EDUARDO ARRUDA
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians, que encerrou sua fase de clássicos regionais com o melhor retrospecto entre seus rivais paulistas, deu mais um passo rumo ao título Brasileiro em grande estilo.
Com os 7 a 1 no Santos, ontem no Pacaembu, a equipe do Parque São Jorge registrou a maior goleada neste Brasileiro, o placar mais elástico diante do time da Vila Belmiro nos últimos 64 anos e assegurou vaga Libertadores, torneio que não disputa desde 2003.
O principal torneio do continente foi a meta estipulada pelo iraniano Kia Joorabchian, da MSI, para o clube. Com o resultado de ontem, a equipe não pode mais ser alcançada pelo Palmeiras, o quinto, e garantiu pelo menos vaga para a primeira fase da Libertadores -mata-mata contra um time estrangeiro antes da etapa de grupos. O terceiro e o quarto colocados no Nacional se qualificam para essa "repescagem".
Os corintianos não marcavam sete gols nos santistas desde 1941, quando aplicou 7 a 0 no Paulista. "Jogando assim, dificilmente perderemos", afirmou o atacante corintiano Tevez, que marcou três vezes e foi o melhor em campo.
Ele e seus companheiros, que lideram o Brasileiro com 74 pontos, seis a mais que o Internacional e o Fluminense, terminaram os clássicos paulistas com aproveitamento de 61%, com três vitórias, dois empates e uma derrota.
O triunfo também encerrou jejum de vitórias em casa contra o rival que durava sete anos.
Enquanto os corintianos comemoravam a manutenção da liderança, que rendeu R$ 6.000 de bicho, os santistas vêem a vaga para a Libertadores mais distante. O time estacionou nos 55 pontos, o oitavo. E ontem sofreu com atuação desastrosa de sua defesa.
O Corinthians começou avassalador. Logo aos 45s, abriu o placar. Nilmar roubou a bola de Halisson, serviu Tevez, que cruzou para Rosinei, na frente do gol, fazer 1 a 0. Atordoados com o gol relâmpago, os santistas demoraram alguns minutos a se acertar no jogo. Mas se aproveitaram da deficiência defensiva do rival e, aos 10min, após cobrança de escanteio, Geílson, de cabeça, empatou.
Em seguida, Nilmar quase pôs o Corinthians à frente de novo ao acertar a trave. Seus companheiros, porém, demonstravam nervosismo. Erravam passes em demasia e foram encurralados pelo adversário. Bem marcado, Carlos Alberto, o homem de criação da equipe, não organizava o jogo.
A sorte do time de Antônio Lopes é que os zagueiros santistas estavam em tarde infeliz. De novo Halisson errou, deu a bola nos pés de Rosinei. O meia acionou Tevez na área, que chutou cruzado para fazer 2 a 1, aos 20min.
As duas defesas continuaram apresentando muitas falhas. O Santos só não empatou com Geílson, após falha de Marinho, devido à boa defesa de Fábio Costa.
Tevez não perdoou outra falha dos defensores santistas. Após cruzamento de Eduardo, ele dominou, girou e bateu com o pé esquerdo: 3 a 1. Nelsinho tentou ajeitar sua zaga na segunda etapa. Tirou Hallison e colocou Wendell. Heleno passou a ser zagueiro. Mas, aos 6min, Rogério, que já tinha o cartão amarelo, fez falta em Tevez e foi expulso.
Ficou ainda mais fácil para o Corinthians. Tevez tabelou com Nilmar e fez o quarto gol.
O quinto gol contou com novo erro da defesa rival. Carlos Alberto chutou, Saulo rebateu mal, e Nilmar, no rebote, ampliou. Ele ainda faria o sexto, de cabeça, ao antecipar-se a Saulo, que saiu mal do gol. E tinha mais. Antes do apito final, aos 45min, Marcelo Mattos, de falta, fez 7 a 1 histórico.

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