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entrevista
Tardelli diz que decisão foi correta
DA REPORTAGEM LOCAL
O árbitro Wagner Tardelli diz estar tranqüilo. À
Folha afirmou não temer
que as suspeitas que envolvem seu nome prejudiquem sua carreira. Para
ele, seria pior se o caso só
viesse à tona após a partida entre São Paulo e Goiás.
"Aí, sim, suspeitariam."
Por telefone, do Rio, o
juiz deu entrevista em um
shopping center da cidade,
ontem à tarde. No futebol,
é prática comum aproveitadores negociarem em
nome de clubes ou juízes
sem, de fato, estarem representando as partes.
Tardelli diz ser exatamente esse o caso.
(EAR)
FOLHA - Por que seu nome foi
retirado da partida?
WAGNER TARDELLI - Segundo
a CBF, o Ministério Público [que ele acredita ser o
do Estado de São Paulo]
apurou que havia alguém
usando meu nome para fazer uma negociação. Então, eu, o doutor Ricardo
Teixeira [presidente da
CBF], o Sérgio Corrêa
[presidente da Comissão
de Arbitragem] e o Rodrigo Paiva [assessor de imprensa da CBF] decidimos, em conjunto, retirar
meu nome da partida.
FOLHA - Você chegou a receber algum envelope?
TARDELLI - Eu não recebi
nada. O Ministério Público vinha monitorando essa pessoa. Essa negociação
não foi comigo, mas com
uma pessoa negociando e
usando meu nome.
FOLHA - Conhece a pessoa?
TARDELLI - Não sei quem é.
Acho que nem o Ricardo
[Teixeira] e o Sérgio [Corrêa da Silva] sabem que é.
FOLHA - Se havia um monitoramento, por que o caso veio à
tona na véspera do jogo?
TARDELLI - Porque, segundo o Sérgio, a informação
chegou a ele à meia-noite
de sexta para sábado.
FOLHA - Sua imagem vai ficar
marcada pelo episódio?
TARDELLI - Acho que não.
Foi melhor cortarmos o
elo agora, antes do jogo.
Porque, se apito a partida e
depois estoura o caso, aí
poderia haver especulações sobre meu nome, caráter, algo que me colocasse sob suspeita. O que
aconteceu nesse caso é a
chamada bola nas costas.
FOLHA - O Jailson Macedo
Freitas vai entrar pressionado?
TARDELLI - O Jailson é muito competente e ele saberá
lidar com a pressão.
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