São Paulo, segunda-feira, 07 de novembro de 2005

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FUTEBOL

Leão altera equipe e esquema, mas acaba goleado pelo Atlético-PR e fica a seis pontos da zona da Libertadores

Palmeiras leva 4 e se afasta da América

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras buscava ânimo para crescer na luta pela vaga da Libertadores, mas saiu de Curitiba com mais crise. Se queria uma vitória para fazer as pazes com a torcida, o 4 a 0 do Atlético-PR aprofunda a crise de uma equipe que no sábado pega o São Paulo e pode voltar a ouvir os gritos de "vergonha" que tomaram o Parque Antarctica na quinta passada.
Com a derrota de ontem, o time de Emerson Leão viu abrir diante de si uma distância de seis pontos em relação à última vaga do torneio continental de 2006.
Após reconhecer as limitações de seu time, na derrota da quinta-feira para o Flamengo, Leão mexeu no time para tentar de alguma maneira surpreender o Atlético-PR e injetar ânimo nos atletas.
Prestigiou o lateral-esquerdo Fabiano. Pôs Gioino no lugar de Washington, apostando em maior presença e eficiência na área. Escalou a equipe num 3-5-2, reforçando a defesa e lançando Alceu na proteção, enquanto Corrêa assumia a ala direita -seu destino natural no Palmeiras em que Baiano não emplaca.
Aos 6min, o atacante Lima recebeu uma bola dentro da área palmeirense e, diante da marcação de Gamarra, chutou colocado, tirando a bola de Marcos.
Aos 19min, Lima piorou as coisas. Recebeu bola na frente de Gláuber, avançou e chutou na saída de Marcos. Era o 2 a 0.
"A gente vem para segurar o ímpeto deles e toma dois gols logo no início, aí complica todo o esquema", disse Juninho, ao fim da primeira etapa em Curitiba.
E poderia ter saído o terceiro numa falta cobrada pelo meia Dagoberto, aos 22min. A bola acertou a trave esquerda do Palmeiras, e quase foi decretado o fim.
O Atlético-PR não tinha aprontado nenhuma alteração no seu jogo. Qualquer um que vira os jogos da Libertadores percebia que o time, com poucas diferenças, tinha o mesmo padrão de jogo que o levou às finais da Libertadores.
O mesmo uso de bolas longas, o mesmo jogo veloz que busca o apoio dos laterais Jancarlos e Marcão tentando cruzamento para as jogadas aéreas dos grandalhões Lima e Finazzi (no torneio continental era Aloísio). Tudo era previsível no time de Curitiba. Ou seja, nem uma "surpresa" poderia ser desculpa para os paulistas.
O ataque do Palmeiras continuou errando muito o gol. No primeiro tempo, o Datafolha contou 11 finalizações palmeirenses. Apenas uma, a de Marcinho, foi na direção do gol. O Atlético-PR conseguiu nove, mas acertou três e ainda pôs outra na trave.
Gioino não resolveu os problemas. No primeiro tempo, o atacante passou em branco. Não finalizou uma única vez. E o Palmeiras explorou seu jogo aéreo: foram 20 bolas alçadas na área, contra 12 do rival, um time notoriamente cruzador.
No segundo tempo, Leão não mudou o time. Fez algumas reclamações com o trio de arbitragem, mas parecia sereno.
E o time quase conseguiu diminuir logo aos 2min, quando uma cobrança de falta de Marcinho -que já havia sido o mais acionado da equipe no primeiro tempo- passou muito perto do gol de Thiago Cardoso.
Leão esperou, mas, aos 16min, sentiu que daquele jeito não ia longe. Tirou Gioino, que não finalizou nenhuma bola ao gol, e pôs Warley. Paralelamente, o 3-5-2 virou 4-4-2, com a entrada de Pedrinho no lugar de Glauber.
Ficou pior. Porque Warley perdeu uma bola próximo da área que defendia, e Denis Marques, com tranqüilidade, não perdoou Marcos, fazendo 3 a 0.
Aos 43min, um time já bastante atordoado recebeu o golpe de misericórdia de Finazzi, que se aproveitou de rebote para deixar Marcos no chão e a bola na rede. Quatro a zero, um desastre.
No sábado, o Palmeiras recebe o São Paulo no Pacaembu. O Atlético-PR vai a Goiânia enfrentar o Goiás no dia seguinte.

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