São Paulo, sábado, 07 de setembro de 2002

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Palmeiras encara estréias, torcida e a fama de "freguês"

RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se o retrospecto for levado em conta, o Palmeiras não poderia ter adversário pior do que a equipe do Gama, a qual enfrenta hoje, às 16h, no Parque Antarctica.
Precisando quebrar o jejum de quatro jogos sem vitória e fugir da zona de rebaixamento -o time é 23º colocado no Brasileiro-, o time estréia o técnico Levir Culpi e o lateral-esquerdo Rubens Cardoso diante de um rival que nunca perdeu para os palmeirenses em jogos válidos pelo Nacional.
O time do Distrito Federal, mais famoso por seus juízos contra a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) do que pelos feitos esportivos, aplicou um 2 a 0 em 1999, repetiu a dose em 2000 e empatou em 1 a 1 em 2001.
"Estou mais preocupado com outras estatísticas", afirmou Levir Culpi, ao comentar o histórico. "O número de passes errados, por exemplo", completou, após o treino de ontem.
Quinto técnico palmeirense no torneio (antes vieram Wanderley Luxemburgo, Paulo César Gusmão, Flávio Teixeira e Karmino Colombini), ele prioriza a montagem de uma base para a equipe. "Foram várias filosofias, vários estilos, vários atletas juniores ou do time B lançados. Tanto é assim que havia 36, 37 jogadores no elenco principal. É muito. Vira uma bagunça", afirmou o novo comandante palmeirense.
Levir se diz ansioso para estrear com o clube paulista: ""Estou louco para comece a partida logo. Mas gosto dessa ansiedade".
Quem também está apreensiva é a torcida palmeirense, que no último jogo xingou, levou faixas contra o elenco e a diretoria (em especial, o presidente Mustafá Contursi), tentou invadir o vestiário e foi até o centro de treinamento, cercando na saída os carros do diretor Sebastião Lapola e do atacante Nenê.
Uma nova derrota pode reeditar essas cenas, afinal, os torcedores ficaram irados com as goleadas sofridas diante do Atlético-MG (4 a 0) e do Paraná (5 a 1), a derrota para o Atlético-PR (1 a 0) e o empate com o Coritiba (2 a 2).
Mas jogadores e técnico preferem acreditar em uma vitória e um recomeço de campeonato.
"Tabus existem no futebol para serem quebrados", afirmou o atacante Dodô, que formará hoje a dupla de ataque com Nenê.
"O que tinha de acontecer de errado, já aconteceu. Vendo o time determinado, o torcedor vem atrás e apóia", disse o meia Zinho.
"Chegou o momento de arriscar, pois só a vitória interessa para a gente poder trabalhar com um dia-a-dia normal", disse o lateral Arce, que, como Zinho, enfrentou uma lesão no início do torneio.
Os outros contundidos, como os meias Pedrinho e Lopes, continuam se recuperando. Lopes começou a fazer trabalho com bola, enquanto Pedrinho já fez vários coletivos, mas sua volta está sendo retardada porque estava sem atuar desde o ano passado.
Por seu lado, o zagueiro César, utilizado no empate com o Coritiba, será poupado. "Não é hora de sacrifícios físicos. Se queimarmos etapas de recuperação, o atleta acaba se lesionando para o resto do ano", declarou o técnico. "Não quero o César colocando metros de esparadrapo no pé para poder entrar no gramado."
Já o Gama, que vem de empate sem gols com a Ponte Preta, terá como novidade o criticado lateral-direito Valdir (sempre é vaiado pela torcida) na vaga de Paulo Henrique, que está suspenso.
É a chance de Rubens Cardoso brilhar. Treinando sozinho nos últimos 35 dias, enquanto o Santos negociava seu destino, ele espera atuar toda a partida. "Meu organismo é engraçado: posso cansar em 45 minutos ou ir e voltar o jogo inteiro sem me cansar. A única certeza é que vontade não vai faltar", disse o palmeirense, que, antes, defendeu o São Caetano na campanha de vice-campeão na Taça Libertadores deste ano.
Pelo Gama, também pode voltar o meia Lindomar, ainda sentindo dores no tornozelo direito. Após ficar fora da última partida, o jogador treinou ontem e disputa o lugar de Anderson. O zagueiro Jairo, que estava suspenso, retorna na vaga de Rafael.



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