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Empresa quer atletas com tênis ilegal
LEILA SUWWAN
DE NOVA YORK
A regra é incontornável: corredores não podem competir com
tênis que tenham molas na sola.
A solução que a pequena empresa americana Spira encontrou
foi transformar a ilegalidade de
seu produto num lance publicitário e anunciou um prêmio de US$
1 milhão para quem vencer a Maratona de Boston em 2006 -e for
desqualificado- usando um
feioso modelo amarelo fluorescente de 220 gramas e um sistema
de molas metálicas à vista.
Com isso, a Spira quer desafiar
os grandes no mercado, Nike,
Reebok e Adidas, e deixar para
trás todos os sistemas de ar e espuma de acolchoamento.
"Queria fazer isso na Maratona
de Nova York [ontem], mas o tênis especial não ficou pronto em
tempo", afirmou Andy Krafsur,
dono da Spira. "Temos que pressionar para mudar as regras que
não permitem novas tecnologias
para proteger interesses." O desafio real é angariar uma fatia do
mercado multimilionário de tênis
voltados para o esporte.
Maratonistas quenianos já foram recrutados, e a Spira está à
procura de corredores de elite que
topem o estranho patrocínio. É
difícil avaliar se as molas poderão
ajudar alguém a ganhar. Mas está
claro que a idéia é tripudiar as regras e apostar na contravenção.
Vários corredores podem querer testar o sistema de molas, que
prometem devolver mais de 90%
da pisada em propulsão e diminuir em 20% o impacto nas juntas. Além de aumentar as vendas,
haverá propaganda gratuita nas
transmissões, já que os inscritos
usarão uniformes da Spira.
A regra da IAAF, entidade que
comanda o atletismo no mundo,
diz que "nenhuma mola ou mecanismo de qualquer espécie" que
dê vantagem ao competidor pode
ser utilizado. A Spira questiona a
regra com o argumento de que o
tênis não é exclusivo e vários outros esportes incorporaram produtos que oferecem vantagem.
Porém o tênis só é ilegal em
competições, e as vendas começam a decolar em pequenas revendedoras de calçados. A Spira
faturou US$ 4 milhões em vendas
no ano passado e quer dobrar o
valor neste ano. "Queremos entrar no mercado brasileiro antes
do final de 2006", disse Krafsur.
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