São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Clubes vencem disputa por atletas e ditam regras

Tribunal nega liberação para Jogos, mas abre caminho para acordo

Equipes alemãs concordam em abrir mão de Diego e Rafinha, desde que seguro seja feito e salários, pagos; CBF concorda só em parte


DO ENVIADO A SHENYANG

No que era pequeno, a CBF levou a melhor. Mas, no que realmente interessa na Olimpíada, sofreu ontem um revés, o que deve fazer a confederação abrir o cofre para manter Rafinha e Diego nos Jogos.
A seleção feminina entrou em campo ontem com o escudo da entidade, o que o COI ameaçou vetar, sem sucesso.
Mas, na Suíça, a CAS (Corte de Arbitragem do Esporte) deu razão aos alemães Schalke 04 e Werder Bremen e ao espanhol Barcelona, que queriam fora da Olimpíada, respectivamente, os brasileiros Rafinha e Diego e o argentino Messi.
Segundo a CAS, os clubes não são obrigados a liberar os atletas para os Jogos por eles não fazerem parte do calendário oficial da Fifa. Mas a decisão fica dúbia quando diz que "isso não afeta os jogadores oficialmente convocados por seus comitês nacionais, que seguem sendo selecionáveis para competir em Pequim".
À Folha o secretário-geral da CAS, Matthieu Reeb, disse que os jogadores não são obrigados a voltar para seus clubes, mas que a CBF deve fazer seguro contra eventuais lesões e pagar os salários dos atletas enquanto estão na seleção.
Mesmo após ir ao tribunal exigindo a liberação dos atletas, Werder Bremen e Schalke 04 aceitam liberar Diego e Rafinha, desde que seja pago seguro por eventuais contusões.
Na sua sentença, a CAS ordena aos clubes e seleções que entrem em acordo e permitam a participação dos atletas.
A CBF disse que não havia recebido nenhum comunicado oficial a respeito -Rafinha e Diego, titulares, seguiam concentrados para a partida contra a Bélgica, às 6h de hoje.
Segundo a entidade, ela não recebeu solicitação dos clubes em relação a seguros, mas eles estão feitos. Quando ao pagamento de salários, que a CBF não costuma fazer, a entidade declarou não reconhecer o direito dos times sobre isso.
Fifa e Comitê Olímpico Internacional lamentaram a decisão. "Penso que a CAS não levou em conta o espírito olímpico", falou Joseph Blatter, que se disse temeroso de que clubes que cederam atletas para jogar em Pequim sintam-se no direito de contar com eles de volta já, inviabilizando o torneio na China.
"[Que os clubes] deixem os atletas viver seus sonhos", apelou Jacques Rogge, o presidente do COI.
(PAULO COBOS)



Texto Anterior: Argentina diz que Messi fica com a seleção
Próximo Texto: Volêi de praia: No último dia, joelho faz Juliana abdicar dos Jogos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.