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Palmeiras encara estréias, torcida e a fama de "freguês"
RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL
Se o retrospecto for levado em
conta, o Palmeiras não poderia ter
adversário pior do que a equipe
do Gama, a qual enfrenta hoje, às
16h, no Parque Antarctica.
Precisando quebrar o jejum de
quatro jogos sem vitória e fugir da
zona de rebaixamento -o time é
23º colocado no Brasileiro-, o time estréia o técnico Levir Culpi e
o lateral-esquerdo Rubens Cardoso diante de um rival que nunca
perdeu para os palmeirenses em
jogos válidos pelo Nacional.
O time do Distrito Federal, mais
famoso por seus juízos contra a
CBF (Confederação Brasileira de
Futebol) do que pelos feitos esportivos, aplicou um 2 a 0 em
1999, repetiu a dose em 2000 e empatou em 1 a 1 em 2001.
"Estou mais preocupado com
outras estatísticas", afirmou Levir
Culpi, ao comentar o histórico.
"O número de passes errados, por
exemplo", completou, após o treino de ontem.
Quinto técnico palmeirense no
torneio (antes vieram Wanderley
Luxemburgo, Paulo César Gusmão, Flávio Teixeira e Karmino
Colombini), ele prioriza a montagem de uma base para a equipe.
"Foram várias filosofias, vários
estilos, vários atletas juniores ou
do time B lançados. Tanto é assim
que havia 36, 37 jogadores no
elenco principal. É muito. Vira
uma bagunça", afirmou o novo
comandante palmeirense.
Levir se diz ansioso para estrear
com o clube paulista: ""Estou louco para comece a partida logo.
Mas gosto dessa ansiedade".
Quem também está apreensiva
é a torcida palmeirense, que no
último jogo xingou, levou faixas
contra o elenco e a diretoria (em
especial, o presidente Mustafá
Contursi), tentou invadir o vestiário e foi até o centro de treinamento, cercando na saída os carros do diretor Sebastião Lapola e
do atacante Nenê.
Uma nova derrota pode reeditar essas cenas, afinal, os torcedores ficaram irados com as goleadas sofridas diante do Atlético-MG (4 a 0) e do Paraná (5 a 1), a
derrota para o Atlético-PR (1 a 0)
e o empate com o Coritiba (2 a 2).
Mas jogadores e técnico preferem acreditar em uma vitória e
um recomeço de campeonato.
"Tabus existem no futebol para
serem quebrados", afirmou o atacante Dodô, que formará hoje a
dupla de ataque com Nenê.
"O que tinha de acontecer de errado, já aconteceu. Vendo o time
determinado, o torcedor vem
atrás e apóia", disse o meia Zinho.
"Chegou o momento de arriscar, pois só a vitória interessa para
a gente poder trabalhar com um
dia-a-dia normal", disse o lateral
Arce, que, como Zinho, enfrentou
uma lesão no início do torneio.
Os outros contundidos, como
os meias Pedrinho e Lopes, continuam se recuperando. Lopes começou a fazer trabalho com bola,
enquanto Pedrinho já fez vários
coletivos, mas sua volta está sendo retardada porque estava sem
atuar desde o ano passado.
Por seu lado, o zagueiro César,
utilizado no empate com o Coritiba, será poupado. "Não é hora de
sacrifícios físicos. Se queimarmos
etapas de recuperação, o atleta
acaba se lesionando para o resto
do ano", declarou o técnico. "Não
quero o César colocando metros
de esparadrapo no pé para poder
entrar no gramado."
Já o Gama, que vem de empate
sem gols com a Ponte Preta, terá
como novidade o criticado lateral-direito Valdir (sempre é vaiado pela torcida) na vaga de Paulo
Henrique, que está suspenso.
É a chance de Rubens Cardoso
brilhar. Treinando sozinho nos
últimos 35 dias, enquanto o Santos negociava seu destino, ele espera atuar toda a partida. "Meu
organismo é engraçado: posso
cansar em 45 minutos ou ir e voltar o jogo inteiro sem me cansar.
A única certeza é que vontade não
vai faltar", disse o palmeirense,
que, antes, defendeu o São Caetano na campanha de vice-campeão
na Taça Libertadores deste ano.
Pelo Gama, também pode voltar o meia Lindomar, ainda sentindo dores no tornozelo direito.
Após ficar fora da última partida,
o jogador treinou ontem e disputa
o lugar de Anderson. O zagueiro
Jairo, que estava suspenso, retorna na vaga de Rafael.
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