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FUTEBOL
Leão altera equipe e esquema, mas acaba goleado pelo Atlético-PR e fica a seis pontos da zona da Libertadores
Palmeiras leva 4 e se afasta da América
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Palmeiras buscava ânimo para crescer na luta pela vaga da Libertadores, mas saiu de Curitiba
com mais crise. Se queria uma vitória para fazer as pazes com a
torcida, o 4 a 0 do Atlético-PR
aprofunda a crise de uma equipe
que no sábado pega o São Paulo e
pode voltar a ouvir os gritos de
"vergonha" que tomaram o Parque Antarctica na quinta passada.
Com a derrota de ontem, o time
de Emerson Leão viu abrir diante
de si uma distância de seis pontos
em relação à última vaga do torneio continental de 2006.
Após reconhecer as limitações
de seu time, na derrota da quinta-feira para o Flamengo, Leão mexeu no time para tentar de alguma
maneira surpreender o Atlético-PR e injetar ânimo nos atletas.
Prestigiou o lateral-esquerdo
Fabiano. Pôs Gioino no lugar de
Washington, apostando em
maior presença e eficiência na
área. Escalou a equipe num 3-5-2,
reforçando a defesa e lançando
Alceu na proteção, enquanto Corrêa assumia a ala direita -seu
destino natural no Palmeiras em
que Baiano não emplaca.
Aos 6min, o atacante Lima recebeu uma bola dentro da área palmeirense e, diante da marcação
de Gamarra, chutou colocado, tirando a bola de Marcos.
Aos 19min, Lima piorou as coisas. Recebeu bola na frente de
Gláuber, avançou e chutou na saída de Marcos. Era o 2 a 0.
"A gente vem para segurar o ímpeto deles e toma dois gols logo
no início, aí complica todo o esquema", disse Juninho, ao fim da
primeira etapa em Curitiba.
E poderia ter saído o terceiro
numa falta cobrada pelo meia Dagoberto, aos 22min. A bola acertou a trave esquerda do Palmeiras, e quase foi decretado o fim.
O Atlético-PR não tinha aprontado nenhuma alteração no seu
jogo. Qualquer um que vira os jogos da Libertadores percebia que
o time, com poucas diferenças, tinha o mesmo padrão de jogo que
o levou às finais da Libertadores.
O mesmo uso de bolas longas, o
mesmo jogo veloz que busca o
apoio dos laterais Jancarlos e
Marcão tentando cruzamento para as jogadas aéreas dos grandalhões Lima e Finazzi (no torneio
continental era Aloísio). Tudo era
previsível no time de Curitiba. Ou
seja, nem uma "surpresa" poderia
ser desculpa para os paulistas.
O ataque do Palmeiras continuou errando muito o gol. No primeiro tempo, o Datafolha contou
11 finalizações palmeirenses. Apenas uma, a de Marcinho, foi na direção do gol. O Atlético-PR conseguiu nove, mas acertou três e
ainda pôs outra na trave.
Gioino não resolveu os problemas. No primeiro tempo, o atacante passou em branco. Não finalizou uma única vez. E o Palmeiras explorou seu jogo aéreo:
foram 20 bolas alçadas na área,
contra 12 do rival, um time notoriamente cruzador.
No segundo tempo, Leão não
mudou o time. Fez algumas reclamações com o trio de arbitragem,
mas parecia sereno.
E o time quase conseguiu diminuir logo aos 2min, quando uma
cobrança de falta de Marcinho
-que já havia sido o mais acionado da equipe no primeiro tempo- passou muito perto do gol
de Thiago Cardoso.
Leão esperou, mas, aos 16min,
sentiu que daquele jeito não ia
longe. Tirou Gioino, que não finalizou nenhuma bola ao gol, e pôs
Warley. Paralelamente, o 3-5-2 virou 4-4-2, com a entrada de Pedrinho no lugar de Glauber.
Ficou pior. Porque Warley perdeu uma bola próximo da área
que defendia, e Denis Marques,
com tranqüilidade, não perdoou
Marcos, fazendo 3 a 0.
Aos 43min, um time já bastante
atordoado recebeu o golpe de misericórdia de Finazzi, que se aproveitou de rebote para deixar Marcos no chão e a bola na rede. Quatro a zero, um desastre.
No sábado, o Palmeiras recebe o
São Paulo no Pacaembu. O Atlético-PR vai a Goiânia enfrentar o
Goiás no dia seguinte.
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