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São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2003

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OLIMPÍADA

Com obras superestimadas e dificuldades com voluntários, dirigentes cogitam mudanças em comitê organizador

A 1 ano dos Jogos, Atenas revela fraquezas

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004, cuja tática até agora era a de publicamente amenizar os seus problemas, enumerou as principais dificuldades que vem enfrentando e acenou para a necessidade de mudanças. Segundo admitem dirigentes, alguns aspectos operacionais foram superestimados.
""Nos últimos três anos, temos planejado no papel as Olimpíadas. Mas, quando a batalha verdadeira começa, você tem de reajustar diversas coisas", analisou Marton Simitsek, um dos dirigentes do Comitê Organizador dos Jogos de Atenas, evento que se estenderá de 13 a 29 de agosto do próximo ano.
Entre as falhas de planejamento está o fato de algumas instalações esportivas serem maiores do que o necessário, haver mais equipamentos do que o que será usado em outras delas e existir dificuldades relacionadas aos voluntários, segundo enumerou o dirigente.
A presidente do comitê organizador, Gianna Angelopoulos-Daskalaki, discordou apenas do último item citado por Simitsek.
Um excedente no número de voluntários estaria dificultando o processo de seleção.
""As experiências nas Olimpíadas de Atlanta-96 e Sydney-2000 mostrou que o número de voluntários decresce entre 20% e 25% [com relação ao inicialmente registrado]. Em nossos cálculos usamos 20% como base, mas houve um decréscimo somente de 7%", disse Simitsek.
No futuro próximo, o comitê estará estudando ""em profundidade" mudanças estruturais em equipes técnicas que trabalham nas instalações esportivas.
O objetivo é deixar mais claro o papel dessas equipes.
Angelopoulos-Daskalaki não discorda que pode haver alterações na formação dos grupos que trabalham para a Olimpíada.
""Ninguém é insubstituível. Todos são passíveis de ser testados de forma contínua. Aqueles que fizerem seu trabalho seguirão e aqueles que não o cumprem não permanecerão no comitê. Se há necessidade de mudanças, vai haver mudanças", afirmou ela.
Na sequência, no entanto, a dirigente voltou a adotar uma postura mais diplomática ao procurar minimizar a dimensão dos problemas enfrentados. ""Mas estou muito orgulhosa das pessoas deste comitê e do modo como as autoridades públicas envolvidas estão reagindo", disse.
Entre as principais dificuldades enfrentadas pelo comitê estão disputas partidárias, críticas internas e atrasos no calendário, o que motivou críticas do Comitê Olímpico Internacional e muita especulação da parte da imprensa. Têm participação prevista nos Jogos 11 mil atletas, de 28 modalidades, além de 5.500 preparadores e 2.500 juízes e árbitros.



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