São Paulo, terça-feira, 07 de setembro de 2010

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15 ANOS DE castigo

Derrotado pela Argentina nos últimos quatro jogos importantes, Brasil busca no Mundial a redenção

Gaspar Nóbrega/Divulgação CBB
Leandrinho escuta orientação de Rubén Magnano em treino

DANIEL BRITO
ENVIADO ESPECIAL A ISTAMBUL

Nos últimos 15 anos, nos momentos mais importantes da seleção brasileira de basquete, havia a Argentina do outro lado da quadra para colocar tudo a perder.
Hoje, de novo, ela está no caminho. Agora, pelas oitavas de final do Mundial de basquete, às 15h, no ginásio Sinan Erdem, em Istambul.
A última vez que os rivais se encontraram na história do torneio foi em 2002, nas quartas de final, nos EUA. Eram os primeiros passos das duas gerações. A Argentina conquistou a prata nesse Mundial e o ouro olímpico dois anos mais tarde.
O Brasil acumulou fracassos. Todos por causa dos vizinhos. "Lembrar o passado neste momento não é bom para quem perdeu nem para quem já ganhou", pediu o armador Marcelinho Huertas, capitão da seleção brasileira.
Nos Pré-Olímpicos de 2003, em Porto Rico, e 2007, em Las Vegas, foram os argentinos que tiraram dos brasileiros o direito de disputar uma Olimpíada -desde Atlanta-1996 não vão a uma.
Três anos atrás, nos EUA, o Brasil tinha exatamente o mesmo time que está na Turquia e ainda o pivô Nenê. Saiu derrotado de quadra nas duas vezes que cruzou o caminho dos argentinos. A primeira, na segunda fase, 86 a 79, na prorrogação. A segunda, na semifinal, 91 a 80.
O revés levou a mudanças na seleção, como a chegada de um técnico estrangeiro. O espanhol Moncho Monsalve permaneceu pouco menos de dois anos. O argentino Rubén Magnano, comandante atual, o sucedeu em janeiro de 2010 e disputa sua primeira competição com a seleção.
Em 2003, o clássico regional marcou o começo do fim do sonho de ir a Atenas- -2004. No primeiro jogo da fase final, o Brasil, comandado por Lula Ferreira, perdeu por 76 a 74 e jamais voltou a se encontrar na competição.
Caiu até mesmo contra rivais diante dos quais não costuma fraquejar, como canadenses e mexicanos.
A derrota que mais simboliza a diferença entre as duas gerações foi no Mundial de Indianápolis, oito anos atrás.
Menos de 24 horas após ser a primeira do mundo a derrotar um time dos EUA formado pelas melhores estrelas da NBA, a Argentina disputou as quartas de final contra o Brasil. Os relatos dos jornais da época contam que os argentinos viraram a madrugada comemorando em bares.
O Brasil também jogara na noite anterior -derrota por 15 pontos para a Espanha.
Às 15h, as duas seleções iniciaram o duelo para chegar às semifinais. Quase duas horas depois, os argentinos saíram de quadra com um 78 a 67. "Esses números e estatísticas do passado servem para a imprensa", disse Marcelinho Machado, 35, que integrava aquele Brasil.
O último triunfo nacional em Pré-Olímpicos e Mundiais contra o rival foi em 1995, no Pré-Olímpico da Argentina.


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