.
O dirigente aponta os resultados positivos da equipe e a expectativa gerada pela transformação do Parque Antarctica em arena como fatores geradores de receitas. Citou, por exemplo, a renovação do contrato com a Adidas, que termina no final deste ano.
"Estamos fazendo licitação e recebemos ofertas muito mais saborosas que a atual. Nosso fornecedor tem preferência [na renovação] e não vai querer abandonar o clube."
As propostas das empresas interessadas dobrariam o valor pago pela Adidas -cerca de R$ 3,5 milhões por ano.
A arrecadação nas bilheterias também tem sido importante. Em oito jogos no Parque Antarctica, o Palmeiras teve mais de R$ 3,3 milhões de renda. A venda de alguns jogadores, como o goleiro Diego Cavalieri (Liverpool) e o zagueiro Henrique (Barcelona), ajudaram, de acordo com Belluzzo, a equilibrar as contas.

NA TV - Palmeiras x Vitória
Sportv (menos SP e RJ), às 20h30

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