São Paulo, segunda-feira, 07 de setembro de 2009

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Renovado, Brasil já experimenta novo favoritismo

Dos 22 jogadores que foram convocados para enfrentar a Argentina, apenas oito já tiveram experiência em Mundial

Dunga já dá sinais que o grupo que está formado e foi campeão na Copa das Confederações é favorito para estar na Copa-2010

Margarida Neide/Agência A Tarde/Folhapress
Kaká desembarca em Salvador, onde a seleção foi recebida com festa para a partida de quarta

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A ROSARIO

A seleção brasileira de Dunga será na África do Sul tão favorita ao título mundial como foi a de Carlos Alberto Parreira na Alemanha, em 2006.
A diferença é que o treinador gaúcho conquistou isso nas eliminatórias à Copa com uma renovação que Parreira nunca tentou e com um desempenho muito mais eficiente.
Dos 22 jogadores que formaram o elenco que ganhou da Argentina no sábado, e quase todos eles vão estar na próxima Copa, apenas oito já disputaram um Mundial, sendo que só três fizeram isso sendo titulares absolutos na seleção.
Da equipe principal que fracassou na Alemanha, só Lúcio e Kaká seguem com o mesmo status sob a batuta de Dunga.
Em 2006, Parreira tinha no seu time titular nada menos do que nove jogadores que já sabiam o que era uma Copa do Mundo.
Não foi por acaso que Dunga fez uma renovação radical. Ele foi bem mais ousado nos testes.
Até agora, por exemplo, escalou 37 jogadores diferentes nas eliminatórias, ou quatro a mais no mesmo número de rodadas atual (15) do que Parreira no classificatório para 2006.
Um titular, André Santos, fez contra a Argentina seu primeiro jogo pela competição. Ainda em Rosario, o treinador deu sinais de que o grupo já formado é favorito para estar também na África do Sul.
"Dentro desse trabalho de mais de três anos a gente tentou dar oportunidade, dentro do possível, a vários jogadores.
Agora, é lógico que esses jogadores que estão conosco desde a Copa América, ganhando a Copa América, a Copa das Confederações e, agora, a classificação para a Copa do Mundo, é mais do que normal que eles tenham vantagem sobre os outros", afirmou o treinador.
Mesmo com um grupo mais inexperiente, a seleção de Dunga nestas eliminatórias supera o desempenho da equipe de Parreira no qualificatório anterior em quase todos os itens.
Depois de 15 rodadas, o time atual tem 30 pontos, 28 gols marcados e apenas seis sofridos. No mesmo ponto das eliminatórias passadas, com tabela idêntica à atual, o Brasil somava 27 pontos, 26 tentos e 16 gols sofridos.
O time de Dunga distribui melhor sua artilharia. Nas eliminatórias, 13 jogadores já balançaram as redes -eram dez neste momento do torneio no classificatório para 2006.
A equipe que brilhou em Rosario também chutou para escanteio o temor do Brasil de jogar como visitante nas eliminatórias sob o atual sistema.
Nos classificatórios para os últimos dois Mundiais, a seleção somou apenas 18 pontos em 18 partidas jogando na casa do adversário. Se vencer a Bolívia no próximo mês, no seu último jogo fora de casa, a seleção de Dunga irá somar os mesmos 18 pontos como visitante, e isso em apenas nove jogos.
Dunga chegou a dizer no início do seu trabalho que as eliminatórias eram tão difíceis como uma Copa do Mundo.


Colaborou SILVANA ARANTES , enviada especial a Rosario


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